GP do Bahrein de F1: Limites esbatidos
Há demasiados anos que a discussão dos limites da pista são um tema recorrente na F1, havendo uma regra clara, mas que depois não é aplicada de uma forma consistente.
Hoje são diversos os circuitos que têm enormes áreas de asfalto como escapatórias, sendo ainda os corretores muito baixos. Isto leva a que os pilotos abusem e, sempre que sentem que há uma ligeira vantagem a ser ganha com uma passagem por uma escapatória, esta vai ser usada, criando as confusões a que assistimos, para além de tornar a pilotagem num exercício menos exigente e que favorece os pilotos menos dotados e precisos.
Estas duas características não se devem a uma exigência férrea da Fórmula 1, mas antes à necessidade de os circuitos estarem preparados para outras categorias.
Um circuito moderno representa um enorme investimento financeiro e tem elevadas exigências de manutenção, o que leva a que os seus donos os preparem para as quatro e duas rodas para os rentabilizar ao máximo.
Os motociclistas não querem nas pistas corretores elevados ou escapatórias de gravilha, dado que ficam mais expostos a lesões e, assim, as pistas são construídas com estes em mente.
A Fórmula 1, portanto, tem de lidar com este facto e existem regras claras no regulamento desportivo que apontam que a pista é o espaço entre as duas linhas brancas de cada uma das extremidades. Se um piloto não tiver uma roda entre essas duas linhas, está fora de pista.
Mais claro que isto, é difícil…
O problema é a inconsistência como esta regra é aplicada ao longo de uma temporada, sendo no, fundo, os pilotos a definir onde estão os limites através da pressão que vão exercendo sobre a direcção de corrida-
No passado fim-de-semana esta inconsistência foi levada a um novo extremo. Na primeira sessão de treinos-livres a FIA não monitorizou os limites de pista, mas partir da segunda, qualquer piloto que ultrapassasse os limites na Curva 4, teria o tempo da sua volta apagado.
Na corrida, os pilotos deixavam de ser monitorizados.
Contudo, Hamilton começou a usar a escapatória em questão repetidamente e acabou por ser informado que não podia continuar dessa forma.
Mais tarde, Verstappen passou o inglês no mesmo local, recorrendo com as quatro rodas à escapatória, sendo obrigado a ceder a posição.
É muita inconsistência num só fim-de-semana.
Estes são, supostamente, os melhores pilotos do mundo, deveriam conseguir competir sem problemas dentro dos limites da pista, quem não consegue, tem de ser penalizado. No Mónaco, quando alguém encontra os limites da pista tem uma penalização bem alta, não se entende o porquê de ser diferente noutros circuitos.
Cabe a Michael Masi ter a força para impor a lei e acabar com uma discussão de que a Fórmula 1 não beneficia…
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No moto GP passaram a usar sensores que automáticamente e sem intervenção dos comissários determinam se houve ou não infracção aos limites de pista.
Era uma boa forma de acabar com jornalistas e adeptos que não sabem que “ultrapassar os limites da pista, e “ultrapassar para lá dos limites da pista”, são frases muito parecidas, mas com significados completamente diferentes.