GP do Azerbaijão de F1: 5 histórias que prometem passar pelo paddock
Depois de quase um mês de interregno, a Fórmula 1 regressa no próximo fim-de-semana com o Grande Prémio do Azerbaijão e serão muitos os temas que alimentarão as conversas no paddock. Escolhemos cinco temas.
Novas regras ‘Sprint’
Finalmente foi acordado um novo formato para os fins-de-semana ‘Sprint’ que será estreado no Grande Prémio do Azerbaijão. A primeira versão tinha a característica de a corrida de sábado formar a grelha de partida para a prova de domingo, o que levava a que os pilotos arriscassem pouco para não serem apanhados num incidente que os levasse para o final do pelotão no arranque para o Grande Prémio.
Com o novo formato, a corrida sprint será completamente independente da prova dominical, a mais importante, tendo esta a grelha de partida gerada por uma qualificação logo na sexta-feira, ao passo que no sábado haverá outra sessão para formar a ordem de partida para o desafio mais curto.
Esta versão poderá promover mais lutas em pista na ‘Sprint’, mas ainda assim, os pilotos terão de ter em atenção a integridade física dos seus carros, tendo em vista o Grande Prémio, onde se ganham mais pontos, o que poderá refrear os ânimos.
No entanto, separar completamente a ‘Sprint’ do Grande Prémio é um passo no sentido correto, muito embora uma segunda qualificação dilua um pouco a importância da pole-position para a verdadeira corrida.
Continua êxodo na Ferrari
Esta semana foi caracterizada por rumores que davam conta da saída de Laurent Meckies da Ferrari para rumar à AlphaTauri, o que foi confirmado quarta-feira, com o francês a assumir depois do final do ano o lugar de chefe de equipa da formação de Faenza, substituindo Franz Tost.
A debandada de Meckies é inevitável, mas segundo Frédéric Vasseur, que reagiu ao assunto já em Baku, os termos da sua saída da Ferrari não forem ainda acordados, acusando a AlphaTauri de agressividade na comunicação.
Seja como for, é evidente que existe um êxodo de personalidades da ‘Scuderia’, seguindo-se o gaulês a David Sanchez, que rumará à McLaren. Também Gino Rosato que estava na equipa desde 1991, ou seja, há mais de 30 anos, e Jonathan Giacobazzi, que ocupou vários cargos em Maranello desde 2013, deixaram a equipa. Cabe a Vasseur estabilizar a Ferrari e impedir que se assista a uma sangria de talento que possa enfraquecer a estrutura da formação transalpina.
Ambiente Red Bull
A Red Bull está a dominar integralmente a temporada deste ano, com três vitórias, três pole-positions e duas dobradinhas, mas existe alguma instabilidade no seio da equipa, com o desejo de Sérgio Pérez em lutar pelo título e a dificuldade de Max Verstappen em cumprir ordens de equipa.
O neerlandês é, consistentemente, o mais rápido dos dois, mas o mexicano costuma dar-se bem nas ruas de Baku, tendo vencido em 2021, ainda que devido a um furo do seu colega de equipa, e o ano passado foi o mais rápido na qualificação, para depois ter sido batido por Verstappen na corrida.
Este ano os dois pilotos ainda não se encontraram em pista, não se tendo envolvido em qualquer luta corpo a corpo, mas Baku poderá ser o cenário desse duelo que, depois do ocorrido em Interlagos o ano passado, poderá ter contornos muito diferentes do que aconteceu anteriormente e contribuir para o adensar do ambiente no seio da Red Bull.
Evoluções da McLaren e da Alpine
O facto de ser um evento ‘Sprint’ leva a que o Grande Prémio do Azerbaijão não seja o local apropriado para estreias de pacotes aerodinâmicos, uma vez que existe menos tempo para as equipas analisarem o comportamento dos novos componentes.
Para além disso, o circuito de Baku, com barreiras de proteção a delimitar grande parte da pista, favorece acidentes destrutivos que têm o condão de danificar seriamente os carros, o que é um risco para as novéis peças que, muitas vezes, são escassas ou, até, únicas.
Apesar de tudo isso, tanto a McLaren como a Alpine estrearão no Azerbaijão novos pacotes aerodinâmicos.
A formação de Woking pretende reverter a falta de competitividade que evidenciou desde o início da temporada. Estes novos componentes representa um novo caminho técnico para a McLaren que deseja recuperar o seu posto no topo do Segundo Pelotão.
Já a Alpine, que se tem mostrado a equipa mais competitiva atrás das quatro mais fortes, pretende com os novos componentes cimentar a sua posição e aproximar-se de Aston Martin, Ferrari e Mercedes.
O Grande Prémio do Azerbaijão será a primeira oportunidade para verificar se ambas equipas conseguem dar um passo em frente efetivo ou se os respetivos pacotes técnicos serão uma mão cheia de nada.
As mudanças na Mercedes
Não se espera que a recente alteração de direção técnica da Mercedes tenha um impacto na performance em pista do W14, mas este será, seguramente, um motivo de conversa no paddock de Baku. A saída de Mike Elliot, que assumirá uma função mais conceptual, para o regresso de James Allison demonstra que no seio da equipa do construtor germânico o caminho lançado para o novo regulamento não foi o mais acertado, o que se refletiu na competitividade da estrutura que venceu quinze títulos desde o início de 2014.
Com o regresso de Allison, Toto Wolff pretende fazer um ‘reset’ técnico e começar de novo a tempo de 2024, o que poderá ser determinante para manter Lewis Hamilton feliz que está sem contrato para o ano que vem e mostrou-se desagradado com o caminho técnico da Mercedes desde o início de 2022.