GP de Portugal de F1: nem sempre é uma questão de dinheiro
Surgiram vozes que apontavam para que Portugal pudesse regressar ao calendário da Fórmula 1, mas esta possibilidade acabou por não se verificar e, desta vez, talvez não tenha sido o dinheiro o problema, se é que alguma vez se chegou a essa fase das negociações.
Desde cedo ficou claro que muito dificilmente o Grande Prémio da China seria realizado em 2023, sendo o caminho mais óbvio o seu cancelamento pelo quarto ano consecutivo, devido à manutenção da política de casos zero, no âmbito da COVID-19, por parte do governo de Pequim.
Sendo a prova chinesa a terceira da temporada, duas semanas depois da prova da Austrália e duas antes da do Azerbaijão, a FOM não desejava um hiato tão extenso entre dois eventos logo no início da temporada.
Foi, portanto, que, quando o Grande Prémio da China foi oficialmente cancelado no início do mês, que surgiram rumores de diversas provas interessadas em ficar com a vaga criada pela ausência da corrida de Xangai.
Rapidamente foi aventado de forma mais ou menos informada um regresso a Portugal ou à Turquia, que foram eventos de recurso durante a COVID-19, e França, que perdeu a sua prova, mas na verdade a primeira opção da FOM foi tentar convencer, sem sucesso, os promotores azeris a antecipar o seu Grande Prémio em uma semana.
A decisão da entidade que gere os destinos comerciais da Fórmula 1 relacionava-se com questões logísticas, uma vez que a prova chinesa estava encravada entre a da Austrália e a do Azerbaijão, não sendo exequível ir da Oceânia para a Europa para depois apontar azimute à Ásia e, uma semana depois, estar em Miami.
Era, portanto, pouco provável que qualquer circuito do Velho Continente pudesse ocupar a vaga deixada pelo Grande Prémio da China, mesmo Istambul Park acabou por ficar de fora, apesar da sua maior proximidade com a Baku.
Isto não significa que não tenham existido contactos entre a FPAK, Autódromo Internacional do Algarve e a FOM, mas estes não passaram de uma fase exploratória, até porque do lado das equipas havia resistência a uma prova que obrigasse uma viagem à Europa entre os Grandes Prémios da Austrália e do Azerbaijão.
Claro que seria fantástico ter uma vez mais uma corrida de Fórmula 1 no Algarve, quer para os adeptos, que teriam uma vez mais a possibilidade ver os pilotos e carros da categoria máxima do automobilismo mundial, quer para a região algarvia que, numa época baixa, teria hotéis, restaurantes e empresas de rent-a-car na sua capacidade máxima, levando a um impacto económico superior aos 150 milhões de euros.
No entanto, desta feita não foram questões financeiras o principal óbice ao regresso do Grande Circo ao nosso país, muito embora sejam sempre um factor, e desde o início que esta ‘candidatura’ a um Grande Prémio de Portugal estava na prática condenada ao insucesso.
Fiquei com muita pena mesmo de não se realizar no Algarve. Estive presente na última prova do GP do Estoril e estava a considerar, agora que tenho a vida definida, ir novamente assistir a um GP no meu país. Ainda vou avaliar se irei à Catalunha ou a Spa.
Agora é dito que os contactos não passaram a fase exploratória e que era pouco provável que existisse prova de substituição (algo que a CS estrangeira a seu tempo dizia). No entanto o Autosport andou dias a dizer “está quase” “quando ler este artigo já poderá estar decidido”. Clickbaiting e mais um furo do sr das estatísticas