GP de França F1: 10 lições de Paul Ricard

Por a 26 Julho 2022 13:15

Eis os pontos de destaque e o que aprendemos no GP de França:

Luta pelo título está difícil para Leclerc

Ou a falta de fiabilidade do F1-75 ou erros próprios já retiraram a hipótese de Charles Leclerc ter somado muitos e importantes pontos. A responsabilidade de não vencer o título, que está cada vez mais próximo de acontecer, tem de ser partilhada entre a Ferrari e o seu piloto. O monegasco foi duro consigo mesmo após o incidente em Paul Ricard e o seu mais direto adversário não gostou muito de vencer sozinho, no entanto a realidade é que Max Verstappen está um piloto mais completo e maduro e Leclerc ainda tem de muito caminho pela frente se quiser ser campeão do mundo de Fórmula 1. 

Ferrari continua a perder muitos pontos

As decisões estratégicas da Ferrari são cada vez mais contestadas pelos seus fãs e adeptos depois de algumas “manobras” que foram difíceis de entender. Carlos Sainz saiu em defesa da equipa durante o fim de semana passado, mas houve uma altura na corrida, depois do acidente de Leclerc, que a equipa perdeu o rumo e podia ter colocado em causa a prova do único carro que ficou em pista. 

Aos poucos durante a primeira metade da época, a Ferrari foi perdendo pontos e contacto com a Red Bull no mundial de construtores e tem apenas 44 pontos de vantagem para a Mercedes, que teve de ultrapassar muitos desafios até agora. 

Melhor resultado da época para a Mercedes

Ainda não foi uma vitória, e isso pode nem acontecer tão cedo, mas o segundo e terceiro lugar de Lewis Hamilton e George Russell foram os melhores resultados em corrida (sem contar com a soma da Sprint e dos pontos conquistados na corrida da Áustria). 

Para uma equipa que ainda não tem um carro capaz de lutar com Ferrari e Red Bull, todos os elementos da Mercedes podem estar satisfeitos com o trabalho desenvolvido, principalmente em termos de fiabilidade do W13, já que estão a 44 pontos de uma das candidatas ao título, a Ferrari. 

Carlos Sainz está melhor do que Sergio Pérez nesta fase

Carlos Sainz foi o piloto da corrida francesa e mostrou estar numa ótima fase da época, depois de um início titubeante. O que aconteceu na Áustria foi um azar, uma pedra no caminho do espanhol, que no particular com o “segundo” piloto da Red Bull está mais forte neste momento.  As atualizações da Red Bull colocaram Sergio Pérez desconfortável no RB18, enquanto Sainz está mais à vontade aos comandos do F1-75 e somou mais pontos desde o GP do Canadá do que o seu adversário. 

Luta Alpine vs. McLaren animou

À semelhança da batalha intensa do ano passado entre Ferrari e McLaren, a equipa de Woking vê-se envolvida novamente na discussão do “segundo pelotão” desta vez com a Alpine. Em Paul Ricard, Fernando Alonso bateu Lando Norris e Esteban Ocon fez o mesmo a Daniel Ricciardo. O piloto britânico da McLaren afirmou que o Alpine foi sempre mais rápido e que sem as atualizações o MCL36 estaria ainda mais lento do que o carro rival. Veremos como as equipas vão continuar a desenvolver os seus monolugares e se nenhuma das duas dá um passo em falso. 

Red Bull não tem o melhor monolugar

Christian Horner explicou após a corrida francesa que os resultados da equipa são muito melhores do que esperava. O RB18 é um dos melhores carros da grelha, mas parece nesta fase estar um pequeno passo atrás do Ferrari. Coloca mais dificuldades aos pilotos para gerir os pneus e perde para o carro italiano na saída das curvas, conseguindo recuperar nas retas, mas até aí a Ferrari trabalhou bem no carro.

Espera-se uma resposta em termos de desenvolvimento da Red Bull após a pausa de verão, mas não terá o mesmo peso das anteriores. 

AlphaTauri tem Aston Martin por perto

O percurso da AlphaTauri esta época nada tem a ver com os anos anteriores. A equipa italiana voltou a não conquistar qualquer ponto em França, depois de Pierre Gasly ter dado boas indicações nos treinos livres, algo que acontece com alguma regularidade. No entanto, em corrida os resultados não aparecem e desde o GP do Azerbaijão que nenhum dos dois pilotos da equipa pontua. Em sentido contrário está a Aston Martin, se bem que o grande pacote de desenvolvimento no AMR22 não se traduz em muitos mais pontos conquistados, a equipa britânica soma 4 pontos entre o mesmo período que Gasly e Tsunoda ficam em branco.

Em Paul Ricard a corrida terminou com uma luta dura entre Lance Stroll e Sebastian Vettel, o que apimenta ainda mais a “novela” da continuação, ou não, do piloto alemão na equipa. 

Haas em situação complicada para produzir componentes

As atualizações da Haas foram adiadas de Silverstone, GP que marcaria a apresentação dos novos componentes da equipa norte-americana, para Paul Ricard e mais tarde para Budapeste. Em causa esteve a necessidade de produzir peças para substituir as danificadas nos muitos acidentes dos pilotos da equipa, que atrasou todo o processo. E mesmo assim, segundo Günther Steiner, as atualizações podiam ainda ter sofrido novo atraso, mas a equipa foi capaz de produzir apenas um conjunto de novos componentes para o GP da Hungria. Será responsabilidade de Kevin Magnussen experimentar o pacote de desenvolvimento e se possível sem os danificar. 

Discussão sobre fundos e porpoising vai continuar

A discussão entre equipas e FIA sobre a diretiva técnica e a alteração do regulamento técnico por causa do efeito oscilatório continua e parece não ter fim à vista. Com boas corridas dentro de pista e tanto por dissecar após cada fim de semana, esta polémica seria desnecessária. Há pontos de vista e argumentos de ambas as partes a ter em conta, mas a grande questão é a possibilidade de alteração de forças dentro do pelotão, e claro, uns serão beneficiados e outros prejudicados. 

Teme-se que esta discussão de arraste e marque a época fora de pista. 

Pode ter sido o adeus a Paul Ricard

A corrida do fim de semana passado pode ter sido a última da Fórmula 1 no circuito de Paul Ricard. Sem o calendário definitivo para 2023 é impossível oficializar a saída do traçado francês da competição, mas parece seguro dizer que há um risco muito sério de acontecer.

Novos locais e o regresso de outros ao calendário da Fórmula 1 podem levar a que Spa-Francorchamps e Paul Ricard fiquem sem espaço em 2023. Vamos ver o que o futuro nos reserva.

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