GP de Espanha F1: Só a chuva poderá travar Max Verstappen
Depois de ter conquistado a pole-position para o Grande Prémio de Espanha, parece uma inevitabilidade que Max Verstappen conquiste a sua quinta vitória da temporada, podendo ser a possibilidade de chuva a sua maior adversária.
Enquanto os seus oponentes erram ou têm problemas, para o neerlandês tudo corre sobre carris, tal como o Red Bull RB18 Honda nas suas mãos. Bastou-lhe uma volta lançada na Q3 para assegurar a sua quarta pole-position da campanha e por uns expressivos 0,462s para Carlos Sainz, que no renovado Ferrari ficou no segundo posto da grelha de partida.
Mas o mais significativo para Verstappen é que o único que poderia intrometer-se entre si e mais um triunfo, o seu colega de equipa, voltou a errar, depois de batido na qualificação do Mónaco, e dificilmente poderá estar em condições de contrariar o líder do Campeonato de Pilotos.
O Circuit de Barcelona – Catalunya parece ser feito à medida do Red Bull com curvas longas e rápidas seguidas de rectas, o que permite ao RB18 explorar a sua eficácia aerodinâmica.
Para além disso, o traçado espanhol exige muito dos pneus, exercício em que o carro de Milton Keynes supera a concorrência, sobretudo relativamente ao Ferrari que Verstappen terá ao seu lado.
O ano passado o Bicampeão Mundial venceu a prova espanhola com três paragens, mas a Pirelli aponta que este ano o caminho mais rápido para realizar as sessenta e seis voltas que compõem o Grande Prémio espanhol será de passar duas vezes pelas boxes, arrancando com pneus macios para depois adoptar os duros até à bandeira de xadrez.
Se a pista estiver seca, dificilmente alguém poderá contrariar o ascendente de Verstappen, centrando-se o interessa da corrida na luta pelo segundo lugar.
Os grandes candidatos à vitória atrás de Verstappen são Sainz e Lewis Hamilton, ao passo que Fernando Alonso reduziu as suas possibilidades de subir ao pódio frente aos seus adeptos com uma saída de pista logo no início da qualificação.
Porém, num circuito em que os pneus sofrem bastante, para que o espanhol da Ferrari possa assegurar o seu primeiro pódio no seu país, o novo pacote aerodinâmico da ‘Scuderia’ tem de dar um salto competitivo claro, uma vez que a gestão das borrachas da Pirelli tem sido um dos grandes problemas do monolugar transalpino.
Isso poderá deixar Hamilton numa boa situação, uma vez que apesar de o Mercedes não ter a velocidade pura do Ferrari, é mais simpático para os pneumáticos.
Em circunstâncias normais, Alonso seria o principal candidato ao segundo lugar, mas a arrancar de oitavo – devido à penalização de Pierre Gasly – e com a velocidade de ponta limitada do Aston Martin não lhe será fácil recuperar e colocar-se em contenção por um lugar no pódio.
Já Sérgio Pérez, com a superior velocidade de ponta do Red Bull RB18 Honda, será seguramente um contendor ao segundo posto e assegurar mais uma dobradinha para a equipa de Milton Keynes.
Outro factor de interesse será ver até onde Charles Leclerc poderá recuperar, sendo quase certo de que arrancará da via das boxes, uma vez que a Ferrari terá de fazer uma verificação aprofundada do misterioso problema que impediu que o monegasco saísse da Q1.
Se a questão for corrigida, a recuperação de Leclerc poderá ser mais um indicador da validade do novo pacote técnico da ‘Scuderia’.
No entanto, existe 60% possibilidades de chover a partir 14h00 e esta será a grande adversária de Verstappen. Não que o neerlandês não seja um excelente piloto com pista molhada, mas porque a chuva acrescenta um risco do qual ele não precisa. Existe sempre a possibilidade de ser apanhado por um ‘aquaplaning’ ou no caso de as condições mudarem durante a corrida encontrar-se com os pneus errados no pior momento, o que lhe pode custar a vitória.
Mesmo na chuva, Verstappen será o favorito ao triunfo no Grande Prémio de Espanha, mas os riscos serão seguramente maiores, e quando um piloto tem um carro superior, o que deseja é uma corrida sem grandes momentos de excitação – quando mais aborrecida melhor…
Foto Philippe Nanchino