GP de Espanha: Bottas esteve imperturbável no comando do Segundo Pelotão
A Alfa Romeo vinha a evidenciar-se na luta do Segundo Pelotão, tendo mesmo incomodado a Mercedes em Miami, mas no Grande Prémio de Espanha eram diversas as equipas que estreavam novos pacotes aerodinâmicos, o que poderia alterar o equilíbrio de forças. No entanto, a equipa de Hinwil manteve o seu ascendente e Valtteri Bottas voltou a impor-se atrás das “Três Grandes” na prova espanhola.
O fim-de-semana não começou da melhor forma para a formação que carrega o nome do histórico construtor de Arese e para o finlandês, com a unidade de potência deste a sofrer problemas logo no início da segunda sessão de treinos-livres, o que o impediu de completar mais de três voltas ao Circuit de Barcelona – Catalunya.
A falta de quilómetros era especialmente penalizadora dado que Bottas era o único a poder beneficiar do novo pacote aerodinâmico do Alfa Romeo C42, sendo imperativo que pudesse rodar de modo a poder confirmar os dados gerados no túnel de vento e nos simuladores, para além de ser necessário encontrar a melhor afinação com um carro que tinha um comportamento diferente daquele que tinha realizado as primeiras corridas da temporada.
No entanto, depois de um terceiro treino-livre produtivo, Bottas guindava-se ao sétimo lugar da grelha de partida a oito décimos da marca da pole-position e a menos de um décimo de Lewis Hamilton.
O maior rival do finlandês era Kevin Magnussen, que se qualificou na oitava posição a apenas setenta e quatro milésimos de segundo do recruta da Alfa Romeo.
Contudo, o desafio que poderia ser protagonizado pelo piloto da Haas esfumou-se logo na primeira volta, quando na Curva 4 se encontrou com Hamilton, saindo de pista.
O sueco regressaria à corrida, mas muito atrasado e com uma passagem pelas boxes, acabaria num distante décimo sétimo lugar – muito pouco para o que tinha prometido no sábado.
Bottas perdia um lugar para Mick Schumacher na primeira volta, mas rapidamente se viu livre do alemão, lançando-se para uma caminhada solitária no comando do Segundo Pelotão.
A principal ameaça, ainda que ténue, ao ascendente de Bottas vinha de Esteban Ocon, que tinha realizado um bom arranque desde o décimo segundo posto da grelha de partida, chegando a sexto, no encalço do piloto da Alfa Romeo, na sexta volta.
O francês da Alpine com pneus macios novos, contra macios usados do finlandês, conseguiu manter-se na esteia do homem da equipa que empunha as cores da marca de Arese até às paragens nas boxes, na décima terceira volta estavam separados por 4,3s, mas ainda assim verificava-se um ligeiro ascendente de Bottas.
Numa corrida em que o muito calor obrigava a uma estratégia de duas paragens, pelo menos, havendo quem equacionasse três passagens pelas boxes, foi após a primeira troca de pneus que se viu a verdadeira diferença entre o Alfa Romeo e o Alpine.
Com uma estratégia de duas paragens em mente, Bottas, com um ritmo inalcançável para Ocon, abriu uma vantagem superior a dezoito segundos, quando estavam completadas trinta e três voltas.
Na volta seguinte, o finlandês realizava a sua derradeira troca de pneus, sendo imitado pelo gaulês na passagem seguinte pela linha de meta.
Porém, apesar de Ocon poder atacar, dado a Alpine ter optado por uma táctica de três paragens, e de Bottas ter de gerir os seus pneus, uma vez que escolhera terminar a corrida com o jogo que tinha no carro, ao longo das dezasseis voltas seguintes, o francês apenas conseguia recuperar perto de três segundos, o que o deixava sem qualquer possibilidade de poder se bater com o homem da Alfa Romeo pelo comando do Segundo Pelotão.
No seu último “stint”, o piloto da Alpine apenas recuperou o tempo que perdera com a sua passagem extra pelas boxes, terminando no sétimo lugar a 23,4 segundos de Bottas.
O triunfo do recruta da Alfa Romeo na batalha pelo Segundo Pelotão nunca esteve em causa verdadeiramente e a ameaça do francês da Alpine foi sempre muito ténue.
A grande questão para o finlandês era se, com uma estratégia de três paragens, a de duas revelou-se menos rápida, poderia suster as recuperações de Carlos Sainz e Lewis Hamilton, que tinham tido problemas no início da corrida.
Não seria fácil, mas com pneus mais frescos, mesmo com mais uma paragem, talvez Bottas estivesse em melhores condições para contrariar os ataques destes dois pilotos.