GP da Bélgica de F1: Max Verstappen é favorito, mas…
O evento do Grande Prémio da Bélgica tem estado envolto em grande indefinição devido às condições climatéricas e, muito embora Max Verstappen seja o grande favorito ao triunfo, o cenário pode não ser inteiramente favorável ao piloto da Red Bull.
Até agora, o Bicampeão Mundial maximizou todas as oportunidades, sendo o mais rápido nas duas ‘qualificações’ e vencendo ainda a corrida Sprint, apesar de Oscar Piastri ter passado pelo comando.
Mas nem tudo correu da melhor forma ao neerlandês que abordou fim-de-semana sabendo que teria de cumprir uma penalização de cinco lugares da grelha de partida por ter montado a sua quinta caixa de velocidades da temporada.
O ideal para Verstappen seria que o Grande Prémio da Bélgica fosse disputado no seco, de forma a poder aproveitar o potencial do seu monolugar para rapidamente ascender ao comando, ainda que, desta feita, Sergio Pérez esteja no segundo posto da grelha de partida, podendo ser um adversário mais duro para o seu colega de equipa.
Porém, existem fortes possibilidade de, à semelhança do que tem acontecido ao longo do fim-de-semana, de a chuva poder fazer a sua aparição e baralhar tudo.
Basta recordar o que aconteceu na Q2 da Qualificação, quando Verstappen, numa pista com tendência a secar, esteve muito perto de ser eliminado, o que o deixaria numa situação mais difícil.
Como se verificou, tanto na qualificação como na Sprint Shootout, o Red Bull numa volta não consegue exprimir todo so seu potencial, mas em configuração de corrida esmaga completamente a oposição, principalmente, nas mãos do Bicampeão Mundial.
No entanto, se a chuva voltar a aparecer durante o Grande Prémio, os riscos de algo correr mal na prova de Verstappen elevam-se exponencialmente.
A arrancar de sexto, se a pista estiver molhada, o uso do DRS será vedado, dificultando as ultrapassagens mesmo num circuito em que as oportunidades são evidentes, sobretudo, devido ao spray que obriga a que os pilotos tenham de rodar mais afastados para poderem ter uma visibilidade aceitável do que se passa à sua frente.
É também mais fácil cometer erros, muito embora Verstappen seja um piloto muito forte no molhado, ficando igualmente mais exposto aos erros dos outros, e no meio de carros é mais fácil que algo possa acontecer.
Para além de qualquer incidente que possa acontecer, numa situação em que a pista está em mudança – de seco para o molhado, ou vice-versa – é preciso acertar no momento certo para montar os pneus mais apropriados às condições, mas um piloto e uma equipa que têm fortes possibilidades de vencer, normalmente, correm menos riscos, posição em que Verstappen e a Red Bull se encontram.
Ao passo que equipas e pilotos que esperam um golpe de sorte para conquistar um resultado que, em condições normais, não estariam ao seu alcance, podem arriscar de modo que a corrida corra a seu favor.
Segundo a Pirelli, ‘crossover’ entre os slicks e intermédios está entre 1m54 e 1m55 e entre os intermédios e os pneus de chuva entre 2m04 e 2m05, havendo balizas claras, mas basta que uma equipa consiga ler melhor as condições da pista para mudar completamente a corrida.
Mas ainda assim, como se verificou na Sprint, o Red Bull RB19 nas mãos de Verstappen tem uma melhor gestão de pneus que qualquer um dos seus adversários e esse é um trunfo quer seja no molhado ou no seco.
Se a chuva não molhar a pista, dificilmente, a vitória poderá escapar a Verstappen, tal o ascendente que tem vindo a evidenciar ao longo de todo o fim-de-semana.
Ainda assim, o facto de as equipas não terem quaisquer dados sobre os pneus de seco deste ano em Spa-Francorchamps poderá criar alguma surpresa numa corrida em que é possível passar apenas uma vez pelas boxes para realizar as quarenta e quatro voltas, mas uma estratégia de duas paragens pode ser também bem-sucedida.
Max Verstappen parte de sexto e, ainda assim, é o favorito num cenário de grandes incógnitas e em que a chuva pode deixar o neerlandês em maiores dificuldades.