GP da Austrália F1: Notas AutoSport (top 3)
A primeira corrida do ano trouxe os ingredientes necessários para colar os fãs à TV. Haverá quem diga que a corrida teve poucas ultrapassagens e que a 10 voltas do fim o desfecho final era praticamente um dado adquirido, mas houve tantos motivos de interesse que é impossível achar que foi uma corrida desinteressante. Não foi a mais emocionante, mas foi um bom e leve aperitivo para o que aí vem.
Mercedes – A festa não chegou a domingo
O fim de semana começou com a Mercedes a dominar. Os treinos mostravam que o W09 era a máquina a ter em conta e em qualificação, Hamilton fez questão de mostrar o porquê de ter o recorde de poles com uma volta soberba. Na conferência de imprensa, o “bate boca” com Vettel fez correr muita tinta e vai certamente marcar o resto da época, mais ainda porque no domingo quem levou a melhor foi Vettel. A Mercedes tinha o carro mais rápido e Hamilton apontava para uma vitória simples, mas as desgraças da Haas viraram a desgraça da Mercedes. Um erro no software que monitoriza o intervalo que os carros precisam para os adversários, de forma a poderem ir para as boxes em segurança em caso de um Safety Car ou Virtual Safety Car deu a informação errada à equipa. É uma ferramenta que deveria evitar o que aconteceu na corrida… serem ultrapassados nas boxes. Hamilton não se chegou o suficiente a Vettel e quando chegou o VSC, a Ferrari teve a sorte da corrida, sem que a Mercedes conseguisse responder. Depois de ficar atrás de Vettel, seria sempre muito difícil a Hamilton passar o alemão, que é mestre na gestão de corridas na frente. O erro do #44 a 10 voltas do fim, sentenciou o resultado, pois a distância passou a ser de mais de 2 segundos. Hamilton fez tudo o que podia, mas o erro (algo pouco comum nesta fase da sua carreira) mostrou que o britânico sabia da importância psicológica desta vitória para Vettel e para a Scuderia. A luta está animada e ainda agora começou. Já Bottas hipotecou o seu fim de semana no sábado. O acidente que danificou a caixa de velocidade implicou uma penalização de 5 lugares, largando de 15º. Numa pista como Albert Park é fatal, mas ainda assim esperava-se um pouco mais do finlandês nas primeiras voltas. O segundo stint correu-lhe melhor e beneficiou do VSC. Mas precisa de fazer muito melhor e começa a época ainda mais pressionado depois do erro.
Lewis Hamilton – 8
Valtteri Bottas – 6
Mercedes – 7
Ferrari – Party Time
Mais uma vez Melbourne foi palco de uma vitória da Ferrari e mais uma vez graças a uma excelente jogada nas boxes. A sorte sorriu a Vettel e este não desperdiçou. O primeiro stint de Vettel foi fraco e depois da entrada nas boxes de Raikkonen e especialmente de Hamilton, não conseguiu encurtar distâncias. Assim, o alemão ficou mais tempo com os primeiros pneus e pagou para ver o que acontecia. Compensou e o VSC, aliado à distração da Mercedes, permitiu que Seb saísse na frente. O segredo da Scuderia foi ter dois carros a atacar apenas 1. Com a entrada nas boxes de Raikkonen, a Mercedes decidiu “cobrir” um possível undercut. Alguns apontam que foi um erro e que Hamilton deveria cobrir Vettel mas Raikkonen estava mais forte nesta altura. Um “dois para um” em que a Mercedes decidiu mal, mas se não houvesse o VSC, teria sido a jogada certa e o resultado teria sido outro. Depois de passar para a frente… Vettel fez o que sabe melhor. Gerir a corrida e não permitir que o segundo o incomode em demasia. Uma boa corrida do alemão com alguma sorte à mistura, mas que também faz parte do desporto. Kimi começou a época mais maldisposto que o normal. No sábado não alinhou nas brincadeiras de Hamilton e hoje pareceu algo frustrado. Há uma comunicação com o engenheiro de pista em que ele lhe pede para não o lixar (com “F”) pois minutos antes tinha lhe dito para gerir o andamento e depois pediu-lhe para puxar. Kimi deve ter sentido em demasia que estava a ser o número dois e exprimiu o seu desagrado… não se exprimindo. No primeiro stint esteve muito bem, mas no segundo baixou, talvez já desapontado com o desfecho. Mas é claro para todos que Vettel é o nº 1 e Kimi terá de lutar muito para contrariar isso.
Sebastian Vettel – 8
Kimi Raikkonen – 7
Ferrari – 9
Red Bull – O futuro promete, mas a primeira corrida podia ter sido melhor
É uma tradição que já tem algum tempo, mas a Red Bull parece ter mesmo dificuldade em dar-se bem em Melbourne. Na sexta e no sábado vimos uma equipa ao nível que se esperava… perto da Mercedes e Ferrari, embora com a limitação do motor, que não permite jogar o mesmo jogo que os adversários. Na qualificação tentaram agitar as águas e fizeram o melhor tempo da Q2 com os super-macios para tentar uma estratégia alternativa no domingo. Para não variar muito, Ricciardo cedo percebeu que teria dificuldade em quebrar o enguiço e ser o primeiro australiano a ficar classificado no top 3 no GP de Melbourne (já subiu ao pódio, mas não contou, em 2014). Uma penalização por não ter diminuído o suficiente a velocidade numa altura em que havia bandeiras vermelhas em pista na FP2 custou três lugares de penalização e dois pontos na super-lincença. Esperava-se que Max Verstappen conseguisse ameaçar o pódio, mas o holandês não esteve particularmente bem nesta corrida. Acumulou erros, um deles significativo, que o fez perder várias posições e mostrou um nervosismo pouco habitual. O carro não estava em perfeitas condições e o piloto queixou-se de subviragem desde a qualificação. Talvez tenha sido esse o maior problema de Max que não fez render os super-macios como previsto (não foram o melhor pneu para esta pista), pois sobreaqueceram demasiado depressa. Mas esperava-se mais do jovem da Red Bull. Ainda escapou a uma penalização por ter passado Alonso sob VSC quando este cruzou a linha de saída das boxes. O holandês abriu caminho ao espanhol e escapou à penalização. Já Ricciardo foi de faca nos dentes para a pista e conseguiu algumas manobras interessantes e esteve perto de chegar ao pódio. Uma boa corrida por parte do Australiano que provou que o domingo é o seu dia mais forte.
Daniel Ricciardo – 9
Max Verstappen – 6
Red Bull – 7
(Continua)
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Quando leio “limitar” no mundo da F1, irrita pk vejo que a F1 já não é como antigamente
“Não podes andar rápido tens de poupar o motor, os pneus, o combustível, etc….”
Enfim
Porque na F1 há 30 anos atrás nunca pouparam nada…. por isso ficavam na berma da estrada sem gota.
Concordo com a análise, apenas acho que a pontuação dada ao Kimi não é justa. Foi um dos seus melhores desempenhos desde que regressou à Ferrari, em pista esteve soberbo, tanto na qualificação como na corrida. Não fosse o azar do VSC e uma estratégia que nunca foi concebida para o ajudar, o 2º lugar estava no bolso.
Discordo com algumas coisas nomeadamente com as pontuações de todos à excepção de Rcciardo. Vettel merecia mais porque venceu a corrida, Hamilton também merecia mais porque fez o suficiente para ganhar e só não ganhou porque a equipa fez asneira, mas depois tentou bastante para voltar a primeiro, o Kimi também merece mais porque foi um dos seus melhores fim de semanas dos últimos tempos. Já Verstappen assim de repente não me lembro de uma corrida tão fraca por parte do holandês, e Bottas também fez uma corrida muito aquém para o carro que tem nas mãos
Acho que o Kimi fez melhor corrida que o Vettel, talvez, como já foi referido a sua melhor corrida desde que voltou à Ferrari, o Vettel não ganha com uma excelente estratégia nas boxes, ganha porque houve um VSC antes dele efetuar a sua troca de pneus, o Alonso também aproveitou esse VSC.
Em relação aos 3 primeiros a estratégia da Ferrari foi de ter a “lebre” de Raikkonen a atacar Hamilton e Vettel a poupar os pneus até à última como se viu nas imagens de Tv dos pneus de Vettel à entrada nas boxes.
A Ferrari este ano vai contar com 2 grandes muletas a trabalhar para eles :a Haas e a Sauber.Ontem esteve de serviço a Haas e à pala disso meteram já no bolso uma vitória. Noutras situações será a vez da Sauber trabalhar para a coisa não dar muito nas vistas e parecer normal. E situações como a de ontem, onde ou parecidas,vão repetir-se ao longo da época. Para certa gente pelos vistos, vale tudo para ganhar de que maneira fôr. Mesmo manipulando habilmente corridas parecendo que foi tudo obra do acaso e da sorte! Pois! Como maquele ditado que diz:… Ler mais »
zzzz….mais arroz??
Bom, foi uma corrida muito monótona, diria até demasiado, até ao milagroso Safety Car, “Santos” mecânicos de Has, sem eles, este GP teria pouca ou nenhuma história. Apesar de esta ser apenas a primeira prova, perdi as esperanças em definitivo sobre um campeonato disputado, Com esta geração de Motores, ninguém vai chegar a Mercedes, gerem as corridas a seu belo prazer, tamanha é a superioridade, se tem ou não “Party mode” pouco importa, estes motores tem alguma coisa que os outros não tem, ponto final, assim que para os outros ganharem tem que acontecer um problema de Estratégia, Fiabilidade ou… Ler mais »
Salvo devido respeito, discordo da análise do Fábio Mendes, e da teoria que aqui já li de que ontem a Ferrari discriminou o Kimi. É que nunca vejo mencionado que o Vettel também ganhou 5 segundos no T1 ( parcial1) na volta em que entra nas boxes, o que “avariou” os computadores da Mercedes. Isto é, no momento de entrada do VSC o Vettel estava no ponto A já tendo feito o 1º sector a todo o gás , enquanto o LH vinha atrás no ponto B . Essa distancia entre os 2 pontos (AB) o LH teve que a… Ler mais »
Tal como disse o Ricciardo após a qualificação na Austrália, a potência extra debitada pelo motor Mercedes no novo e radical modo de qualificação, o tal “party mode”, é assustadora!
O problema maior, é que toda essa potência pode tornar-se indomável e perigosa. E que o diga o Bottas, que ao entrar nesse “modo festa” durante a qualificação, ia-se partindo todo.