GP Cidade do México de Fórmula 1: Gasly verga Ferrari
A Ferrari esperava poder liderar o segundo pelotão no Grande Prémio do México e até incomodar as duas equipas da frente, mas acabou batida por Pierre Gasly que, com uma performance irrepreensível, conquistou o quarto lugar, impondo-se atrás da Red Bull e de Lewis Hamilton.
A “Scuderia” protagonizou uma subida de forma assinalável desde que introduziu o seu novo sistema híbrido e num circuito de elevada altitude em que o pacote aerodinâmico a usar era o de maior carga, o do Mónaco, onde Charles Leclerc conquistou a sua primeira pole-position da temporada, esperava estar confortavelmente à frente do segundo pelotão.
No entanto, logo na sexta-feira os pilotos da Ferrari passaram por algumas dificuldades, dado que o SF21 não se estava a dar bem com as condições da pista mexicana, que estava bastante suja e escorregadia, o que acabou até por apanhar o piloto monegasco, que teve uma saída de pista na entrada da Aperaltada, batendo ligeiramente nas barreiras de proteção e danificando a sua asa traseira.
Por seu lado, com o grande à-vontade da Honda nas elevadas altitudes, os Alpha Tauri mostravam-se muito competitivos desde o primeiro momento em que entraram em pista, tendo até Yuki Tsunoda, que está a experimentar uma subida de forma, sido um forte candidato aos lugares entre os dez primeiros.
No entanto, o japonês tinha o seu fim-de-semana condicionado pelo facto de ter montado novos motor de combustão interna, turbo, MGU-H e MGU-K, o que o atirava para o fundo da grelha de partida e para fora da luta pelos pontos.
A McLaren, por seu lado, esperava um Grande Prémio do México difícil e os tempos de sexta-feira confirmavam-no, decidindo trocar o motor de combustão interna, turbo, MGU-H de Lando Norris, o que o confinava às últimas posições da grelha de partida.
No sábado, assistiu-se a uma melhoria de forma das duas equipas que lutam pelo terceiro lugar do Campeonato de Construtores, mas ainda assim a Alpha Tauri estava um passo à frente e com Tsunoda a “rebocar” Gasly durante a Q3, o francês alcançava um confortável quinto lugar na grelha de partida, deixando Carlos Sainz a uns massivos três décimos de segundo.
Daniel Ricciardo aproveitava também o cone de aspiração de Lando Norris dividia os dois Ferrari, beneficiando da performance menos forte de Charles Leclerc.
Gasly vencia assim o primeiro embate, mas faltava ainda a corrida e o arranque seria determinante para o desfecho do Grande Prémio do México, dado que a longa aceleração até à primeira curva, significa que o cone de aspiração deixa os pilotos que o concedem expostos a ataques vindos de trás.
O francês arrancou bem, mas Ricciardo parecia uma seta, discutindo a travagem com Sérgio Pérez, terceiro na grelha de partida, mas ao queimar a travagem, acertou ligeiramente na roda traseira de Valtteri Bottas, o “poleman”, lançando o Mercedes para um pião e criando o pânico no pelotão.
O finlandês e o australiano, com uma passagem pelas boxes para trocar a sua asa dianteira, ficavam com as suas corridas comprometidas, ficando fora da luta pelos pontos, ao passo que Mick Schumacher e Yuki Tsunoda, sem espaço, ‘ensanduichavam’ Esteban Ocon, abandonando os dois. O francês da Alpine, milagrosamente, conseguia continuar.
Com o Safety-Car em pista, Gasly seguia em quarto, tendo no seu encalço Leclerc, ao passo que Sainz, na confusão, perdia posições, rodando em sétimo na traseira do Alfa Romeo de Antonio Giovinazzi.
Contudo, com o espanhol rapidamente se viu livre do italiano, quando a corrida foi retomada na quinta volta, parecendo ligeiramente mais rápido que o seu colega de equipa, que não conseguia acompanhar o ritmo do piloto da Alpha Tauri.
O monegasco caiu para quatro segundos do Gasly e sempre que tentava ganhar tempo, este tinha resposta pronta, impedindo qualquer aproximação do piloto da Ferrari e num circuito em que o “undercut” é poderoso, isto foi uma mais-valia para a corrida do jovem da Alpha Tauri.
Na trigésima volta Leclerc entrou na boxe para deixar os pneus médios e montar duros novos, mas a formação de Faenza respondeu na volta seguinte, invalidando qualquer possibilidade de haver troca de posições entre os dois.
Porém, a Ferrari tinha o luxo de ter um segundo carro em confronto com Gasly e estendeu o primeiro “stint” de Sainz, de modo que este pudesse ficar com pneus mais frescos para o final da corrida.
O espanhol estendeu o seu primeiro turno até à quadragésima segunda volta, doze depois de Leclerc e onze depois de Gasly, saindo a nove e doze segundos destes dois, respectivamente.
De facto, Sainz era mais rápido que o seu colega de equipa e este deixou passar o espanhol, pouco depois de receber ordens da Ferrari, mas nunca conseguiu ter um impacto visível no francês que seguiu para o quarto lugar com toda a justiça, vencendo a corrida do segundo pelotão.
No campo da Scuderia, depois de ter ficado claro que Sainz não conseguiria roubar a posição a Gasly, foi ordenada nova troca de posições, ficando Leclerc em quinto e o espanhol em sexto.
Ainda assim, sem conseguir o resultado a que aspirava, a Ferrari passava para o terceiro lugar no Campeonato de Construtores, beneficiando das contrariedades da McLaren, que somava apenas um ponto com Lando Norris, que arrancara de décimo oitavo.
Sebastian Vettel voltava aos dez primeiros, com o sétimo posto, assim como Kimi Raikkonen, oitavo, ao passo que Fernando Alonso, num fim-de-semana em que a Alpine não estava competitiva, conseguiu somar dois pontos, o que não impediu a aproximação da Alpha Tauri nas contas do quinto lugar do Campeonato de Construtores.