GP China F1: Notas AutoSport

Por a 17 Abril 2018 10:00

Terceira corrida do ano e terceiro espectáculo digno da F1. Uma corrida entusiasmante, com mais acção do que nas anteriores e novamente com um vencedor inesperado. A Red Bull mostrou um excelente ritmo de corrida nos treinos mas o azar de Ricciardo no TL3 fazia antever mais um fim de semana para esquecer. Nada mais longe da verdade pois no final, foi uma corrida para relembrar durante muito tempo.

 

 

Red Bull – Uma exibição de luxo… de quase todos

A Red Bull tem a saudável tendência de ressurgir mais forte depois de momentos mais negativos, uma característica que se vincou ainda mais nos primeiros tempos da era turbo-híbrida. O fim de semana do Bahrein foi péssimo a todos os níveis e a equipa tinha de regressar em força. Os primeiros indícios nos testes eram positivos, mas a falha no turbo de Ricciardo trouxe de volta o fantasma da fiabilidade  (ou falta dela). A equipa fez um trabalho espantoso e num curto espaço de tempo tratou de colocar o carro do australiano de volta à pista, 2 minutos antes do final da Q1. Um esforço louvável que teve o merecido prémio no domingo. Verstappen largou melhor e era o que estava em melhor posição para atacar enquanto Ricciardo estava atrás afastado dos lugares do pódio. O Safety Car caiu do céu para a Red Bull que numa decisão relâmpago, trouxe os carros para as boxes, “calçou” os macios e foi em busca dos primeiros lugares. A partir daí Verstappen borrou a pintura e Ricciardo brilhou. O #3 fez ultrapassagem de alto calibre, confirmando o seu estatuto de melhor “ultrapassador” do grid. Uma vitória inteiramente merecida pelo esforço da equipa (duas duplas paragens orquestradas na perfeição) e pelo talento de  Ricciardo. Verstappen é que está provavelmente na pior fase da sua carreira na F1. Erros graves que têm custado corridas, um rótulo de Kamikaze que não lhe fica nada bem e uma postura demasiado nervosa e errática em pista. No confronto com Hamilton arriscou em demasia e perdeu o lugar para Ricciardo (Alonso na mesma curva levantou o pé e esperou por melhor oportunidade, sabendo que a aderência por fora era menor). Verstappen tem tudo para ser um grande nome da F1 mas está numa fase negativa e deve repensar a sua postura em pista. Com 4 anos de F1 e com o seu talento, são manobras complicadas de desculpar. Mas ao menos teve a humildade de reconhecer o erro e não fugir às responsabilidades.

 

Daniel Ricciardo – Nota 10

Max Verstappen – Nota 3

Red Bull – Nota 10

 

Mercedes – Um gato preto à solta na box

Não deverá haver pessoas mais frustradas com os recentes acontecimentos quanto os estrategas da Mercedes. Na primeira corrida tiveram azar, na segunda deixaram a vitória escapar entre os dedos e na terceira foi novamente um Safety Car a estragar as contas à equipa. Bottas tinha a liderança da corrida e estava lançado para ir até ao final com os pneus médios, mas o Safety Car saiu para a pista e a equipa não acreditou que valesse a pena arriscar nova paragem. Inicialmente pensou-se que a Mercedes não teve hipótese de trazer os carros para a box mas Wolff admitiu depois que foi uma opção da equipa que não rendeu. A dificuldade em ultrapassar é tão grande que as equipas estão a arriscar mais em paragens únicas, pois acreditam que a posição em pista é mais valiosa que o diferencial de tempo com pneus novos. Ricciardo provou-lhe que afinal não é bem assim. Bottas esteve melhor que Hamilton e fez o que pôde para defender a sua posição. O finlandês esteve novamente bem mas no primeiro stint ficou a ideia que estava a deixar escapar Vettel. Depois da paragem fez uma grande primeira volta e conseguiu passar Vettel nas boxes. Não deslumbra mas cumpre. Hamilton classificou o fim de semana como “horrível” sem andamento para mais e sem a motivação de outras corridas. A pressão na equipa começa a fazer-se sentir e a Mercedes parece estar um pouco atrás da Ferrari e até da Red Bull.

Valtteri Bottas : Nota 8

Lewis Hamilton: Nota 7

Mercedes: nota 6

 

Ferrari – Desta vez apostaram mal as fichas

Se até aqui tinham sido mais fortes no plano estratégico, na China, a Ferrari não esteve ao nível das corridas anteriores. A estratégia de Vettel não foi má e a decisão de o trazer para as boxes foi tomada no momento certo. Vettel tinha 23 segundos de vantagem e o tempo teórico perdido nas boxes era de 22 segundos. Mas uma sucessão de pequenos erros e um pit stop mais cauteloso deixou Vettel na segunda posição. A Ferrari deixou Kimi na frente da corrida com o intuito de servir de travão a Bottas e assim permitir a Vettel a reaproximação. Uma decisão que colocou Kimi no papel de nº2 mais uma vez. Ficou claramente com a pior estratégia mas o Safety Car mudou o paradigma da corrida e permitiu ao finlandês trocar de pneus e assim alcançar um terceiro lugar. Vettel por seu lado sofreu de um “Max Attack” que resultou numa queda até ao oitavo posto. A Ferrari voltou a mostrar um carro muito forte e está com um excelente andamento. No ano passado nesta fase eram também o carro “mais” do campeonato mas a Mercedes conseguiu responder a partir do GP de Espanha. Este ano a diferença entre o rendimento dos carros parece maior.

 

Kimi Raikkönen – nota 8

Sebastian Vettel – nota 7

Ferrari – nota 7

 

Renault – Hulkenberg sempre a pontuar

A Renualt mostrou-se mais perto do nível que se espera dela. Pelo menos Hulkenberg, pois Sainz está estranhamente longe das luzes da ribalta. Esperava-se uma luta muito mais acesa entre os dois  mas o alemão tem conseguido manter a sua regularidade característica, enquanto Sainz tem mostrado algumas dificuldades em chegar aos pontos. Mas finalmente mostraram-se claramente superiores a Haas e a estratégia com o Safety Car também foi a correcta. Um fim de semana positivo para a equipa francesa.

Nico Hulkenberg: Nota 8

Carlos Sainz: Nota 6

Renault: Nota 7

 

McLaren – Alonso apanhou o gosto aos pontos

É verdade que a McLaren tem de melhorar muito para chegar ao nível que pretendia no início. É verdade que o discurso dos responsáveis da equipa não é o melhor e depois de terem dito que foram demasiado ambiciosos na forma como fizeram a instalação da unidade Renault no chassis, agora disseram que foram pouco ambiciosos nos objectivos traçados ao nível da performance. Mas a única coisa garantida é que Alonso com um carro ainda longe do ideal consegue cumprir os objectivos da equipa. O espanhol é uma máquina de fazer render o pouco que tem. Desta vez a estratégia não foi a ideal e o Safety Car complicou a vida ao espanhol, mas mesmo assim subir de  13º para 7º não é nada mau. Já Vandoorne não teve uma corrida muito boa e ficou apenas em 13º O jovem belga é bom piloto mas tarda em mostrar algo mais, embora a bem da verdade a realidade da equipa não é a melhor para alguém que tem apenas 1 ano de F1.

Fernando Alonso: Nota 8

Stoffel Vandoorne: Nota 6

McLaren: Nota 7

 

Haas – Grosjean começa a não gostar da conversa

A equipa não esteve ao nível das primeiras corridas, mas a nota de destaque vai para a relação dos dois pilotos que promete aquecer muito. Magnussen tem estado claramente melhor que Grosjean mas o francês não gostou de ter sido “convidado” a abrir a porta ao dinamarquês, logo nas primeira voltas, ele que estava com os pneus mais rápidos. É certo que Magnussen ganhou logo tempo assim que passou o #8, mas se a equipa não gerir bem esta dupla pode vir a ter alguns dissabores. Magnussen foi buscar um pontinho e Grosjean teve uma corrida fraca e no final teve de regressar às boxes para troca de pneus pois os que tinha já estavam no arame, o que o fez cair para 17º.

Kevin Magnussen: Nota 7

Romains Grosjean: Nota 4

Haas: Nota 6

 

Force India – Safety Car não ajudou

Perez teve problemas no arranque e ficou logo numa situação menos positiva para encarar o resto da corrida e Ocon ainda esteve na luta com Alonso e a equipa tentou passar o espanhol nas boxes mas o truque não resultou e o Safety Car prejudicou as contas. Os problemas de correlação (as simulações não baterem certo com a realidade) continuam e a equipa terá de encontrar novas soluções para breve se quiser recuperar pontos.

 

Sergio Perez – nota 6

Esteban Ocon – nota 6

Force India – nota 5

 

Williams – Stroll é forte nos arranques

É um dos pontos fortes do piloto canadiano. Stroll é muito forte nas largadas e consegue recuperar várias posições nas primeiras curvas. Desta vez rendeu um 14º posto o que é mau para uma equipa como a Williams mas tendo em conta os mais recentes desenvolvimentos  a equipa mostrou um pouco mais. Sirotkin acabou em 15º.

Lance Stroll – Nota 7

Sergey Sirotkin – Nota 6

Williams   – Nota 5

 

Sauber – Leclerc com a cabeça à roda

O francês é um prodígio e não é por acaso que venceu a F3 e a F2 em anos consecutivos. Mas ultimamente tem mostrado uma tendência para fazer piões que não o favorece. Foi assim na qualificação no Barhein e neste fim de semana ficou por duas com a cabeça a andar à roda. Ericsson acabou em 16º num fim de semana claramente fraco em comparação com a performance mostrada na semana passada.

Marcus Ericsson – nota 5

Charles Leclerc – nota 4

Sauber – nota 4

 

Toro Rosso – Uma semana faz tanta diferença!

Gasly conquistou um brilhante quarto lugar no Bahrein e até se deu ao luxo de fazer uma “piadola” à conta de Alonso. Neste fim de semana não teve motivos para sorrir e borrou a pintura com um erro que prejudicou a equipa. Uma travagem falhada originou um toque com o colega de equipa e acabou com a corrida de ambos. Hartley desistiu com um problema de caixa (voltou a mostrar pouco embora tenha feito melhor que o colega a qualificação) e Gasly terminou em 18º.  Do 80 ao 8!

Pierre Gasly – Nota 4

Brendon Hartley – Nota 4

Toro Rosso – Nota 4

 

Próxima corrida está agendada para 29 de abril no Azerbaijão

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