GP Brasil F1: Ferrari dispara no Campeonato de Construtores
A Ferrari impôs-se na luta pelo 2º Pelotão no GP de São Paulo, muito embora a Alpha Tauri se tenha mostrado mais competitiva inicialmente. Quando faltam três provas para o final da temporada, a formação de Maranello parece ter uma mão no terceiro lugar dos Construtores, depois de mais um péssimo fim-de-semana para a McLaren.
Interlagos era o palco da terceira experiência com a Qualificação Sprint, o que deixava as equipas apenas com uma sessão para afinarem os seus monolugares para todo o evento, causando grande pressão aos engenheiros e mecânicos.
Algumas equipas, como foi o caso da McLaren Ferrari, Haas e Alfa Romeo, tinham ainda um início de fim-de-semana mais difícil, uma vez que atrasos nos voos da Cidade do México para São Paulo, devido a dificuldades climatéricas, deixava estas quatro estruturas sem os seus carros até ao início de tarde de quinta-feira, o que as obrigava a trabalhar pela noite dentro de modo que tudo estivesse pronto para a primeira sessão de treinos-livres do evento.
Tudo correu da melhor forma e ninguém falhou a entrada em pista devido ao atraso dos voos, mas o aviso à FOM ficava no ar – três corridas em três fins-de-semanas consecutivos com viagens transcontinentais é uma solução arriscada e basta que algo não bate certo para criar dificuldades.
Na qualificação, realizada na sexta-feira ao fim da tarde, foi Pierre Gasly que voltou a liderar o Segundo Pelotão, seguido dos dois Ferrari e dos dois McLaren, tendo este quinteto ficado separado por menos de três décimos de segundo, o que deixava a ideia de que tudo poderia mudar durante o restante fim-de-semana, sobretudo, com uma Qualificação Sprint pelo meio, em que um mau arranque poderia ser determinante para o desfecho do Grande Prémio de domingo.
O francês da Alpha Tauri foi quem levou a pior, perdendo lugares para os dois pilotos da “Scuderia” e para Norris.
Por seu lado, Carlos Sainz, que batera Charles Leclerc na qualificação, subia a segundo à frente de Max Verstappen, beneficiando dos pneus macios que montara contra médios da maior parte dos pilotos à sua volta, ao passo que o monegasco pressionava Sérgio Pérez.
O início de corrida fulgurante dos Ferrari era temperado com a ultrapassagem de Max Verstappen ao espanhol, ao passo que Leclerc não conseguia colocar temperatura nos pneus médios, sobretudo nos dianteiros, e era obrigado mais olhar para trás que para a frente.
O monegasco acabaria por perder uma posição para Norris e outra para Lewis Hamilton, que recuperava de último depois de ter sido desclassificado da qualificação, terminando em sétimo à frente de Gasly, que não conseguia recuperar depois do péssimo arranque.
O inglês da McLaren via-se ultrapassado pelo seu conterrâneo da Mercedes, ao passo que Sainz, apesar do desgaste maior dos pneus macios, conseguia terminar em terceiro, defendendo-se dos ataques de Sérgio Pérez.
A Ferrari era quem mais ganhava na Qualificação Sprint, com o espanhol em terceiro e Leclerc em sétimo, ao passo que a McLaren via Norris a ganhar posições, cruzava a linha de meta em sexto, mas Ricciardo caía para décimo primeiro.
Gasly era o espelho da desilusão, com o oitavo lugar na grelha de partida para o Grande Prémio depois de ter arrancado para a Qualificação Sprint de quarto.
No domingo, as temperaturas da pista subiam e era evidente que, mesmo usando apenas os pneus médios e duros, a estratégia a seguir era de duas paragens.
Interlagos é um dos circuitos onde se pode ultrapassar, mas o arranque continua a ter grande importância e Sainz, de terceiro na grelha de partida, falhou completamente o exercício tendo-se envolvido num toque com Norris.
O inglês furou e caiu para o final da classificação, ao passo que o espanhol perdeu uma posição imediatamente para Pérez, cedendo ainda um lugar para o seu colega de equipa na aproximação à Descida do Lago, com ambos a recorrer à escapatória para fazerem a curva.
Gasly poderia ter aproveitado a luta dos Ferrari para lhe ganhar lugares, no entanto, o francês fez o mesmo que os dois ferraristas, passando pela escapatória, e perdeu um lugar para Sebastian Vettel.
A partir de então os homens da ‘Scuderia’ geriram a corrida a seu bel-prazer, tendo sido os únicos a terem usado pneus médios nos primeiros dois ‘stints’.
Tanto Leclerc como Sainz protegeram-se do potencial “undercut” dos pilotos que rodavam no seu encalço, não tendo Gasly a capacidade para os alcançar.
O monegasco viu a bandeira de xadrez no quinto lugar, seguido do seu colega de equipa a 2,3s, ao passo que Gasly terminava em sétimo a mais de vinte e cinco segundos do espanhol.
A McLaren tinha um dia para esquecer, tendo Daniel Ricciardo abandonado com problemas na unidade de potência Mercedes do seu monolugar.
Lando Norris ainda conseguiu recuperar até décimo, atrás dos dois Alpine, somando um ponto, mas isso não impediu que a Ferrari disparasse no terceiro lugar do Campeonato de Construtores, onde tem agora uma vantagem de trinta e um pontos e meio, ao passo que Leclerc está agora a apenas quatro do quinto lugar do inglês no Campeonato de Pilotos.