GP BÉLGICA: Force “Imbróglio” India
Afinal… a Force India ainda não pertence a Lawrence Stroll e ao grupo de investidores que se juntaram para adquirir a equipa pertença de Vijay Mallya e Subrata Roy. Tudo porque na semana passada os problemas jurídicos de Mallya e do Sahara Group (de Roy)colocaram em banho maria a concretização da venda. Segundo algumas fontes ligada ao processo, é preciso o consentimento de 13 bancos indianos para que o negócio vá por diante e a Diageo (dona da marca Johnny Walker, entre muitas outras) tem na sua posse um instrumento legal que permite ficar com os bens da Force India até que seja paga uma dívida, no caso, um empréstimo feito a Vijay Mallya.
Com toda esta trapalhada, o prazo para a venda da equipa esfumou-se e a Urakali, empresa química russa onde Dmitry Mazepin, pai do piloto de testes da Force India, Nikita Mazepin, é o presidente, veio a terreiro dizer que “apesar de ter expirado o prazo dado pelo administrador judicial para a compra da equipa, não há nenhum plano de recuperação submetido ao tribunal para apreciação, o que confirma a visão da Urakali que a opção de salvar a Force India, que permanece em administração judicial, não era possível nos prazos e condições propostas pelo administrador judicial.” Antes já a Urakali tinha emitido outro comunicado dizendo que “consideramos que o processo conduzido pelo administrador judicial pode não ser do melhor interesse dos credores da Force India e de outros acionistas e do desporto em geral.”
Perante esta trapalhada, Lawrence Stroll tomou a decisão de adquirir todos os bens da equipa! Ou seja, carros, a fábrica de Silverstone, todo o equipamento para fazer funcionar os carros e a equipa e tudo aquilo que está ligado ao funcionamento da formação britânica como equipa de F1. Ou seja, o canadiano esvaziou a Force India.
Quer isto dizer que a Force India tem uma licença, paga, para competir no Mundial de Fórmula 1, continua em administração judicial, mas não tem nenhum bem físico, não tendo capacidade para colocar em pista um único carro. Quer isto dizer que os credores têm, em mãos, uma equipa despojada e um único bem – valioso, é certo – que é a inscrição na Fórmula 1 e os prémios que tem a receber. Mas sem carros, será complicado terminar o campeonato e ficar bem classificada.
Não estranhou, por isso, que todos os logótipos da Force India, da Kingfisher e de outras empresas ligadas aos anteriores proprietários, fossem apagados ou retirados de todos os elementos da equipa, dos camiões á motorhome, passando pelos quadros de notícias, “paredes” para entrevistas e até no equipamento dos mecânicos, engenheiros e demais colaboradores da equipa.
Esta situação deixa a equipa numa espécie de beco sem saída. Recordamos que a Renault, McLaren e Williams bloquearam a mudança de nome e a transferência dos direitos comerciais para as mãos dos novos donos da equipa. Essa situação impede essa troca sob pena de perder todos os prémios em dinheiro que a Fórmula 1 paga a cada equipa pelo seu desempenho na competição. O que seria um enorme rombo nas contas de Stroll. Porém, conhece-se o feitio teimoso do canadiano e como dinheiro parece não faltar, Lawrence Stroll e os seus sócios podem, mesmo, encarar começar do zero, deixando a Force India vazia.
A questão que se coloca é: pode ou não haver uma mudança a meio da temporada? O sítio de internet Motorsport.com diz que sim e socorre-se do Regulamento Desportivo da FIA para a Fórmula 1, no seu artigo 8.1. Consultámos o regulamento e, na realidade, parece haver ali uma possibilidade. Se a FIA considerar que há espaço para uma nova equipa e se esta pagar uma inscrição com valor a determinar pela FIA. Espaço há, pois seria uma nova equipa a substituir a que sai, quanto à inscrição não será de todo um problema para Stroll. Entretanto, a Liberty Media faz pressão para que todos aceitem esta nova realidade, lembrando que ter equipas em execução fiscal não faz bem à imagem da Fórmula 1, particularmente numa altura em que a Liberty procura mais valor e novos patrocinadores.
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