GP BÉLGICA: Ferrari na frente, mas a chuva pode baralhar

Por a 22 Agosto 2018 16:00

Finalmente!! Acabou a pausa de verão e a Fórmula 1 está de regresso à ação já este fim de semana com o Grande Prémio da Bélgica, disputado no famoso e carismático circuito de Spa Francorchamps. Foram quatro semanas de pausa que, apesar da falta de ação em pista, estiveram polvilhadas de novidades, particularmente, no mercado de pilotos.

Assistimos à troca da RedBull pela Renault por parte de Daniel Ricciardo, a ida de Calos Sainz para a McLaren e a oficialização de Pierre Gasly ao lado de Max Verstappen na RedBull. A Force India foi adquirida por um sindicato de investidores liderado pelo pai de Lance Stroll, Lawrence Stroll e a morte de Sergio Marchionne poderá ter travado a ascensão de Charles Leclerc à Ferrari que, provalmente, estenderá o contrato de Kimi Raikkonen por, pelo menos, mais dois anos. Bolas! Ah! e ainda temos o episódio James Key, que não está resolvido e pode levar o técnico britânico, para já “amarrado” à Toro Rosso mesmo que esteja de licença, para a McLaren por troca com o contrato de Lando Norris, o menino prodígio da equipa de Woking.

Voltemos a Spa e ao GP da Bélgica. Quem será favorito? Pois é… uma questão que não tem resposta fácil. Até agora tivemos um Mundial fervilhante de surpresas e onde a Ferrari tinha vantagem, ganhou a Mercedes e onde a equipa alemã deveria dar cartas, os italianos prevaleceram. Única nota dissonante: nas duas ocasiões em que a chuva veio incomodar os planos da Ferrari, a Mercedes, melhor, Lewis Hamilton, levou a melhor. Recordam? Se não tivesse caído aquela chuvada em Hockenheim, Vettel não se teria despistado e ganho o GP da Alemanha de forma tranquila. E se não tem chovido na qualificação do GP da Hungria, a Mercedes nunca teria conquistado a primeira fila da grelha de partida.

Portanto, tudo se resume à chuva. Quer dizer, quase tudo. Antes de chegarmos à pausa de verão, a Ferrari tinha o melhor carro do plantel e uma vantagem de potência face aos adversários que levantou muita celeuma. Perante esse facto, não custaria muito antever que num circuito onde os pilotos andam 72% da volta (7 quilómetros, convém lembrar) de acelerador a fundo e onde há várias zonas a fundo, a vantagem estivesse, toda, do lado da Ferrari. Mas… a verdade é que o circuito de Spa Francorchamps está localizado nas Ardenas, uma zona que em tempos foi apelidada de “penico da Europa” e onde a chuva é visita de casa. E olhando para a previsão, vai estar frio e há possibilidade de chuva, sobretudo para o dia de sábado com vento moderado. Ou seja, temos aqui muito por onde analisar o que pode acontecer.

Chuva no sábado, quer dizer que a qualificação pode ser afetada, uma vez mais, o que pode oferecer uma vantagem à Mercedes. A RedBull não conseguirá intrometer-se na luta pela “pole position” ou pela vitória, não só pelo défice de potência, mas também pela incapacidade que mostrou na Hungria de lutar pelo lugar de topo na qualificação com piso molhado. Tempo frio vem ajudar a causa da Mercedes, sempre de candeias às avessas com o controlo da temperatura ideal de utilização dos pneus mais macios, prejudicar a Ferrari nesse particular.

Por outro lado, ainda não se sabe quais as melhorias que as equipas vão levar para Spa, sendo certo que as equipas da frente, particularmente a Ferrari, estão muito agitadas este ano com melhorias quase todas as corridas.

Por isso, uma questão emerge com vigor: terá a Mercedes ultrapassado a diferença de potência face à Ferrari com a chegada de mais uma evolução para a unidade de potência do W09? E quem trará o maior pacote aerodinâmico para Spa?

São equações suficientes para que seja quase impossível apontar o favoritismo. Porém, nunca virei as costas a um desafio e por isso, mesmo que chova no sábado e a Ferrari não tenha possibilidades de ficar com a primeira linha da grelha de partida, a vantagem de potência deverá ser suficiente para recuperar nas longas retas de Spa. Por isso, Sebastien Vettel deverá ter a oportunidade de recuperar alguns pontos a Lewis Hamilton. No domingo veremos se tenho ou não razão…

O ano passado, Lewis Hamilton conseguiu a 58º vitória da carreira na sua corrida número 200, depois de uma luta séria com Sebastien Vettel, ao volante de um Ferrari mais rápido que o Mercedes do britânico, mas que não conseguiu encontrar forma de o ultrapassar. Um “safety car” ainda deu uma chance ao piloto da Ferrari, mas Hamilton defendeu-se de forma brilhante e acabou por vencer. Isto foi em 2017…

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