GP Áustria de F1: Mais um fim-de-semana de contrariedades para Alonso

Por a 11 Julho 2022 17:14

Fernando Alonso tem tido um ano estranho e difícil, apesar de se evidenciar a um nível elevadíssimo, tendo o GP da Áustria sido um microcosmo da sua temporada, muito embora tenha ainda conseguido salvar o fim-de-semana com um 10º lugar.

O pacote técnico que a Alpine estreou em Silverstone deu os resultados esperados, apesar de a Mercedes ter dado um salto que a deixou ao abrigo da ameaça dos carros da marca francesa, e os A522 são hoje monolugares consistentes, rápidos e mais simpáticos com os pneus da Pirelli.

Em Spielberg os Flechas de Prata estavam num horizonte distante de Alonso e Esteban Ocon, mas o espanhol, que tinha consistentemente 0,2s no bolso relativamente ao seu colega de equipa, poderia ser um empecilho para os Mercedes.

No entanto, como tem ocorrido inúmeras vezes ao longo da presente época, qualquer veleidade que o espanhol tinha em ser uma ameaça para os W13 foi desfeita por arreliadoras contrariedades ao longo de todo o evento.

O bicampeão mundial de F1 passou sem problemas à Q3 na qualificação, mas foi então que começaram as contrariedades.

Ao passar com mais força pelos corretores do Red Bull Ring, que em algumas zonas são bastante altos, danificou o fundo do seu Alpine, perdendo uma quantidade de performance assinalável, o que deixou em desvantagem.

Ao invés de um 5º ou 6º lugar na grelha de partida para a corrida Sprint, sobretudo com os problemas de Sérgio Pérez e de Lewis Hamilton, Alonso ficava em 8º. Ainda assim, a arrancar dentro dos dez primeiros, com os dois pilotos da Haas entre si e o seu colega de equipa, as perspetivas eram elevadas e assumir-se como o melhor entre os homens do 2º Pelotão era uma possibilidade real, até porque o Sprint poderia permitir-lhe ganhar posições e colocar-se num lugar de acordo com o potencial que demonstrou.

Porém, a tarde de sábado acabaria por ser madrasta para Alonso e determinante para o seu resultado do fim-de-semana. Problemas elétricos levaram a um ‘shutdown’ total do A522 sem que os técnicos da Alpine conseguissem debelar o problema.

Já depois da volta de apresentação ter iniciado o carro do espanhol foi levado para as boxes, mas nem assim a equipa conseguia encontrar uma solução, acabando Alonso fora de prova ainda antes do Sprint ter início.

O espanhol era obrigado a arrancar do final da grelha no domingo, do 19º posto, aproveitando o facto de Valtteri Bottas ter montado uma nova unidade de potência, o que o deixava numa situação difícil para recuperar e conquistar um bom resultado, muito embora as ultrapassagens no traçado do Red Bull Ring não sejam uma impossibilidade.

Depois de ter trocado inúmeros componentes para evitar os problemas de sábado, a Alpine montava no carro do espanhol pneus duros, ao contrário da generalidade das restantes equipa, que apostavam nos médios, mas assumindo uma estratégia de duas paragens, quando a táctica de uma paragem era considerada a melhor, para permitir que o seu piloto pudesse rodar em ar livre o maior tempo possível.

O arranque não foi brilhante, mas ao longo do seu primeiro ‘stint’, Alonso foi ganhando posições, aproveitando o potencial do seu Alpine, o quarto carro mais rápido em pista, para se imiscuir na luta pelos lugares dos pontos.

Antes da sua segunda paragem nas boxes o espanhol estava na sétima posição e cairia para fora dos pontos, quando montasse borrachas médias para a parte final da corrida. Com pneus mais frescos que a maior parte dos pilotos à sua frente, Alonso teria um fim de prova ao ataque para voltar aos pontos.

A sorte parecia ir até de encontro às pretensões do espanhol, uma vez que, na 57ª volta Carlos Sainz parava com o seu carro em chamas provocadas pelo rebentamento da unidade de potência do seu Ferrari, precipitando uma situação de Safety-Car Virtual.

Ao invés de perder cerca de 20 segundos nas boxes para realizar a sua derradeira troca de pneus, o piloto da Alpine perderia apenas cerca de 14, o que o deixava no 9º posto e com Kevin Magnussen e Lando Norris no seu horizonte, podendo subir a sétimo – Mick Schumacher estaria já fora do seu alcance.

No entanto, a sorte que parecia bafejar Alonso transformou-se em azar logo de seguida. A roda dianteira – esquerda não ficou totalmente apertada e, quando deixou as boxes, o espanhol começou a reportar uma vibração estranha, pedindo para voltar a trocar de pneus.

Estava dada mais uma machadada na prova do piloto de Oviedo – uma nova passagem pelas boxes atirou-o para o 14º posto.

O espanhol tinha agora 11 voltas para ganhar cerca de 13 segundos e recuperar até aos pontos. Alonso suplantou Lance Stroll, Pierre Gasly e Valtteri Bottas até chegar a 10º, posição em que cruzou a linha de meta, salvando um ponto.

Contudo, via o seu colega de equipa, Ocon, vencer o Segundo Pelotão com uma prova sem sobressaltos, ao passo que do seu lado tinha mais um fim-de-semana cheio de contrariedades…

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1 Comentário
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Scirocco
Scirocco
2 anos atrás

Extremamente injusto para Alonso. E com a idade que têm a mostrar a Ocon que velhos são os trapos. Alonso foi/é sem duvida dos pilotos mais completos e talentosos que apareceu na F1. Infelizmente o seu talento não faz “matching” com os seus resultados, sobretudo na F1.

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