GP Aniversário 70 anos F1: Mais & Menos

Por a 10 Agosto 2020 17:39

À partida para o GP comemorativo dos 70 anos da F1, passando novamente pelo traçado de Silverstone em apenas duas semanas, poucos eram os que não vibravam com a possibilidade de ver Nico Hulkenberg no pódio. Por momentos, a luta pelo campeonato do mundo foi esquecida, na esperança de ver o alemão conquistar o que é seu quase por ‘direito’, mas, como quase sempre acontece, a F1 voltou a surpreender, ‘oferecendo-nos’ algo completamente diferente em várias latitudes…

Max Verstappen

Faltam quase palavras para o brilharete de Verstappen. Um excelente arranque levou o holandês a ganhar a terceira posição a Nico Hulkenberg mesmo antes da primeira curva. À 14ª volta, depois das paragens de Bottas e Hamilton, Max Verstappen conquistou a liderança e foi consolidando um primeiro lugar que se construía segundo a segundo. E foi. Foi a estratégia perfeita para levar a luta até aos (quase) imbatíveis Mercedes e parece mesmo que David pode bater Golias. Vamos Max, queremos mais disto.

Valtteri Bottas

À sexta volta da corrida já o engenheiro pedia a Valtteri Bottas para ter atenção aos pneus, particularmente, àquele mesmo que se desintegrou no fim de semana passado. A verdade é que aguentar a pressão de Lewis Hamilton não é para todos, e Bottas foi bem capaz de o fazer, pelo menos até a Mercedes ter percebido que a Red Bull estaria a fazer uma melhor gestão dos pneus. A partir daí foi correr atrás do prejuízo e tentar fazer o melhor que se conseguia. Ainda assim, Bottas acabou por perder o segundo lugar para Lewis Hamilton nos momentos derradeiros da corrida, numa altura em que o britânico calçava pneus mais frescos. Se é justo? Provavelmente não, mas foi ultrapassado por aquele que será, muito possivelmente o próximo campeão do mundo.

Lewis Hamilton

Podia ter sido um GP onde Hamilton só teria de bater o companheiro de equipa e depois aguentar a liderança. Podia também ter sido mais um 1-2 da Mercedes, como já estamos bem habituados. Podia… mas se há alguém que há-de sempre querer fazer-se ouvir é Max Verstappen. A verdade é que Hamilton ainda conseguiu ultrapassar Bottas, mas foi Verstappen quem levou a melhor com uma estratégia absolutamente brilhante que acabou por obliterar qualquer possibilidade dos Mercedes reinarem. Há dias assim, e na verdade, torna-se chato vê-los sempre a ganhar. Passando um pouco para a ‘pele’ de adepto, permite-nos apreciar uma vitória de quem não guia um Mercedes.

Charles Leclerc

Desta feita não foi a sorte que levou Leclerc a conquistar um belo punhado de pontos para a Ferrari. E ainda bem, porque mais uma vez são estes os únicos pontos que a Ferrari leva para casa. O monegasco esteve bastante bem resolvido consigo mesmo durante toda a corrida e cada vez mais se torna evidente que esta é a configuração que ele prefere para o SF1000. Claro que não vamos esperar tremendas prestações de qualquer monolugar da Ferrari para este ano, mas é sempre bom ver que os lugares cimeiros ainda lhes vão pertencendo, ainda que lhes consigam também fugir num abrir e fechar de olhos. Siga para Barcelona onde se espera que possam lutar pelo pódio! A competição espera-vos.

Alexander Albon

Alex Albon está com dificuldades de sair da sombra de Max Verstappen, mas sempre que se esquece disso acaba por se focar no que consegue fazer. Na fase inicial do fim de semana, provavelmente teve Verstappen no pensamento e as coisas correram-lhe mal, mas na corrida transfigurou-se e fez pela vida. Não foi brilhante, mas foi bom vê-lo conquistar quatro posições e a acabar no quarto lugar. Talvez, quem sabe, o seu momento ainda esteja para chegar e cada vez pode estar mais perto um pódio seu, mas vendo as coisas de uma maneira mais pragmática, para já ainda está longe.

Esteban Ocon

Quem diria que seria Ocon a levar os pontos para a Renault, especialmente quando vimos Ricciardo a qualificar-se na quinta posição. A verdade é que foi o francês quem conquistou seis posições quando o seu colega de equipa caiu nove depois do pião que fez. E parece cada vez mais evidente que quando um dos pilotos da Renault sobe, o outro, quase obrigatoriamente, desce. Durante toda a corrida, Ocon soube manter a compostura e foi prático o suficiente para ir conquistando lugares e terminar na oitava posição. Não que seja uma prestação de bradar aos céus, mas são pontos bastante valiosos numa batalha pela conquista dos lugares do meio do terreno que no fim vão valer, e muito.

Sebastian Vettel

Já a lei de Murphy dizia: “se alguma coisa pode correr mal, irá correr mal”. E logo na primeira curva da corrida Vettel fez questão de provar isso, tendo perdido o controlo do seu monolugar e caindo imediatamente para a última posição. Ainda assim, numa imensa batalha com a metade mais atrás do plantel, tendo ainda que travar uma luta ainda maior com o seu SF1000, conseguiu chegar à 12ª posição. Claro está que isto não é o que esperamos de Vettel, mas também não é isto que o próprio espera dele próprio. Consideremos isto um ano para esquecer e esperemos ver “Seb 5” alinhado na grelha na próxima temporada. Vamos ver é onde…

Alfa Romeo

Há cerca de 70 anos, assistíamos ao primeiro GP de F1. 70 anos depois vemos uma Alfa Romeo, equipa que conquistou a primeira vitória na F1, em Silverstone, quase pelas “horas da morte”. Torna-se quase penoso ver Kimi Räikkönen, piloto que foi já campeão do mundo a correr de forma tão deprimente. A verdade é que não se pode esperar muito das equipas clientes da Ferrari durante esta temporada.

Nico Hulkenberg

Foi bonito, mas tão bonito ver o incrível ‘Hulk’ de volta às corridas. Foi bonito vê-lo qualificar-se em terceiro lugar e foi bonito vê-lo fazer uma gestão quase perfeita de uma corrida que teria poucas probabilidades de lhe sorrir. Não teve grandes batalhas durante grande parte do tempo, e acabou por terminar na sétima posição, imediatamente atrás do seu colega de equipa, mas se pensarmos que Hulkenberg estava há pouco mais de uma semana num Starbucks qualquer a desfrutar de um Latte Macchiato e de uma bela de uma Macadamia Nut Chocolate Chip Cookie, percebemos a enormidade daquilo que conseguiu conquistar neste GP. Esperemos que lhe guardem um lugar bem guardado para a próxima temporada.

Daniel Ricciardo

Não foi um dia feliz para o australiano sorridente. Depois de uma queda para a oitava posição, quando as coisas não lhe corriam pelo menor, e numa tentativa demasiado ambiciosa de se manter perto da sua concorrência direta, Ricciardo deu uma pequena pirueta e perdeu qualquer possibilidade de conseguir um resultado entusiasmante. Tão dececionante que foi mesmo a 14ª posição que lhe tocou. Claro está que há muitas coisas a melhorar, mas a verdade é que Hulkenberg, a conduzir um monolugar da Racing Point, conseguiu chegar mais longe do que o melhor classificado da Renault. Talvez, quem sabe, o problema seja mesmo do carro.

Red Bull

Mas que jogada brilhante, que coisa bonita! Quase não há palavras para descrever a alegria que deram a muitos fãs de F1 por retirarem a Mercedes do primeiro lugar do pódio que se antevia. Confessamos, também que nós, jornalistas, também gostamos destas ‘surpresas’, porque ajudam a compor a história.

Já todos sabemos de cor os mesmos hinos na cerimónia do pódio. Mas desta feita a estratégia (e os pneus) deram asas que chegaram e sobraram para que a Red Bull conquistasse o primeiro lugar e celebrasse com mais força os 70 anos da F1, numa corrida que começou a ser ganha durante a segunda ronda de qualificação. Venham mais destas, e tragam mais entusiasmo a isto. É que escrever (quase) sempre a mesma história é meio aborrecido.

Mercedes

Não foi, de todo, um dia ideal para a Mercedes. Tal como não o foi há uma semana. Mais uma vez a estratégia que haviam planeado foi traída pelo traçado de Silverstone, sem que houvesse muito que pudessem fazer. Hamilton e Bottas foram quase meros espetadores da vitoriosa estratégia da Red Bull, e sempre que tentavam algo diferente, a equipa austríaca era capaz de jogar uma cartada ainda mais forte. Não que isto vá abalar as possibilidades da Mercedes conquistar mais um título de construtores, mas, pelo menos, as coisas baralham-se um pouco e percebemos que não são assim tão imbatíveis.

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