Fórmula 1: Wiliams renascida depois de dois anos terríveis
Por José Manuel Costa
Os dois últimos anos foram terríveis para a Williams com 2019 a ficar nos anais da história da equipa liderada por Claire Williams e da própria Fórmula 1. Recuemos a 2019, quando a Williams surgiu em Barcelona de cabeça baixa, sem carro acabado que quando chegou à pista, rapidamente se revelou um desastre. Uma situação embaraçosa que adicionou vergonha á incompetência, prolongando-se o sofrimento por toda a temporada de 2019.
A descida aos infernos acabou por ser boa para a formação fundada por Sir Frank Williams, que apareceu rejuvenescida na primeira semana de testes de 2020. Rumores diziam que 2019 se iria repetir em 2010, mas nada disso aconteceu: o carro seguiu para Barcelona, fez o “shake down” logo na segunda feira e estava pronto para o começo dos testes na quarta feira, com o FW43 pilotado por Georges Russell a ser o primeiro carro em pista no primeiro dia de testes.
E a verdade é que ao longo dos três dias, a equipa rodou consistentemente com Russell e Latiffi a alternarem ao volante, cumprindo mais de 1500 quilómetros na pista catalã, quando em 2019 tinham feito apenas 107 quilómetros. E mais que isso! A Williams conseguiu rodar cerca de um segundo por volta mais depressa do que fez no GP de Espanha de 2019!
São sinais muito animadores os sinais dados na passada semana, embora Claire Williams esteja com os pés no chão. “Estou toda sorridente porque estamos a fazer progresso, mas nada está ganho e o caminho para a recuperação total será complicado e longo.” A verdade é que a filha do criador da equipa fez mudanças no sentido de mudar o rumo dos acontecimentos e parecem estar, finalmente, a pagar dividendos. Tudo, desde a gestão, ao desenho do carro, passando pela construção, foi modificado e tudo feito com as mais modernas tecnologias. Mas há ainda muita coisa a mudar. Por exemplo, a Williams é a única que utiliza uma caixa de velocidades e alumínio e não em fibra de carbono; a equipa de Grove não tem a possibilidade de usar o eixo traseiro da Mercedes como a Racing Point e, finamente, produzindo tudo em casa a Williams tem de fazer alguns compromissos no que toca ás 26 mil peças que compõem o FW43. Mudar isto obriga a ter um orçamento diferente, para melhor, que neste momento não há e por isso, apesar da recuperação, a Williams está ainda longe da redenção. Mesmo assim, a casa de Grove está muito ativa a recrutar pessoal, o que pode indicar que Claire Williams encontrou forma de reforçar o orçamento. A responsável máxima da Williams está pressionada, mas pela amostra da primeira semana, as coisas podem ser bem melhores em 2020, ganhando balanço para 2021.