Fórmula 1: Uma temporada de recordes: positivos… e negativos
Por Jorge Girão
O início da temporada deste ano do Campeonato do Mundo de Fórmula 1 está à porta, mas o coronavírus é uma enorme nuvem negra, que está a abalar uma competição, em que se pode escrever história. Neste momento ainda não há certezas, mas o GP da Austrália deve mesmo ser cancelado ou adiado. De qualquer forma, há muito espaço para se bater recordes…
Os circuitos
Desde 2017 que os carros de Fórmula 1 em pista são os mais rápidos de sempre, situação que vai mudar no próximo ano, com o novo regulamento.
No entanto, dado atualmente os reabastecimentos estarem proibidos, os monolugares de hoje têm de carregar a gasolina para a totalidade da corrida, o que os deixa com pneus bastante desgastados no final da prova, quando o peso do combustível menos se faz sentir.
Para além disso, o facto das unidades de potência terem de completar cerca de sete corridas, obriga as equipas a protegerem os seus V6 turbohíbridos, rodando na ponta final da prova em modos de potência mais conservadores.
Face a isto, hoje alguns recordes de volta – que oficialmente são obtidas durante as corridas – são ainda de 2004, quando era possível usar os motores que fossem precisos e os reabastecimentos obrigavam os pilotos a rodarem no máximo das suas máquinas ao longo de todas as voltas.
No entanto, este ano isto pode mudar e os circuitos de Albert Park (provavelmente já não), Sakhir, Xangai (idem, aspas, mas iandap ode ser realizado) e Monza (se o coronavírus entretanto passar no norte de Itália), e caso não sejam infligidos por intempéries, poderão ter novos recordes.
Os pilotos
Se há uns anos se considerava que os recordes assinados por Michael Schumacher seriam difíceis de alcançar, hoje Lewis Hamilton parece ter quase todas as marcas do alemão sob mira, podendo ser este o ano em que alcança que se torna heptacampeão mundial.
O inglês parte para a época com o intuito de conquistar o seu sétimo ceptro, o que lhe permitiria igualar Schumacher. A competição parece este ano ser mais dura que nos últimos seis anos, mas dificilmente alguém apostará contra o homem da Mercedes.
No campo do número de vitórias, com oitenta e quatro no seu pecúlio, está a apenas sete do germânico e, a avaliar pela média dos últimos anos de Hamilton, este será um recorde que cairá em 2020.
Mas poderá não ficar por aqui. Michael Schumacher é o piloto com mais pódio conquistados, 155, mas com 151, dificilmente o inglês não assegurará uma nova bitola este ano, tornando-se no homem que mais vezes ficou entres os três primeiros na Fórmula 1.
Só no que diz respeito às voltas mais rápidas – 77 do alemão contra 47 de Hamilton – o recorde de Schumacher parece estar seguro, para já.
Porém, não será apenas o inglês a correr para recordes, uma vez tanto Charles Leclerc como Max Verstappen poderão tornar-se no mais jovem Campeão de sempre, recorde presentemente nas mãos de Sebastian Vettel – 23 anos e 134 dias.
Dificilmente algum deles não gostaria de assegurar esse feito, mas para isso dependerão da competitividade das respectivas equipas para se superiorizarem a Lewis Hamilton, que é claramente o favorito a mais um ceptro.
As equipas
A Mercedes parte para mais uma temporada como a grande favorita, podendo este ano dominar a temporada depois de seis anos consecutivos a ditar leis, o que significa melhorar o seu próprio recorde de títulos consecutivos – sete de pilotos e sete de construtores, contra cinco de pilotos e seis de construtores da Ferrari.
Estes números reforçam o porquê de ser já considerada a melhor equipa da história da Fórmula 1, estando os homens de Brackley determinados em ir um passo mais além.
A Ferrari parte para a temporada aquém da competitividade das suas principais adversárias, como a própria admite, mas este ano deverá – se o coronavírus o permitir – alcançar o seu milionésimo Grande Prémio, um feito, sendo a única equipa que participou em todos campeonatos de Fórmula 1, tendo sido o primeiro realizado no já longínquo ano de 1950.
A Fórmula 1
Este será o ano em que a categoria máxima do desporto automóvel celebrará o seu septuagésimo aniversário, um número impressionante e que demonstra bem a força do Campeonato do Mundo de Fórmula 1. ‘Quem’ não fazia falta nenhuma a este ano de festa era o coronavírus…