Fórmula 1: Potencial da Williams demora a ressurgir…

Por a 15 Dezembro 2017 13:16

Depois de uma época menos positiva (usando um eufemismo), a Williams começou a ressurgir em 2014, aproveitando da melhor forma as mudanças nos regulamentos. Equipada com os melhores motores da competição, o que fez muita diferença no início, a equipa de Grove regressou aos pódios e aos bons resultados, fruto de uma recuperação bem pensada por parte dos responsáveis e de uma boa dupla de pilotos.

A fórmula manteve-se em 2015 com bons resultados, mas a partir de 2016, a Williams iniciou outra fase descendente até chegarmos a 2017. A entrada de Lance Stroll foi boa para a equipa ao nível financeiro, mas esperava-se que ao nível desportivo a equipa pagasse o preço da inexperiência do jovem canadiano. O cenário complicou-se ainda mais quando a Mercedes optou por Valtteri Bottas para substituto de ultima hora para Rosberg. Massa nem deu entrada dos papeis para a reforma e foi logo chamado para preencher a vaga.

Os planos da equipa já estavam seriamente alterados e, ao contrário do que Pat Symonds tinha afirmado no final da época 2016, o FW40 não foi tão bom quanto se esperaria. A Williams foi muito conservadora no desenho da sua máquina, optado por uma espécie de versão adaptada da máquina de 2016, que já não tinha sido tão competitiva quanto o desejado. Os tempos em pista confirmaram que a Williams teria muito trabalho pela frente para regressar ao top 3, mas tinha boas notícias com a entrada de Paddy Lowe, vindo da Mercedes, uma adição de peso para a equipa. Os efeitos práticos da sua entrada não se fizeram sentir e a equipa andou durante o ano todo com dificuldades em aumentar de rendimento, ficando à mercê de equipas como a Renault e Toro Rosso, a certo ponto.

Se o carro não foi o mais competitivo os pilotos também têm a sua parte de responsabilidade. Começando com Stroll, pagou caro a nova moda de fazer saltar os pilotos de categoria, passando da F3 para a F1. Não se coloca em causa o potencial de Lance, mas sim a experiência e a capacidade de dar resposta imediata na F1. Nem todos podem ser Verstappen, nem devem ser. As categorias inferiores devem ser aproveitadas ao máximo para dar tarimba aos jovens que assim chegam mais preparados para os desafios do grande circo. Stroll tentou fazer tudo depressa e bem, mas deu-se mal com essa formula. O piloto cometeu vários erros próprios da idade e da inexperiência, mas foi evoluindo naturalmente. Não deslumbrou como outros jovens, mas mostrou que tem potencial para mais.

Já Felipe Massa teve um ano complicado e não conseguiu mostrar o andamento que se esperava, tanto que foi descartado pela equipa. Nelson Piquet disse recentemente que desde o acidente da Hungria que Felipe perdeu aqueles 0.3s necessários para ser realmente de top e não podemos deixar de concordar, até porque os números assim o dizem. Foi provavelmente o ano certo para sair definitivamente mesmo que o comparativo com o seu jovem colega de equipa mostre um domino total. Massa conquistou mais pontos, foi melhor em corrida (9-4) e em qualificação (17-2), embora Stroll tenha conquistado o único pódio da equipa. A experiência foi um fator decisivo neste desfecho.

Para o futuro espera-se da Williams mais… muito mais. A estrutura está a ser paulatinamente melhorada e a entrada de Lowe deverá fazer-se sentir com mais força em 2018. A equipa do mítico Frank Williams não nada em dinheiro, mas terá de utilizar uma abordagem “à lá Force India” para conseguir voltar aos lugares de destaque. Precisam de um carro que crie mais apoio aerodinâmico, uma das lacunas deste ano, e que consiga aproveitar o potencial do motor Mercedes, ainda o melhor do “mercado”. O futuro de Stroll está mais que assegurado na equipa, mas terá de mostrar mais para convencer os críticos. Tem de encontrar talvez alguma serenidade e mais alguma consistência, algo em que melhorou bastante desde o inicio da época. Em relação ao colega de equipa, ainda é uma dúvida e se inicialmente se pensava que seria Kubica o escolhido, para um regresso apoteótico, agora os rumores apontam para Sirotkin como o escolhido para a vaga. E se o russo for realmente o apontado, ficará a duvida no ar porque não escolheram Wehrlein, que tem experiência e um potencial no mínimo semelhante ao de Sirotkin, com a vantagem de ter ritmo competitivo. Uma coisa parece certa, parece que a Williams terá uma dupla que levantará algumas dúvidas, que deverão ser dissipadas no inicio da época 2018.

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2fast4u
2fast4u
6 anos atrás

Na minha opinião a Williams terá obrigação de fazer uma carro pelo menos tão competitivo como o Force India, visto terem o mesmo motor. Se juntarmos a isto o historial da equipa, deveria mesmo conseguir um carro mais competitivo do que o FI.
No que toca os pilotos, é realmente mau quando se tem um piloto pagante (Stroll), apesar do potencial, e não têm propriamente um piloto de ponta, o que tem de ser imprescindível numa equipa com aspirações.
Não teria muitas dúvidas em dar o lugar o Wehrlein, caso Kubica não esteja a 100% fisicamente.

MiguelCosta
MiguelCosta
6 anos atrás

A continuar assim, caminham a passos largos para um desfecho como o da Lotus, após a morte do Chapman. Dizer que o Stroll tem potencial para mais é o mesmo que dizer que o Fiat Punto anda mais que o Audi A”qualquer numero”. A Williams precisa de um piloto que tenha experiência e talento para desenvolver o carro, colmatar lacunas do design do mesmo, e nem o Sirotkin nem o Wehrlein são a solução. Gostava de ver o Kubica de volta, mas parece-me que não vai acontecer, alem de não ter deslumbrado nos testes que fez, é muito provável que… Ler mais »

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