Fórmula 1: porque sai Fernando Alonso?
Novos desafios! Esse é o pano de fundo da decisão amadurecida pelo espanhol e que deixou escapar numa conversa escutada por jornalistas durante o GP da Hungria: em 2019, o nome de Fernando Alonso não irá figurar na lista de inscritos para o Campeonato Mundial de Fórmula 1. Claro que todos se questionam: será que foi mesmo isso que levou um dos melhores pilotos de sempre a sair de cena aos 37 anos?
Tenho de dizer que não e… sim!
É verdade que Fernando Alonso está cansado de lutar contra um Adamastor chamado McLaren que há quatro anos não sai da mediocridade. O espanhol anda a lutar com unhas e dentes e o talento que Deus lhe deu para conseguir um lugar entre os dez primeiros classificados de um Grande Prémio. A McLaren está naquele que será, porventura, o pior momento da sua história e o duas vezes campeão do Mundo de Fórmula 1 está farto de ter que justificar essa desilusão sem denunciar o óbvio, mantendo uma pose otimista.
Fernando Alonso não encontrou alternativas credíveis para continuar a sua carreira e conquistar o tão desejado terceiro títulos mundial, enriquecendo o seu palmarés na Fórmula 1. Culpa sua, também, pois a sua forma de estar muito peculiar fechou-lhe portas que, de outra forma, estariam escancaradas olhando apenas e só ao seu talento como piloto. Mas alguém que está em permanente conflito e que deseja traçar o seu rumo arrastando a equipa consigo, dificilmente terá um futuro brilhante.
Enfim, Fernando Alonso, um dos maiores talentos que a F1 já viu, cansou-se de lutar por migalhas e como não encontrou assento à mesa dos abastados, bateu com a porta e arrastou a McLaren para um processo de degradação mais profundo.
Por outro lado, o espanhol sabe que aos 37 anos, tem imensas saídas para continuar a competir ao mais alto nível e a juntar carros de competição à sua vasta e rica coleção. Sabemos que o espanhol adora a vida nos Estados Unidos e que depois das vitórias no Mónaco e nas 24 Horas de Le Mans, as 500 Milhas de Indianápolis são o seu objetivo mais próximo. É um desafio que Alonso sabe que pode superar pois já lá esteve e correu muitíssimo bem!
Mas há mais disciplinas que o espanhol gostaria de experimentar, entre elas o Rallycross e (agora vão ficar de boca aberta…) a Nascar. Aliás, Fernando Alonso quer deixar ficar a imagem de piloto completo que não foi feliz e vencedor, apenas, na Fórmula 1 ou nos monolugares. Por isso não se admirem que no prazo de um a dois anos, tenhamos o espanhol nas ovais norte americanas ou nos circuitos de rallycross.
Portanto, sim, Fernando Alonso deixa a Fórmula 1 para abraçar novos desafios. Mas deixa a Fórmula 1, também, porque a disciplina lhe voltou as costas.
“Eu sei que a McLaren vai melhorar no futuro. Esse poderá ser o tempo certo para regressar. Isso far-me-ia realmente feliz. Tenho uma boa relação com tanta gente dentro da McLaren e estou grato por me terem dado a oportunidade de alargar os meus horizontes e ter pilotado em outras disciplinas do desporto automóvel.”
Como diz o povo… “podem tirar o homem da F1, mas não tiram a F1 do homem” e Alonso acalenta, ainda, o sonho de regressar à disciplina máxima do desporto automóvel, com a McLaren. Espécie de resiliência típica do espanhol, mas que, acredito, não passe de uma tirada para a comunicação social.
Todos sabemos que os regressos de pilotos à Fórmula 1 são dolorosos e raramente bem sucedidos – Niki Lauda é o mais famoso piloto que contraria a regra – e com 37 anos, Fernando Alonso não voltará a ser opção para a Fórmula 1.
Deixa a competição após 17 anos ininterruptos depois de ter passado pelas World Series By Nissan e pela F3000, com 311 Grandes Prémios disputados (já contabilizando os que faltam para o final da temporada 2018), 32 vitórias, 97 pódios, 22 “pole position”, 37 saídas da primeira fila da grelha de partida e 23 voltas mais rápidas. Poderá melhorar os 1893 pontos já conquistados, mas não irá além dos dois títulos de campeão do Mundo de Fórmula 1 em 2005 e 2006 e os 8640 quilómetros a liderar corridas o que equivale a 1767 voltas lideradas.
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