Fórmula 1: Ferrari deprimida
Por José Manuel Costa
“Não temos carro para ganhar em Melbourne! Os outros estão mais velozes que nós e não acredito que possamos bater a Mercedes na Austrália!” Palavras de Mattia Binotto já no terceiro dia de testes, depois de na primeira semana de ensaios em Barcelona, ter ficado sempre a mais de um segundo dos mais rápidos. Que diferença para 2019! Os homens da Maranello saíram de Barcelona como os grandes candidatos ao título e depois andaram treze corridas (!) atrás dos escapes dos Mercedes até Charles Leclerc alegrar a nação “tifosi” com a primeira vitória da temporada. O campeonato, esse, já estava perdido.
Doze meses volvidos, tudo está diferente: a Ferrari nunca esteve no topo das tabelas de tempos, o SF1000 foi dando mostras de algumas dificuldades e posicionou-se a meio do pelotão, sempre muito longe dos mais velozes. Binotto já tinha dito que a Ferrari tinha mudado a abordagem aos testes e á pré-temporada, utilizando a primeira semana para conhecer e, sobretudo, entender o SF1000. Recolher dados e partir para uma segunda semana em busca da performance. Mas no final desta primeira semana de testes, Mattia Binotto parecia um homem derrotado. “Nunca olhamos muito para os tempos por volta, mas reconheço que estamos menos confiantes que há um ano.”
A Ferrari não tem, como tinha a Mercedes em 2019, um plano B ou um pacote de modificações extenso que pude a situação. “Vamos tentar otimizar o que temos” disse um conformado Binotto aos jornalistas presentes em Barcelona.
Porém, alguns sobrolhos se levantam: até que ponto o “Harry Potter” não está a esconder o jogo? Será que a Ferrari está assim tão mal? Binoto reconheceu que “nunca tivemos o carro afinado de forma ideal, nunca puxamos ao máximos os motores, té porque para piorar as coisas, um motor com apenas 1370 quilómetros partiu.” Um motor que deveria fazer os seis dias de testes, ou seja, qualquer coisa como 4 mil quilómetros. Mas, afinal, quais são os pontos fracos do SF1000?
A Mercedes diz, segundo as suas medições que o motor do SF1000 nunca andou com a potência máxima, bem longe disso. E a verdade é que o Ferrari foi o segundo mais rápido em reta. O problema está onde já estava o ano passado: as curvas lentas! Nas zonas mais lentas, o Ferrari continua a ter dificuldades.
Porém, como sempre, temos de olhar para esta situação como sucedeu com a Mercedes em 2019, até porque Mattia Binotto tem uma “poker face” complicada de decifrar. Veremos na segunda semana como se posicionará a Ferrari.