Fórmula 1 decidiu e fecha a porta à Andretti
Não houve acordo entre a Formula One Management (FOM) e a Andretti para a participação da estrutura norte-americana no mundial de Fórmula 1, tendo sido revelado hoje que “o pedido de participação do Requerente no campeonato não deve ser aceite”, uma vez que não ficou “demonstrado que acrescentaria valor” à competição. Ainda assim, o caso pode ser diferente se a Andretti quiser entrar na competição na temporada de 2028.
Em vinte pontos, o comunicado da FOM dá conta de todos os passos tomados e resume o seu processo de análise e as principais conclusões, terminando com a decisão de não aceitar o pedido de participação na Fórmula 1.
Sem que exista para já uma reação, quer da Andretti ou da FIA, que aceitou a candidatura da equipa norte-americana, a FOM fez saber que veria “de forma diferente um pedido de entrada de uma equipa no campeonato em 2028 com uma unidade motriz da GM [General Motors], seja como uma equipe de fábrica da GM ou como uma equipa cliente da GM projetando internamente todos os componentes permitidos”. Neste último caso, “haveria fatores adicionais a serem considerados em relação ao valor que o Candidato traria para o campeonato, em particular no que diz respeito à contratação de um novo fabricante de prestígio para o desporto como fornecedor de unidades motrizes”.
Recordamos que a General Motors anunciou o seu registo oficial junto da FIA como fabricante de unidades motrizes para a Fórmula 1 a partir da temporada de 2028, juntando-se desta forma, à Red Bull-Ford Powertrains, Ferrari, Honda, Mercedes, Alpine-Renault e Audi como fornecedor.
Os detentores dos direitos comerciais da Fórmula 1, que tanto como a FIA, tem o poder de analisar e considerar se uma candidatura é adequada para que um novo concorrente seja selecionado, afirmam ter tomado “em consideração” várias formas que a Andretto podia acrescentar valor à competição, “incluindo o valor para os adeptos, o prestígio e o valor reputacional do desporto, o equilíbrio competitivo do campeonato e os objetivos de sustentabilidade do desporto”, refere o comunicado.
Em particular, foram considerados o nível competitivo “provável da entrada do candidato e do seu impacto”, os acordos “no que respeita ao fornecimento de unidades motrizes e o impacto que esses acordos teriam no desempenho competitivo do candidato”, assim como os “potenciais benefícios que o candidato poderá trazer em termos de crescimento e envolvimento dos adeptos”.
Apesar de ser salientado que a “avaliação não envolveu qualquer consulta com as atuais equipas”, foram consultadas as “principais partes interessadas para compreender a sua opinião sobre o valor que o candidato traria”, assim como foi tido em “consideração o impacto operacional nos circuitos existentes da adição de uma 11ª equipa”. Além da análise “da sustentabilidade financeira do candidato com base nos materiais fornecidos”, a FOM refere ainda que teve de ter em conta “o impacto provável da entrada do candidato nos resultados financeiros do Titular dos Direitos Comerciais [Liberty Media]”.
O processo de avaliação da Fórmula 1 “estabeleceu que a presença de uma 11ª equipa não constituiria, por si só, uma mais-valia para o campeonato”, até porque qualquer equipa “deverá demonstrar que a sua participação e envolvimento trarão benefícios para o campeonato. A forma mais significativa de um novo participante trazer valor é ser competitivo, em especial competindo por pódios e vitórias em corridas. Isto aumentaria substancialmente o envolvimento dos fãs e aumentaria também o valor do campeonato aos olhos dos principais interessados e fontes de receitas”.
Sobre a associação com a General Motors, a FOM revela que o pedido “não inclui inicialmente um fornecimento de unidades motrizes”, mas sim “com a ambição de uma parceria plena com a GM como fornecedor de unidades motrizes na devida altura”. Acontece que isso só aconteceria em 2028, respondendo a FOM que se “o pedido fosse acompanhado de um fornecimento de unidades motrizes da GM no início teria aumentado a sua credibilidade, embora um construtor novato em parceria com um novo fornecedor de unidades motrizes tivesse também um desafio significativo a superar”. Lembra esta organização que “a maior parte das tentativas de estabelecer um novo construtor nas últimas décadas não foram bem sucedidas”.
Querendo a Andretti começar a competir na Fórmula 1 em 2025, a FOM não considera que exista “uma base para que qualquer novo candidato seja admitido em 2025, uma vez que tal implicaria que um novo concorrente construísse dois carros completamente diferentes nos seus dois primeiros anos de existência”, uma vez que em 2026 entrarão em vigor novos regulamentos técnicos. Ainda que, prossegue o comunicado, “uma entrada em 2026 não se deparasse com esta questão específica, não deixa de ser verdade que a Fórmula 1, enquanto auge do desporto automóvel mundial, representa um desafio técnico único para os construtores, de uma natureza que o candidato não enfrentou em qualquer outra fórmula ou disciplina em que tenha competido anteriormente, e propõe-se fazê-lo com uma dependência de um fornecimento obrigatório de unidades motrizes nos anos iniciais da sua participação”. Por isso, a F1 entende que a Andretti “não seria um participante competitivo”.
Esclarece ainda que a “necessidade de qualquer nova equipa ter de fazer um fornecimento obrigatório de uma unidade motriz, potencialmente durante um período de várias épocas, seria prejudicial para o prestígio e a posição” da Fórmula 1 e que, apesar da Andretti ter “algum reconhecimento para os fãs da F1”, a análise indicou que “a F1 traria valor à marca Andretti e não o contrário”.
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O quê?????????
Só espero que, daqui a alguns anos, uma crise económica não feche algumas equipas menos abonadas e, então, chorem por não terem deixado entrar a Andretti.
Exacto Não se consegue compreender esta decisão!!!
Bom após ler aqui as razões, só dá a entende uma coisa, na FOM não sabiam como negar a entrada da Andretti na F1 e ai pegaram um qualquer motivo e elaboraram várias respostas para quererem convencer que a Andretti não está preparada, porque como será que a análise deles já lhes diz que não vão ser competitivos, se ainda nem o carro colocaram em pista, mas em 2028 já serão competitivos??!! O mais interessante é que parece não mais alegarem que os 200mil a pagar não são suficientes, pois isso daria trunfos á Andretti para ir para uma batalha… Ler mais »
Sim, com a HAAS em competição, a Andretti tem todos os trunfos para ir à Luta… Nem os Chassis constroi (Dallara), não tem motores nem vai ter, que mais valia trás à F1? A unica mais valia, despediram 🙂
Cambada! E não tenho mais nada a dizer.
Esta decisão é inqualificável! A Andretti decerto que teria de desbravar um caminho duro para singrar na F1, mas não é uma estrutura qualquer, tem um longo historial na competição automóvel e seria uma mais valia. Mas quem está na F1 não quer dividir o “bolo”.
A F1 fecha-se sobre si própria e faz-me lembrar aqueles clubes Ingleses do antigamente cuja admissão era apenas reservada a um restrito número de membros…
Lamentável esta decisão, que nada tem a ver com o desporto.
E eu rejeito pagar pela F1TV, fico só com a sport TV, é menos 40 ou 50 que recebem por ano.
Com a mentalidade dos dirigentes da F1 na parte comercial / equipas , a disciplina caminha é para um futuro muito incerto. É apenas uma questão de tempo. Nunca se viu uma prepotência deste género com fracos argumentos. Mas corresponde aos tempos que vivemos. Querem encomendar uma guerra com a FIA dê por onde der.
ainda se vão arrepender …. uma equipa com o historial da Andretti recusada
Tanta gente ofendida, apenas porque houve uma candidatura rejeitada de entrar na F1. Mas quem é a Andretti no panorama mundial automobilístico, para fazer falta a F1? Quantas estruturas com maior peso, história, relevo mundial e financeiro existem nos USA que estão acima da Andretti e ninguém “chora” por eles? Só assim de repente, existem a Penske e a Hendrick, que são muito mais competitivas e com MUITÍSSIMA mais história, sucesso e tarimba que a Andretti. Reclamam que é necessário mais equipas e eu pergunto, para quê? A sério, para quê? Nos últimos 14 anos só a Red-Bull e a… Ler mais »
Nem mais Lisboa Tens razao creio que a andretti não tinha condições para entrar até porque todos os €€ investidos na equipa não provém de fundos próprios. Além de tudo isto houve mais equipas que quiseram entrar com melhores condições financeiras e técnicas e com história no mundo da competição automóvel que não conseguiram ter aprovação da FIA e da FOM. Portanto é justo que não tenha sido aceite. Embora ache que devia haver pelo menos mais duas equipes na modalidade que tivessem critérios bons para serem admitidos: Porsche BMW Peugeot Cosworth Judd Maserati Lamborghini Bentley Etc Mas com estas… Ler mais »
Que equipas que se canditaram, tinham mais condições técnicas e financeiras e não foram aceites?
Se a minha avó tivesse rodas… Quem concorreu foi a Andretti, a Hitech e mais uns grupos manhosos. A Porsche namorou o novo regulamento, fez exigências e roeu a corda e pisgou-se. Só contam os que cá estão e não os que poderiam estar. Eu já vi isto no passado, os construtores entram cheios de gana como a Toyota e a Honda, com carros próprios, gastam fortunas não atingem os objectivos e raspam-se, algumas fecham mesmo a equipa. As vacas gordas estão a acabar, se os Americanos levam a recusa da Andretti a mal, não só os fans bem como… Ler mais »
A candidatura foi aceite pela FIA, que foi quem abriu concurso, portanto, é falso dizer que foi rejeitada. E o que é que interessa a Penske ser mais importante, se ela não se candidatou?
Para a memória curta, só dizer que a Penske esteve na F1 e até ganhou uma corrida. Depois foi embora rapidinho, que não era o jogo deles. Ah e a tal Penske – que de facto tem mais história – tb nunca construiu um chassis, mesmo o tal da vitória na F1 era um MARCH modificado.