Fórmula 1: Christian Horner acredita que oscilações não colocam segurança em causa

Por Eduardo Moreira

O chefe de equipa da Red Bull, Christian Horner, acredita que a segurança não seja um dos parâmetros colocados em causa com as oscilações de alguns carros, apontando às novas diretrizes da FIA para o fundo dos carros de 2023.

Numa tentativa de travar o fenómeno das oscilações, a FIA anunciou, antes do Grande Prémio de França, que iria ajustar as regras para o próximo ano por razões de segurança.

Novas diretrizes que incluem a subida do fundo em 25mm, bem como a introdução de controlos mais rigorosos nos mesmos, mas que enfrentam a oposição de muitas equipas que parecem dificultar a tarefa à FIA.

A Red Bull é uma das equipas mais vocais a demonstrar a sua oposição a qualquer alteração de regra ao longo deste ano, argumentando que as equipas que não se depararam com o fenómeno das oscilações nos seus carros não deviam sofrer por outras que não encontraram a solução mais acertada.

Christian Horner apela aos criadores dos novos regulamentos na Fórmula 1 para “apenas seguirem o processo normal”.

“Uma vez mais, não vi nenhum problema aqui [em França]”, disse Horner. “Penso que as últimas três ou quatro corridas, não tiveram realmente quaisquer problemas, portanto, penso que só precisa de haver uma solução de senso comum, não de reescrever o livro de regras para o próximo ano numa altura do ano, com o estado dos limites orçamentais, onde é apenas demasiado tarde”.

“Penso que é, na verdade, um problema ainda maior para algumas das equipas mais pequenas, que muito simplesmente não teriam recursos para poderem reagir. Qualquer que seja a medida tomada, ela precisa de ser sensata”.

Horner alegou no início do fim-de-semana que as mudanças dos fundos seriam apenas para ajudar uma “certa equipa”, referindo-se à Mercedes, que se debateu mais do que a maioria com as oscilações. A Mercedes negou ser este o caso, dizendo que os ajustes no fundo não são uma garantia de melhoria no desempenho.

Segundo os regulamentos da FIA, as alterações de segurança podem ser feitas sem o apoio de equipas, “sem aviso prévio ou atraso”, mas há dúvidas por parte de várias equipas se as oscilações se tratam realmente de uma verdadeira questão de segurança.

“Eu contestaria se trata de uma questão de segurança”, disse Horner no domingo. “Cabe a uma equipa decidir como opta por configurar o seu carro. Pode remover as oscilações muito facilmente, mas isso sacrifica o desempenho.”

“Por conseguinte, não é dever da FIA assegurar que uma equipa seja competitiva”

Horner reconheceu que parte do problema se devia ao facto de não existir uma definição do que constitui realmente uma questão de segurança nos termos dos regulamentos da FIA.

“Porque teoricamente, não é um assunto de uma comissão ou de uma votação do Conselho Mundial”, disse o britânico.

“Penso que algo pode ser feito, mas penso que só precisa de ser sensato. Os números que foram discutidos são demasiado extremos em comparação com a realidade do que provavelmente poderá ser feito”.

Embora haja uma divisão de opinião entre as equipas, todas salientaram a necessidade de uma resolução rápida à medida que começam a considerar o impacto de qualquer alteração de regras nos seus carros para 2023. Horner afirmou que as equipas mais pequenas que se opuseram aos ajustes estariam “ainda mais entusiasmadas do que nós” e teriam “uma maior voz sobre isto do que eu”.

“É demasiado tarde para redesenhar agora um carro para o próximo ano”, disse. “Se estão a falar dos aumentos de 25mm na altura relativamente ao chão, isso trata-se de um conjunto completamente diferente de aerodinâmica”.