Fórmula 1: 6 nomes que podem surpreender em 2023
Como é habitual, apesar de todas as indicações dadas ao longo dos testes de Inverno, assim que começa uma temporada, começam a surgir algumas surpresas que tinham fugido ao crivo das análises. Apontamos seis nomes que este ano podem surpreender.
Fernando Alonso
Não há dúvidas de que o piloto espanhol está tão desejoso de triunfar como no início da sua carreira, parecendo os anos não passar por ele, apesar de este ano completar 42 anos.
Quanto à sua capacidade de pilotagem, Fernando Alonso garante que está ao nível de 2012, ano em que levou até à ultima prova a luta pelo título, apesar de ter um Ferrari claramente inferior ao Red Bull de Sebastian Vettel, e não há motivos para duvidar dele, se olharmos para as suas prestações em pista.
Na verdade, nunca se duvidou das capacidades do bicampeão mundial de Fórmula 1, mas desde o longínquo ano de 2013 que não tem à sua disposição de um carro capaz de lhe poder permitir subir regularmente ao pódio e ter no horizonte a possibilidade de conquistar uma vitória.
No entanto, este ano, a Aston Martin parece ter dado um pulo competitivo significativo e todos sabemos que, quando sente que pode triunfar ou ascender ao palanque dos vencedores, Alonso supera-se, assinando performances ainda mais impressionantes.
Se o AMR23 confirmar as indicações dadas nos testes do Bahrein, não será de estranhar que o espanhol consiga um resultado surpreendente que, nas condições certas, pode até ser o seu regresso às vitórias.
Oscar Piastri
O australiano inicia a temporada com o enorme peso da polémica em que foi protagonista em meados do ano passado, mas, por outro lado, já mostrou ser capaz de poder lidar bem com a pressão, como demonstra bem o facto de ter vencido os títulos da Fórmula Renault Eurocup, da Fórmula 3 e da Fórmula 2, estes dois à primeira tentativa.
É claro que a Fórmula 1 é um passo muito maior que qualquer que Piastri tenha dado anteriormente, mas o foco que demonstra deixa perceber que não chegou à McLaren para fazer número e para ser o delfim de Lando Norris.
Ninguém espera que o jovem australiano chegue à formação de Woking e rapidamente se imponha frente ao seu bem mais experiente colega de equipa, mas este tem sido o líder indiscutível da equipa inglesa desde a saída de Carlos Sainz para a Ferrari e este ano poderá ter um osso bem duro de roer.
Aguarda-se um crescimento consistente de Piastri e pode muito bem surpreender Norris, batendo-se de igual para igual com o inglês e obrigar este a ultrapassar os seus limites.
Nyck de Vries
O holandês não é um estreante puro, uma vez que debutou na Fórmula 1 no Grande Prémio de Itália do ano passado, mas esta é a primeira época que completa na categoria e, se é verdade que impressionou em Monza com a Williams, em 2023 poderá ser uma surpresa no seio da AlphaTauri.
De Vries é um piloto habituado a liderar as equipas por onde passa, como se verificou na Fórmula 2 e na Fórmula E, e segundo os responsáveis da formação de Faenza já mostrou ser um líder, tendo ainda o conhecimento acumulado na Mercedes ao seu serviço.
O holandês é o ‘rookie’ mais bem preparado da temporada e, apesar de ter sobre ele a condescendência natural dos pilotos que se estreiam na Fórmula 1, tem os ingredientes para poder surpreender desde a primeira prova da temporada, o que poderá ter como reflexo terminar com a carreira de Yuki Tsunoda.
Alfa Romeo
Os testes de pré-temporada são pródigos em dar ‘Campeões de Inverno’, uma vez que equipas tentam, por vezes, mostrar serviço perante patrocinadores ou investidores, mas o caso da formação de Hinwil poderá ser diferente, apesar de Valtteri Bottas ter assegurado o terceiro crono da semana.
Claro que não se espera que, subitamente, a Alfa Romeo esteja em luta com as ‘Três Grandes’, devendo ter exposto mais do potencial do seu monolugar que Red Bull, Ferrari e Mercedes, mas é evidente que o C43 é um carro bem nascido capaz de, pelo menos, estar consistentemente na luta pela entrada na Q3, até porque ‘AutoSport’ sabe que o carro que ostenta as cores da marca de Arese não rodou no máximo das suas capacidades quando Bottas realizou a sua marca.
O ano passado houve momentos em que o finlandês esteve em luta com os Mercedes, este ano será mais difícil uma repetição disso, mas nas condições certas a Alfa Romeo poderá surpreender e alcançar resultados que lhe parecem agora inalcançáveis.
Aston Martin
A equipa inglesa pode ser a grande surpresa da temporada!
Depois de duas temporadas muito aquém do esperado, a Aston Martin parece ter concebido um carro muito competitivo que alguns apontam como sendo o terceiro mais competitivo da grelha de partida, à frente do Mercedes, com quem partilha os motores do construtor germânico.
Para além disso, pela primeira vez desde há alguns anos, a estrutura de Silverstone tem em Fernando Alonso um piloto capaz de elevar os seus carros até níveis elevadíssimos.
A Aston Martin não pode ainda jogar de igual para igual com as ‘Três Grandes’, dado que a sua infraestrutura está ainda em construção e os técnicos que foram recrutados estão a encontrar o seu lugar, não estando ainda capazes de dar o máximo das suas capacidades.
Tendo isto em vista, a formação da marca britânica poderá não ter a aptidão de desenvolvimento da Red Bull, Ferrari e Mercedes, mas neste início de temporada poderá imiscuir-se entre elas e conseguir alguns resultados surpreendentes, sendo Alonso um factor determinante para que isso aconteça.
Williams
A formação de Grove não tem vindo a ter uma vida fácil nos últimos anos, sendo a ‘força dos anos 90’ hoje a ‘lanterna vermelha’ do pelotão, o que evidencia bem a forma abrupta como tem vindo a cair competitivamente desde o início do século.
Porém, este pode ser o ano da inversão da tendência que a Williams tem vindo a protagonizar.
Com um novo chefe de equipa, James Vowles, que tem como função entusiasmar as tropas, a equipa inglesa tem alguém com autoridade para impor a sua lei, condição de que Jost Capito não gozava, dada a sua pouca experiência na Fórmula 1.
O ex-estratega da Mercedes tem a capacidade de criar uma dinâmica positiva no seio da Williams que tenha reflexos em pista, onde este ano a equipa está mais bem servida, uma vez que se espera que Logan Sargeant seja mais capaz ao lado de Alex Albon do que foi Nicholas Latifi.
O FW45 não é ainda o carro que permitirá à equipa lutar por pontos consistentemente, mas poderá surpreender e possibilitar à Williams fugir ao último lugar do Campeonato de Construtores.