FIA trabalha em novo regulamento dedicado à neutralidade carbónica e sustentabilidade na F1

Por a 19 Dezembro 2023 17:21

A FIA quer apresentar objetivos concretos para atingir a neutralidade carbónica em 2030 na Fórmula 1 e não deixar à mercê da vontade das equipas o cumprimento de certas indicações da própria entidade federativa ou da Formula One Management (FOM). Para isso, trabalha num quarto regulamento para entrar em vigor em 2026 para que este objetivo seja cumprido pelas estruturas e que se juntará aos regulamentos financeiros, técnicos e desportivos. 

A FIA tem noção do mundo altamente competitivo que é a Fórmula 1, havendo o perigo das políticas tomadas individualmente pelas equipas ou pela FOM em relação à sustentabilidade e neutralidade carbónica da disciplina possam ser quebradas para atingir mais desempenho, levando a que o grande objetivo não seja alcançado em 2030 em detrimento de vitórias ou melhores resultados desportivos. Para a entidade federativa, este passo reforça o seu compromisso para atingir esse objetivo no final da década, além de considerar que é a melhor forma de garantir o seu cumprimento, não deixando que as equipas cumpram voluntariamente indicações. 

Nikolas Tombazis, responsável pelas disciplinas de monolugares da FIA, realçou que aos “três conjuntos de regulamentos, técnicos, desportivos e financeiros, vai ser introduzido um quarto ramo em 2026. Visa dar os primeiros passos em direção aos objetivos de médio e longo prazo do Net Zero [neutralidade carbónica] para 2030. É claro que não vamos atingir isso em 2026, mas pretendemos criar o quadro sobre o qual iremos construir gradualmente – ao longo dos anos – restrições para as equipas”.

Tombazis revelou que já houve “algumas reuniões iniciais com as equipas e continuaremos a ter reuniões periódicas entre a FIA, a FOM e as equipas para conceber a melhor estratégia”. 

Para a FIA era necessário criar um novo conjunto de regras para atingir estes objetivos, porque não é credível que “possa ser apenas um pedido voluntário das equipas para fazerem X, Y, Z”, acrescentou Tombazis. “Porque sabemos como são competitivos e se houver alguma coisa que comprometa o seu desempenho, isso é voluntário, é óbvio que não o farão, por isso acreditamos que precisamos de ter alguns regulamentos”. Para isso, “haverá um primeiro passo desse regulamento para 2026, com um passo muito maior e mais impactante para 2030”, assegurou o mesmo responsável da FIA.

Neste momento, explicou o responsável da FIA, a discussão centra-se em como serão elaboradas as novas regras, “qual será a sua estrutura e se haverá algum tipo de limite máximo de CO2 ou se haverá uma série de limitações em atividades específicas, a quantidade de materiais utilizados, que tipos ou fontes de materiais ou quantas pessoas viajam para as corridas e este tipo de coisas”.

Apesar da FIA saber que “possa não ser necessariamente do agrado dos entusiastas dos desportos motorizados”, a entidade federativa considera que regulamentar esta área é “uma necessidade absoluta para o desporto no futuro”.

Foto: Philippe NANCHINO/MPSA

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