FIA: Saída surpresa de Niels Wittich é mais um sinal de instabilidade?
Os mais recentes sinais que surgem da FIA nem sempre são os mais positivos. As saídas têm-se sucedido, dando a sensação que a harmonia dentro do órgão federativo do desporto automóvel internacional nem sempre é a ideal.
Niels Wittich deixou o cargo de diretor de corrida da Fórmula 1, para “perseguir novas oportunidades”, segundo a FIA. Wittich, que substituiu Michael Masi em 2022, será sucedido por Rui Marques, antigo diretor de corridas de F2 e F3, a partir do Grande Prémio de Las Vegas. A saída a meio da época, quando faltam apenas três corridas, surpreendeu muitos na F1, embora alguns especialistas tenham antecipado uma mudança no final da época.
A saída de Wittich é a última de uma série de saídas de altos responsáveis da FIA, depois de figuras como o diretor-desportivo Steve Nielsen e o engenheiro Tim Goss. A saída de Wittich surge no meio de uma recente controvérsia sobre as diretrizes das corridas e a liderança da FIA, especialmente depois das queixas dos pilotos sobre certas regras das corridas e da forma como o presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, lidou com a comunicação.
A FIA não esclareceu se estas questões estão relacionadas com a decisão de Wittich de abandonar o cargo, mas o timing é, no mínimo, estranho quando há ainda dois títulos em disputa. Mais ainda, a narrativa inicial dava ideia que tinha sido Wittich a bater com a porta, mas o alemão terá dito ao Motorsport-Magazin que não se tinha demitido. Porque a FIA dispensa um diretor de corrida a três provas do fim é algo que ainda está por explicar.
Rui Marques tem capacidade para tomar as rédeas das F1. Trabalhou com os melhores, tem muita experiência e vem de Portugal, um pequeno país onde o talento nas corridas abunda, dentro e fora de pista e para isso basta ver a lista de nome ligados a cargos de relevo na FIA. Mas Rui Marques enfrenta uma tarefa exigente e desafiante. A relação entre a FIA e a F1 já viveu melhores dias, com o presidente Ben Sulayem a ser mais um foco de instabilidade do que o contrário. O reinado de Wittich a solo não foi elogiado de forma unânime, mas teve o condão afastar o fantasma de Michael Masi, uma tarefa dificil. Mas há ainda muitos pontos de atrito dentro da FIA e na relação com a F1 que não podem ser menosprezados.
É um grande orgulho ter um português ao leme das corridas de F1, chegando ao topo graças ao seu trabalho e à sua capacidade. Mas é necessário questionar o porquê de tantas saídas. Ben Sulayem não trouxe estabilidade desde que chegou à FIA e este tipo de episódios sucedem-se. E por isso, é importante ter a noção do desafio que Rui Marques enfrenta. O português já mostrou ter capacidade para ser um excelente líder. Veremos se o ambiente que o rodeia o ajuda na tarefa.
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Espera-se um alto desempenho do Rui Marques, pois tem competências á altura.
Espera-se que alguém da FIA explique, ou o visado informe, como sucedeu este desfecho e porquê a 3 provas do fim deste campeonato. ‘Cheira’ a que algum lobby incomodado o despejou.
Falta saber qual.