F1: Tost acredita que a Honda está agora à frente da Renault

As declarações de Franz Tost sobre as evoluções dos motores da Honda são um sinal muito positivo para a Red Bull. Claro que tudo o que Tost diz deve ser colocado em contexto e por vezes é preciso lembrar que o chefe da Toro Rosso tem tendência a exagerar, especialmente sobre a performance dos seus carros.

A Honda trouxe para a Rússia a terceira evolução da sua unidade motriz. A ideia era preparar tudo para o próximo fim de semana, em que a Honda joga em casa e quer fazer boa figura. O novo pacote da Honda foi instalado na sexta feira e os resultados foram muito positivos:

“A Honda está a dar grandes passos em frente ”, disse Tost ao motorsport.com. “Está na frente da Renault. Tivemos o novo motor instalado no carro na sexta-feira, mas como temos que começar no fundo da grelha, decidimos voltar à versão 2, apenas para poupar alguns quilómetros e fazer alguns ajustes. Em Suzuka, teremos o novo motor.”

Diz-se que o novo motor vale menos 0.5 seg/ por volta, o que é algo espantoso em F1. Estamos a falar de um incremente em performance notável, que se tiver a fiabilidade desejada, poderá colocar a Red Bull num patamar talvez melhor do que esperava em 2019. Fala-se que a Honda poderá mudar novamente a unidade motriz para 2019, mas ninguém confirma, nem desmente essa hipótese.

A Toro Rosso começou o ano a mais de 3 segundos do ritmo dos carros da frente e, embora com altos e baixos, foi encurtando essa distância para os 2 seg. e em algumas pista até menos. Nota-se que em pistas onde era preciso mais potência ficaram um pouco mais distantes, mas ainda assim a evolução tem sido positiva. E uma vez que os desenvolvimentos do chassis agora devem ser poucos ou nulos, se for notada uma evolução nas últimas corridas, é bem provável que seja por causa do motor. Suzuka será o primeiro teste mas talvez a visita ao Circuito das Américas possa ajudar a tirar mais algumas conclusões… se o motor chegar lá.

Os últimos relatos colocam um pouco de água na fervura. Afinal o que Tost disse sobre poupar quilómetros não é bem a realidade e a Honda encontrou alguns “comportamentos insustentáveis” no motor e esta a avaliar se poderá usar o novo motor em Suzuka. Segundo o que se sabe, o motor sofreu oscilações exacerbadas, o que afecta a forma como serve a potência aos pilotos. Este problema já foi sentido quando a Honda introduziu melhorias  em 2017 com a McLaren e as vibrações do motor eram tais que afectavam os sistemas do monolugar britânico.

Resumindo, o novo motor da Honda é mais potente, tem mais potencial, mas sofre ainda de falta de fiabilidade e a Honda está a tentar rectificar tudo para que a nova unidade esteja pronta para o próximo fim de semana. Para já tudo da mesma portanto. Os responsáveis da Honda está optimistas mas admitem que as calibrações necessárias para estar tudo pronto para sexta são… difíceis:

“Temos de avaliar os dados do teste”, disse o director técnico da Honda F1, Toyoharu Tanabe, à Autosport. “Planeamos fazer teste com as novas especificações e tentar otimizar nossa calibração. Se o nível de optimização for adequado para a aplicação da corrida, decidiremos usaremos o novo motor ou não.”