F1: Podia ter sido um ano memorável para a Ferrari
A Ferrari foi uma das estrelas de 2017 e foi a equipa que mais fez suar a Mercedes na luta pelos títulos. A Scuderia teve um 2016 pouco positivo, mas efetuou mudanças na sua estrutura que resultaram num 2017 bem mais competitivo. James Allison pediu para sair devido à vontade de regressar a Inglaterra e a equipa ficou sem aquele que deveria ser o cérebro principal do departamento técnico. As mudanças foram feitas e ao contrário do que se esperava, a Ferrari apresentou-se mais forte e mais competitiva. Os conceitos usados na máquina deste ano suscitaram surpresa e interesse por parte dos adversários, que a meio da época começaram a copiar algumas soluções italianas. Foi claramente a equipa mais forte na primeira ronda asiática e o carro parecia ser aquele que melhor se adaptava às diversas condições, ao contrário do Mercedes que era um monolugar bem mais difícil de entender.
A segunda metade do ano deitou por terra as esperanças do título, depois da Mercedes ter recuperado o tempo (e os pontos) perdidos no final da primeira metade. O segundo périplo pela Ásia foi um pesadelo para a Scuderia, que perdeu pontos de forma desnecessária, dando à Mercedes uma vantagem que esta não desperdiçou. Podia ter sido o ano do regresso aos títulos, mas por culpa própria, a equipa de Maranello ficou mais um ano a ver os Mercedes abrirem o champanhe da vitória.
No entanto não deixa de ser notória a evolução da equipa que se apresentou muito melhor este ano, mais forte e consolidada. Maurizio Arrivabene esteve perto da saída, mas a sua permanência pode ter sido uma das chaves para o sucesso parcial deste ano. Outro dos fatores importantes foram sem dúvida os pilotos.
Vettel, desde que ingressou na Ferrari, tem assumido o papel de nº1, merecidamente diga-se. A sua postura e a forma como trabalha são exemplos para os mais jovens e pode não ter a velocidade de Hamilton, ou o talento de Alonso, mas tem uma forma de trabalhar notável, e tornou-se num elemento essencial para a caminhada deste ano. Se muito do sucesso se deve a ele, alguns dos dissabores também, especialmente em Baku, onde a sua imagem e a da equipa ficou prejudicada. O incidente de Singapura não merece ser apontado como culpado pois fez exatamente o que qualquer piloto na sua posição faria. Faltou-lhe apenas um pouco de cabeça fria em certos momentos para não ultrapassar os limites, mas essa sede de vitória mostra bem o compromisso que o alemão tem para com a sua atual equipa. Voltamos a ter um Vettel mais próximo do que se viu na Red Bull, e foi a par de Hamilton um dos melhores em pista este ano.
Quanto a Raikkonen, foi mais um ano ao nível que nos habituou nesta segunda passagem pela Ferrari… competente, mas longe do brilhantismo de outros tempos. Foi claramente o nº2 e esteve longe de Vettel na maioria das provas. Vettel conseguiu mais pontos, foi melhor que Raikkonen 14 vezes em corrida (contra apenas 2 do finlandês), 15 vezes em qualificação (contra 5) e rodou mais voltas no top 10. Raikkonen já não é o Iceman de outros tempos, mas mostrou que é ainda útil à equipa e a sua regularidade e velocidade em corrida foram os seus pontos mais fortes.
O futuro da Scuderia ainda vai passar por esta dupla, que tem claramente potencial para vencer os campeonatos em disputa. Dificilmente Raikkonen irá mostrar estofo para tentar outro título, mas será um elemento fulcral na conquista do campeonato de construtores. Vettel terá mais um ano para mostrar que pode ser campeão pela Ferrari e se a equipa continuar com o nível de progresso que evidenciou este ano, a Mercedes que se cuide.
A Ferrari terá de começar a ponderar quem será o substituto de Kimi para o futuro. Leclerc é o talento que está a dar que falar e que provavelmente irá ganhar uma vaga na equipa principal, se confirmar o potencial demonstrado, mas talvez a equipa não queria colocar já em 2019 o monegasco ao volante do Ferrari. Perez foi um dos nomes ventilados para a vaga de Raikkonen e parece que o lugar do finlandês poderá ser dos mais apetecíveis no futuro a curto prazo. Para já a dupla, que já passou por momentos tensos este ano e que manteve a harmonia, parece a ideal para que a Ferrari se foque a 100% na evolução do carro sem se preocupar com querelas internas. Espera-se muito da equipa em 2018.
O Autosport já não existe em versão papel, apenas na versão online.
E por essa razão, não é mais possível o Autosport continuar a disponibilizar todos os seus artigos gratuitamente.
Para que os leitores possam contribuir para a existência e evolução da qualidade do seu site preferido, criámos o Clube Autosport com inúmeras vantagens e descontos que permitirá a cada membro aceder a todos os artigos do site Autosport e ainda recuperar (varias vezes) o custo de ser membro.
Os membros do Clube Autosport receberão um cartão de membro com validade de 1 ano, que apresentarão junto das empresas parceiras como identificação.
Lista de Vantagens:
-Acesso a todos os conteúdos no site Autosport sem ter que ver a publicidade
-Desconto nos combustíveis Repsol
-Acesso a seguros especialmente desenvolvidos pela Vitorinos seguros a preços imbatíveis
-Descontos em oficinas, lojas e serviços auto
-Acesso exclusivo a eventos especialmente organizados para membros
Saiba mais AQUI
Excelente texto! Objectivo e imparcial como já não estávamos habituados aqui no AutoSport. Especialmente quando o tema é a Ferrari e Sebastian Vettel.
Se o caro so se chamasse Dupont, e eu me chamasse Dupond, eu diria mais:
– Excelente texto! Objectivo e imparcial como já não estávamos habituados aqui no AutoSport. Especialmente quando o tema é a Ferrari e Sebastian Vettel.
Como não somos Dupont et Dupond, vou dizer:
– Irra que este Sr. Fábio Mendes só pode estar á procura de emprego na Ferrari, a escrever os Press Release a justificar as asneiras da equipa.
Tem razão, você não é o Dupond. Os Dupondt têm piada, você não.
Eu diria mais, não sou Dupond nem Dupont porque eles têm piada só por serem idiotas.
Por acaso pensei que o caro so até achasse piada, apenas porque estava a ser sarcástico no seu comentário, mas aparece parece que entendi mal, e percebo agora que o meu caro é o Dupond, e o Dupont é o outro que vê ao espelho quando se barbeia de manhã.
Vá lá, agora tive piada. Boa?!
P.S.- Veja lá não rape o bigode. Eheh!
Excelente texto! Concordo.
“…pode não ter a velocidade de Hamilton, ou o talento de Alonso…”
Cumpr(i)mentos
Oh Sr. Fábio Mendes! A Scuderia pagou este artigo, ou nós que estamos deste lado a ler isto, somos “quase” todos atrasados mentais? Só lhe falta dizer que a Ferrari foi a melhor equipa, e Vettel o melhor piloto, que só não foram campeões porque Alison se foi embora, e Raikkonen só fez asneira. Com que então Vettel foi um grande exemplo para os jovens em termos de postura e a forma como trabalha? Yeah! Principalmente em Baku, onde deu uma de Schumacher (e um bocadinho de Prost também). Com isso quer dizer que os jovens devem aprender a atirar… Ler mais »
Também gostei deste texto com alguns pontos importantes a reter: “Podia ter sido o ano do regresso aos títulos, mas por culpa própria, a equipa de Maranello ficou mais um ano a ver os Mercedes abrirem o champanhe da vitória.” Acerca de Vettel: “…pode não ter a velocidade de Hamilton, ou o talento de Alonso (…) Se muito do sucesso se deve a ele, alguns dos dissabores também, especialmente em Baku, onde a sua imagem e a da equipa ficou prejudicada.” Claro que o texto falha naquele ponto de Singapura onde toda a gente viu que o alemão da Ferrari… Ler mais »
Eu já percebi que você não é desses foristas talibans, como outro que escreveu neste post, que só escrevem baseados em ódios e raivinhas e que desaparecem quando os seus “heroizinhos” são batidos…
Cumprimentos
Está tudo neste artigo. A Ferrari surpreendeu muita gente, eu incluído, ao aparecer em Jerez na frente de toda a concorrência, depois de um 2016 fraco e com a saída do James Allison a meio da época, estava francamente à espera de um ano terrível para a Ferrari, em vez disso, tivemos a scuderia a produzir o seu melhor monolugar da última década. A Mercedes não é uma qualquer como sabemos e mostrou estar ainda ligeiramente na frente da Ferrari, isso foi particularmente determinante na segunda metade da época. Se até à paragem do meio da época a Ferrari fez… Ler mais »
Excelente texto que só peca por defender um Vettel, que apesar de excelente piloto, teve demasiadas atitudes “à lá Schumacher” como refere o forista ernie. O Alemão está nos melhores pilotos do grid, tem 4 títulos e não os ganhou o Newey sozinho, como muita gente pensa, metade do trabalho foi dele, até o Webber, piloto mediano, teve responsabilidade nessa época de ouro da RB. Concordo que o Vettel não tem a velocidade do Hamilton e o talento do Alonso, mas está logo atrás desses dois, tem atitudes de puto mimado e aquelas do “Vale tudo, até arrancar olhos” e… Ler mais »