F1: Sergio Pérez lança candidatura

Por a 1 Maio 2023 17:39

Sérgio Pérez teve a sorte de o Safety-Car ter aparecido em pista no momento certo para ascender ao comando e, depois, vencer o Grande Prémio do Azerbaijão, mas o mexicano tinha já um ligeiro ascendente face ao Max Verstappen, parecendo ser o mais forte dos dois desde o início da prova.

O mexicano, depois de um desapontante quinto lugar em Melbourne, que poderia ser bem pior, teria de dar uma resposta em Baku, se quisesse ser visto como um candidato ao título deste ano, num contexto em que, para já, apenas os pilotos da Red Bull são vistos como verdadeiros aspirantes ao ceptro de pilotos.

O fim-de-semana azeri tinha ainda a motivação extra de ser um ‘evento sprint’, o que para um condutor que precisava de recuperar pontos, era uma motivação extra.

O Grande Prémio do Azerbaijão apresentava-se a Pérez como uma oportunidade, sobretudo, num circuito onde sempre se deu muito bem, como atesta o triunfo de 2021, mas se corresse mal, poderia ser um rude golpe nos seus objectivos para este ano.

A qualificação de sexta-feira, trouxe um contendor inesperado, com Charles Leclerc a bater os dois pilotos da Red Bull na luta pela pole-position para o Grande Prémio, ficando Max Verstappen no segundo posto seguido do seu colega de equipa.

Mas esta foi a única vez que o Campeão do Mundo revelou um verdadeiro ascendente sobre Pérez.

No ‘Sprint Shootout’ o piloto da Ferrari reafirmou a sua vantagem em configuração de qualificação, assinando o melhor tempo da sessão, mas desta vez tinha ao seu lado o mexicano, que relegou o seu colega de equipa para o terceiro posto da grelha de partida para a corrida sprint.

A prova de dezassete voltas de sábado começou com a liderança de Leclerc, mas assim que o DRS entrou em acção, Pérez ultrapassou o monegasco lançando-se para o seu primeiro triunfo do fim-de-semana.

O piloto da Ferrari, que realizou toda a corrida ao ataque, viu os seus pneus médios desaparecerem no derradeiro terço da prova, mas ainda assim manteve o segundo posto, uma vez que Verstappen, com um buraco no seu flanco esquerdo, provocado por um ataque de George Russell, não tinham como desfeitear Leclerc, apesar de se manter sempre por perto.

Pérez levava de vencida o primeiro confronto com o seu colega de equipa, ganhando-lhe dois pontos.

Mas era o Grande Prémio de domingo que seria de maior importância para o campeonato, a corrida sprint seria apenas um reforço a um resultado que o mexicano esperava concretizar na prova que realmente interessava.

No entanto, para o desafio dominical Pérez arrancava de terceiro, atrás de Leclerc, na pole-position, e de Verstappen.

O arranque ocorreu sem sobressaltos, ficando os três primeiros nas suas posições, mas assim que o DRS ficou activo, o neerlandês suplantou o piloto da Ferrari, na terceira volta, assumindo o comando.

O mexicano replicou a manobra do seu colega de equipa três voltas depois, passando a persegui-lo. Ficava evidente que a vitória seria discutida entre os dois.

Pérez com um ritmo intenso, manteve-se consistentemente a menos de um segundo e meio do Verstappen, mas sem nunca entrar na zona de DRS deste.

No entanto, ao contrário do que seria expectável, não seria o mexicano o primeiro a sentir problemas com pneus, apesar de rodar no ar quente do Red Bull Honda número 1. Na oitava volta, Verstappen começou a queixar-se das borrachas Pirelli.

O ritmo a que tinha sido obrigado a imprimir fugia à sua zona de conforto, e na décima volta foi chamado às boxes para trocar de pneus, enquanto o seu colega de equipa fazia saber ao seu engenheiro de pista que os seus pneumáticos estavam em bom estado.

E foi neste cenário que a Red Bull cometeu um erro estratégico com o Bicampeão do Mundo – com Nyck de Vries parado em pista, a equipa de Milton Keynes manteve a ordem a Verstappen, pensando que o recruta da AlphaTauri poderia regressar à corrida pelos seus próprios meios. No entanto, escapara-lhe que o monolugar de Faenza tinha um tirante de direcção partido, o que obrigava a intervenção do Safety-Car.

Verstappen realizaria uma paragem nas boxes normal, ao passo que Pérez e Leclerc trocariam os pneus com a prova neutralizada, o que lhes custaria muito menos tempo.

O resultado foi que o mexicano ascendeu ao comando, ao passo que o seu colega de equipa descia para terceiro.

O primeiro passo para o segundo triunfo da temporada de Pérez estava dado. Porém, esperava-se que o bicampeão mundial rapidamente se visse livre de Leclerc e lançasse um ataque ao seu colega de equipa, o que aconteceu logo na primeira volta depois da saída de Safety-Car, na décima quarta.

Os papéis estavam agora invertidos, com Verstappen a perseguir o líder, de quem se mantinha a menos de um segundo e meio, ao passo que o piloto da Ferrari deixava de ser um factor em jogo, passando a preocupar-se mais com Fernando Alonso, o quarto classificado, que em acompanhar os pilotos da Red Bull.

Contudo, a partir da vigésima sétima volta, o neerlandês começou a perder tempo gradualmente para o seu colega de equipa.

Ambos estavam a rodar no máximo, ainda que condicionados pelo consumo – atestados para menos voltas que as cinquenta e uma da corrida, prevendo situações de neutralização –, tendo qualquer um deles dado toques nos muros, mas Verstappen não tinha como manter o contacto com Pérez.

Sempre que tentava uma aproximação, o líder da prova tinha resposta, caminhando decisivamente para o seu segundo triunfo da temporada, o que lhe permitia reduzir para seis pontos a sua desvantagem pontual para o Bicampeão Mundial no campeonato.

Verstappen limitava os danos com o segundo posto um erro estratégico da Red Bull, mas ficava a ideia de que, mesmo sem a situação de Safety-Car, Pérez talvez pudesse impor-se frente ao seu colega de equipa, muito embora isso implicasse uma luta em pista com consequências imprevisíveis.

Leclerc abria a contagem de pódios para Ferrari esta temporada, mantendo sob respeito Fernando Alonso, ao passo que Carlos Sainz fazia o mesmo relativamente a Lewis Hamilton, que foi o melhor dos Mercedes, no sexto posto.

Depois dos seus erros de Melbourne, Pérez maximizava o fim-de-semana de Baku, escapando-lhe apenas o ponto da volta mais rápida – que ficou para George Russell que montou pneus macios novos na penúltima volta para o efeito – ganhando esperança para uma campanha em que se bata com o seu colega de equipa pelo título deste ano.

Agora, tem de mostrar a consistência de um verdadeiro candidato ao ceptro, tendo o Grande Prémio de Miami, já no próximo fim-de-semana, para o confirmar.

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2 Comentários
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jo22101626
jo22101626
1 ano atrás

Tem que provar com consistência tal como verstappen, mas uma coisa ficou me na retina na corrida de Domingo, foi realmente a primeira vez que lutando diretamente pelo primeiro lugar, Verstappen não teve ritmo para Pérez, e isso deixou me verdadeiramente surpreendido. Que Pérez de uma de rosberg pelo menos para isto ainda ter uma piadita

GTONE
GTONE
1 ano atrás

Ora bem, na primeira vez na corrida seguinte teve problemas nas travagens…adivinhem o que se aproxima…Candidato na RB?!!!….Aí só existe um, desenganem-se.

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