F1, Romain Grosjean: Como o fato de competição ajudou a salvá-lo…
O grave acidente de Romain Grosjean na primeira volta do GP do Bahrein de F1 redundou apenas em queimaduras leves nas mãos, e pouco mais, e tudo isso aconteceu por vários motivos. O foco que a FIA tem colocado na segurança ao longo dos anos impediu que o francês tivesse lesões para além das queimaduras, facto que lhe permitiu ter condições para sair do cockpit do carro, e o fogo acabou por ser o maior problema.
Contudo, o fato de competição de Grosjean, as luvas, capacete e todo o ‘vestuário’ contribuíram para este desfecho positivo.
Grosjean sobreviveu depois de cerca de 30 segundos imerso numa bola de fogo, também porque o seu vestuário para isso contribuiu.
Fato de competição, roupa interior, meias, balaclava e as luvas fizeram exatamente o que se esperava, pois são desenhadas e pensadas para proteger o piloto das chamas, até determinado limite. Esse limite não terá andado longe, mas o facto da FIA ter introduzidos novas medidas de segurança este ano nos fatos de competição e restante vestuário pode ter também contribuído para salvar a vida do francês.
Numa primeira análise, o facto de Grosjean ter ficado consciente, foi fulcral. Se tem desmaiado, até que fosse possível apagar o fogo, nunca iremos saber se era possível salvar a vida do piloto. Tendo em conta que cerca de 30 segundos depois, Grosjean saiu do carro, apagar o fogo ficou bem menos urgente, e este pode ser extinto sem o stress de ter que salvar uma vida.
As novas regras obrigatórias para 2020 no que aos fatos de competição diz respeito, levou a que a proteção fosse aumentada em 20 por cento para muitos items, incluindo roupa interior e meias. Os novos regulamentos foram introduzidos há dois anos e tornaram-se obrigatórios na F1, Fórmula E, WRC e WEC em 2020. Os testes são os mesmos, o material é exposto a chamas a 700º, e parada a chama, o material não pode arder mais do que dois segundos, e não pode haver depois disso, detritos, detritos fundidos ou buracos.
Outra coisa que foi estudada foi o tempo que leva ao aumento de 24º na temperatura corporal através de um fato de competição ‘completo’ quando exposto a chamas a 1000º. Aqui também houve um aumento de 20%. Até aqui, os fatos teriam de resistir 10 segundos, agora resistem 12 segundos. Roupa interior, balaclavas e meias foram incluídas neste teste pela primeira vez, e deve acrescentar mais cinco segundos ao valor resultante da exposição do fato de competição.
Segundo se sabe o fato Alpinestars de Grosjean vai para lá dos mínimos requeridos para homologação. Há quem diga que alguns items (não especificados) duram três vezes mais do que o tempo mínimo exigido pela FIA. Calhou bem, porque, feitas as contas, Romain Grosjean esteve exposto ao fogo mais do que o tempo mínimo requerido com standard pela FIA. Por fim, o que aconteceu vai servir para análise, e com aprendizagem. Tal como sucede com os acidentes na aviação. Qualquer detalhe que não seja erro humano é alvo de investigação e um relatório final, de modo a que não volte a suceder.
Grosjean queimou as mãos porque depois da cara e olhos, as mãos são a parte do corpo mais exposta. Quem já guiou de luvas sabe que estas tiram sensibilidade às mãos, e portanto são a ‘peça’ que mais facilmente é afetada pelo fogo. Quando Grosjean perdeu uma bota, ainda tinha meias que o protegeram. No caso das luvas não há nada entre elas e a mão. No caso da bota perdida, há uma explicação. O pé terá ficado preso atrás do pedal de travão e na ânsia de tirar o pé, a bota saiu. Há pilotos que gostam de atacadores, outros preferem velcro. Terá sido por isso que ao puxar o pé a bota ficou lá.
Agora, tudo o que Grosjean usava no momento do acidente vai ser analisado pela Alpinestars, que vai aprender com o que sucedeu, provavelmente reforçando pontos que possam estar mais afetados. Para além da válida opinião de Romain Grosjean, que ficou cá para explicar o quê e como sentiu. É assim que o mundo pula e avança…
rl_gallery id=”484022″
O Autosport já não existe em versão papel, apenas na versão online.
E por essa razão, não é mais possível o Autosport continuar a disponibilizar todos os seus artigos gratuitamente.
Para que os leitores possam contribuir para a existência e evolução da qualidade do seu site preferido, criámos o Clube Autosport com inúmeras vantagens e descontos que permitirá a cada membro aceder a todos os artigos do site Autosport e ainda recuperar (varias vezes) o custo de ser membro.
Os membros do Clube Autosport receberão um cartão de membro com validade de 1 ano, que apresentarão junto das empresas parceiras como identificação.
Lista de Vantagens:
-Acesso a todos os conteúdos no site Autosport sem ter que ver a publicidade
-Desconto nos combustíveis Repsol
-Acesso a seguros especialmente desenvolvidos pela Vitorinos seguros a preços imbatíveis
-Descontos em oficinas, lojas e serviços auto
-Acesso exclusivo a eventos especialmente organizados para membros
Saiba mais AQUI
A FIA tem feito um trabalho fabuloso em todos os aspectos relacionados com a segurança no desporto. Num acidente tão grave como o do último fim de semana, foram várias coisas a funcionar bem que acabaram por salvar a vida do Grosjean. O perigo continua lá, a possibilidade de acontecer um “freak accident” também lá está, mas a F1 é um desporto seguríssimo nos dias correm. Ainda bem que assim é.
Num acidente tão grave como o do último fim de semana, foram várias coisas a funcionar bem que acabaram por salvar a vida do Grosjean. O perigo continua lá, a possibilidade de acontecer um “freak accident” também lá está, mas a F1 é um desporto seguríssimo nos dias correm. Neste caso, parabéns em particular a Alpinestars por não se ter contentado em assegurar os serviços mínimos, isso salvou o Grosjean, se não da morte certa, pelo menos de ferimentos com consequências muito mais graves.
Parabéns aos responsáveis pela segurança que como bem se vê vem evoluindo no mesmo nível dos carros. Os que se lembram das cenas grotescas dos anos 70 bem gostariam que toda essa tecnologia existisse desde sempre. Muitas vidas e carreiras teriam sido salvas. Enfim é o ciclo da vida. É preciso que um morra para que outro se salve