F1: Ricciardo quer focar-se menos na afinação do carro

Em qualquer desporto motorizado, a busca pela melhor afinação é incessante, pois é a porta mais direta para o sucesso. Mas nem sempre é possivel encontrar a melhor afinação, o que pode complicar a vida dos pilotos. Os monolugares da F1 são "animais" pouco dóceis e de temperamento difícil… nem sempre o tratamento dado numa pista funciona da mesma forma noutro traçado de características idênticas.

Depois de um par de meses de introspeção, Daniel Ricciardo começa a entender o que de bom e de mau aconteceu na época anterior. Com o distanciamento necessário para entender alguns pormenores, o australiano pretende em 2018 ter uma postura diferente do que adotou na época passada, em que conseguiu fazer mais pontos que o seu colega de equipa, ficando no entanto aquém das performances de Verstappen em qualificação. A resolução para 2018? Aceitar os possíveis defeitos da afinação:

“Os carros de 2017 tornaram-se mais difíceis de entender. Um dos meus pontos fortes no passado era a minha sensibilidade no carro. Com isso, conseguia gerir melhor os pneus, o que era uma vantagem. Mas creio que ultimamente isso não tem jogado a meu favor e que devo guiar o carro mesmo em condições menos ideais em vez de tentar procurar soluções, sem sucesso”.

Um dos fatores que mais influênciam o comportamento do carro são os pneus que em 2017 tiveram um comportamento diferente dos anteriores dada a maior dureza dos compostos Pirelli que não quis arriscar no primeiro ano dos novos regulamentos com mais apoio aerodiâmico:

“As vezes, em superfícies com menos aderência o carro vai fugir um pouco mais, mas em vez de tentar afinação atrás de afinação, o melhor mesmo será encontrar o melhor compromisso e adaptar-me a ele, sem tentar corrigir vezes sem conta o set-up, Houve alturas em que mudamos demasiadas coisas e ficamos perdidos. É normal tentar ter o carro o melhor possível mas por vezes leva a um ciclo vicioso. Não creio que será sair da minha zona de conforto pois sempre me adaptei bem a diferentes situações mas é mais uma questão de ter a mente aberta.”