F1, Red Bull: “quem tudo quer, tudo perde”
Há um adágio popular em Portugal que refere “quem tudo quer, tudo perde” e pode aplicar-se na perfeição ao que está a suceder com a Red Bull este ano, que aparentemente foi alcançada, e possivelmente – mesmo – ultrapassada em termos competitivos pela McLaren.
Isso é algo que só as corridas daqui até ao fim do ano vão ‘dizer’, mas declarações recentes de Pierre Wache, Diretor Técnico da Red Bull, no podcast Green Flag F1, pode ter feito luz quanto ao que a Red Bull fez mal e que agora está a ter efeitos visíveis.
Wache confessou que há razões pelas quais as atualizações do seu carro não têm funcionado.
Depois do forte domínio dos dois anos anteriores, a Red Bull chegou à conclusão que tinha chegado ao limite de desenvolvimento do seu monolugar e se os adversários acertassem nos seus conceitos, a Red Bull arriscava-se a ficar presa num conceito que já não tinha potencial de melhoramento.
Por isso quiseram ir ainda mais longe e mudaram o conceito numa tentativa de se manterem à frente dos rivais, e se é verdade que isso foi assim nas primeiras corridas do ano está agora a ficar claro que o novo caminho da Red Bull os está a fazer ‘marcar passo’ ao invés das equipas adversárias que têm conseguido dar pulos competitivos, e para o comprovar basta olhar para a tabela dos vencedores de corridas: desde junho, no GP de Espanha, que a Red Bull não vence um Grande Prémio, ao contrário da Mercedes (3 vitórias) e McLaren (2 vitórias).
Portanto, a Red Bull alterou um conceito fortemente dominante do ano passado, mudaram para um novo conceito para poderem ir mais além, mas até aqui ainda não conseguiram. O que também não significa que não o façam daqui até ao fim do ano…
Paralelamente, a Red Bull, é a equipa que menos tempo de túnel de vento tem, fruto das regras em vigor, e isso neste momento é uma forte desvantagem para si. Irónico. Com tanto avanço nos dois últimos anos, agora estão ‘aflitos’ por tempo de desenvolvimento…