F1: Qual a melhor opção para a Mercedes?

O mercado de pilotos 2020 poderá ter ainda algumas surpresas reservadas e a Mercedes pode ser uma peça importante no que diz respeito ao gird 2021.

Os Flechas de Prata já admitiram que não estão com pressa de avançar com renovações, mas a “falta de pressa” poderá ser motivada pelas dúvidas que neste momento persistem nas chefias da equipas. Quatro nomes parecem estar neste momento mais próximos de garantir um lugar na equipa de 2021 em diante: Lewis Hamilton, Valtteri Bottas, Sebastian Vettel e George Russell.

Lewis Hamilton é, dos acima mencionados, aquele que mais facilmente entra nas contas de 2021 em diante. O hexacampeão britânico tem sido rei e senhor na era híbrida e apenas Nico Rosberg conseguiu bater o pé ao #44. Desde então, Hamilton tem reinado sem contestação e a Mercedes quererá manter a sua estrela por vários motivos: primeiro, garante vitórias e títulos, e este argumento é, por si só, mais que suficiente para renovar com Hamilton; segundo, o sétimo título está à mão de semear e a Mercedes quer fazer parte dessa história, nem que seja apenas por motivos de marketing; terceiro, o britânico é uma das caras mais conhecidas do Grande Circo e o alcance que a Mercedes consegue, até no público mais jovem, graças à sua estrela não deve ser menosprezado. Por tudo isto e muito mais, a manutenção de Hamilton na Mercedes é quase um dado adquirido, até porque o o piloto já não tem outra opção que lhe permita lutar pelo título sem ser nos Flechas de Prata.

A partir daqui, começam as indecisões e as dores de cabeça. Vatteri Bottas vai para a sua quarta época na Mercedes, depois de ter sido o escolhido para substituir Nico Rosberg. O currículo de Bottas nas categorias de iniciação é monstruoso e quando Sir Frank Williams apostou nele, não tinha dúvidas de que seria um dos grandes nomes da F1 do futuro. Mas Bottas não tem mostrado o suficiente para ser um nome incontornável do Grande Circo. É um bom piloto, mas não tem mostrado mais que isso. Não tem sido um verdadeiro candidato ao título e não tem mostrado argumentos para suplantar Hamilton de forma consistente. A Mercedes tem renovado com o #77 por este ser um bom team player e pelo bom ambiente que existe entre ele e Hamilton (ajudado pelo facto de Bottas não incomodar na luta pelo título). Bottas garante estabilidade, qualidade e bons pontos para a equipa, mas não garante títulos nem é uma perspetiva interessante de futuro. Só com um 2020 acima de todas as expetativas poderia justificar a permanência mas, olhando para as opções que sobram, Bottas está a tornar-se na opção menos interessante.

Sebastian Vettel entra nestas contas de forma surpreendente. A notícia da saída da Ferrari iniciou uma onda de rumores que o apontavam primeiro para a McLaren, depois para a Renault e agora para a Mercedes. Este tema parece ser fraturante dentro da marca germânica. A chefia da marca quer Vettel na equipa, pois ao nível do marketing seria uma jogada tremenda. Um piloto alemão numa marca alemã, sem esquecer que falamos do maior nome do automobilismo alemão desde Michael Schumacher. Junta-se a isso a qualidade inquestionável do #5 e estão reunidos os ingredientes para uma contratação que fará da Mercedes a equipa com ainda mais destaque na F1. Mas os responsáveis da equipa não gostam dessa solução e, segundo os últimos rumores, preferem George Russell.

Russell estreou-se no ano passado depois de ter vencido a F2 em 2018. É um dos mais promissores talentos da F1 e tem estado sob a proteção da Mercedes, que vê nele um futuro campeão. Russell tem talento, como se pode ver pelos títulos já conquistados até agora nas categorias de iniciação, mas além disso é inteligente em pista e tem uma postura bem disposta e elegante. Ao contrário de Alex Albon e Lando Norris, já apresenta uma postura mais madura, que encaixa na perfeição na Mercedes. É uma aposta para o futuro e depois de duas épocas na Williams, a entrada na Mercedes seria na altura ideal, a tempo de aprender com Hamilton e de tentar chegar ao seu nível, preparando-se assim para o futuro. Entraria com um ano para se preparar para os monolugares da nova geração e a partir daí, começar a escrever o seu nome na história da F1

Qual a melhor opção?

A resposta a essa questão é sempre pessoal e qualquer uma tem argumentos a favor e contra. Pessoalmente, se fosse responsável da Mercedes a escolha seria simples…Hamilton e Russell.

A escolha Hamilton é lógica e Russell seria a posta para o futuro. Uma dupla que mistura experiência com juventude, que garante resultados no imediato e para o futuro, sem desestabilizar a harmonia vigente. Bottas já teve a sua oportunidade e desperdiçou, Vettel traria um confronto interno que para os fãs seria interessante, mas que do ponto de vista da equipa seria uma dor de cabeça indesejada, mais ainda depois do que viveram no tempo da dupla Hamilton/Rosberg. Russell tem pinta de campeão, tem a juventude do seu lado, tem a postura certa, tem talento e pode ser o piloto que levará a Mercedes para o futuro. É a escolha mais interessante do ponto de vista da equipa. Resta saber se será essa a escolha quando chegar a hora de assinar contratos.