F1: Qual a importância dos treinos-livres?
Os treinos-livres são aquela fase do fim-de-semana de Fórmula 1 a que apenas os fãs mais ‘ferrenhos’ prestam atenção. Caracterizada por ser ‘apenas’ uma fase de testes, pouca importância tem naquilo que realmente conta: as corridas. Mas será que é mesmo assim? Até que ponto os treinos livres não nos deixam indicações sobre o desfecho das corridas? Olhámos para o que já passou desta época de Fórmula 1, e tirámos as nossas conclusões.
Primeiro que tudo, explicar que as conclusões que tiramos não podem ser literais. Os treinos-livres não têm influência direta na corrida, pelo que tudo o que vemos aqui pode não passar de pura coincidência ou então – sendo esta segunda hipótese a mais provável – resultado da adaptação dos monolugares às diferentes pistas, mas olhemos para os resultados.
Em termos gerais, nos 12 Grandes Prémios deste ano, o vencedor da corrida liderou uma das três sessões de treinos-livres, em cinco dos 12 GP’s, o que significa que em 41,67% dos Grandes Prémios o vencedor da corrida também ficou na frente de uma das três sessões de treinos-livres. Os números podem não impressionar, mas para sessões em que o principal objetivo não é rapidez, estes números são algo inesperados, especialmente, quando temos em conta a imprevisibilidade das corridas. Comparativamente com as qualificações, também impressionam, pois apenas em três dos 12 GP’s deste ano o vencedor da qualificação foi também o vencedor da corrida.
Se olharmos para as qualificações, a quantidade de vezes que o pole-sitter venceu uma sessão de treinos-livres é maior. Em nove dos 12 Grandes Prémios, quem venceu a qualificação venceu também pelo menos uma sessão de treinos-livres, o que se traduz numa percentagem de 75%. Números impressionantes, que demonstram que os treinos-livres se aproximam cada vez mais de qualificações sem influência na grelha de partida.
Porém, mais pormenorizadamente, quais as
sessões de treino que primam pela velocidade, e quais as que ‘preveem’ mais
vezes os resultados finais? Pois bem, no caso das qualificações, é a sessão de
treino nº2. No entanto não tem uma larga margem de vantagem. Por seis vezes, a
segunda sessão de treino ‘previu’ o vencedor da qualificação, enquanto as
outras duas sessões o fizeram cinco vezes.
No caso das corridas, os resultados já não são tão renhidos, e são, até, algo surpreendentes. A primeira sessão de treinos-livres já teve um vencedor comum com as corridas em quatro ocasiões, ou seja, num terço dos Grandes Prémios (Mónaco, Canadá, França e Hungria, curiosamente, sempre Lewis Hamilton). Outro dado interessante é que apenas em dois GP’s os treinos-livres não ‘adivinharam’ nem o vencedor da qualificação, nem o vencedor da corrida. No Azerbaijão, onde a Ferrari dominou na sexta e no sábado de manhã, até a Mercedes, com Valtteri Bottas, arrecadar a qualificação e a corrida; e na Alemanha, onde Lewis Hamilton conseguiu a pole position, mas, numa corrida louca, a vitória sobrou para Max Verstappen, num fim-de-semana onde os treinos-livres vinham sendo dominados pela Ferrari.
Novamente, os dados valem o que valem, mas podem significar que as equipas dão cada vez mais importância à velocidade nos treinos-livres. Não se pode descartar, no entanto, a hipótese de que o domínio da Mercedes pode ter ajudado estes números, pois para além de vencerem as corridas, os pilotos da Mercedes costumam colocar-se em primeiro lugar durante os treinos-livres.
Se existe mais alguma conclusão a retirar desta análise é sobre a Ferrari. A equipa de Maranello já dominou várias vezes os treinos-livres de alguns GP’s, mas quando chegou o ‘momento da verdade’ deixou a vitória escapar por entre os dedos. Bahrain, Azerbaijão, Canadá, Áustria e Alemanha, foram cinco fins-de-semana em que a Ferrari não conseguiu traduzir o domínio nos treinos-livres (e em alguns casos, na qualificação) para a corrida, não conseguindo uma única vitória este ano.
Esperemos que este panorama mude, para o bem da modalidade, e para o bem da competitividade dentro da mesma, pois o que todos os fãs querem é a continuação do bom espetáculo nas pistas de Fórmula 1.
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