F1: Os novos regulamentos aumentaram o número de ultrapassagens?
A F1 mudou em 2022 e o objetivo era simples. Dar mais e melhor espetáculo. Durante muitas épocas, os fãs queixaram-se da falta de emoção das corridas, das poucas batalhas e, acima de tudo, do número reduzido de ultrapassagens em alguns circuitos. Os novos monolugares foram pensados para permitir lutas mais renhidas e mais próximas, na esperança de proporcionar mais ultrapassagens. Será que foi isso que aconteceu?
Numa fase final do desenvolvimento dos novos carros da F1, começaram a surgir alguns rumores que o número de ultrapassagens não iria sofrer grandes alterações, apesar de se reconhecer, de forma mais ou menos unânime, que os carros poderiam lutar entre si mais de perto. Mas, como dizia um famoso comentador britânico, alcançar é uma coisa, ultrapassar é outra. E um dos “problemas” destes monolugares é a eficiência da travagem e as curtas distâncias que precisam para reduzir a sua velocidade. Apesar do maior peso dos carros, não vimos diferenças significativas nas distâncias de travagem, pelo que apesar dos carros permitirem mais lutas, se não tiverem uma diferença de ritmo clara (um segundo ou mais) as ultrapassagens continuam a ser um desafio.
Os números comprovam isso e se compararmos o número de ultrapassagens do ano passado com os valores deste ano, não notamos grandes diferenças.
Nº de ultrapassagens em 2021 | Nº de ultrapassagens em 2022 | |
Bahrein | 75 | 76 |
Arábia Saudita | 27 | 33 |
Emila Romagna | 42 | 22 |
Espanha | 51 | 50 |
Azerbaijão | 27 | 23 |
Grã Bretanha | 29 | 30 |
Austria | 38 | 69 |
França | 60 | 32 |
Hungria | 17 | 65 |
Tirando os GP da Áustria e da Hungria, onde vimos um número claramente superior de ultrapassagens face a 2021 e o GP de França, em que vimos muito menos ultrapassagens este ano, os números são similares. Assim, podemos concluir que a média de ultrapassagens por corrida de 2022 não será muito diferente da de 2021. O que mudou, sim, foi a intensidade das lutas, com os pilotos a poderem perseguir os seus adversários durante mais voltas, sem necessidade de arrefecer pneus. E com isso o espetáculo melhorou. Não foi preciso vermos mais manobras (ao contrário do que a maioria pensava), apenas termos mais lutas em pista, mesmo que estas não resultem em troca de posição. Nisso, a F1 conseguiu atingir os objetivos propostos. Quanto ao número de ultrapassagens, não temos diferenças significativas, mas tal não ensombra as melhorias que vimos desde as primeiras corridas.