F1: Os melhores e piores do GP da Estíria

Por a 13 Julho 2020 16:30

O segundo grande prémio do ano não teve tanta ação quanto o primeiro, mas pudemos assistir a uma corrida interessante, com algumas jogadas estraégicas bem executadas, outras nem por isso, e com um final emocionante. Eis uma seleção dos melhores e dos piores do fim de semana:

Os melhores

Lewis Hamilton

A “normalidade” regressou. Depois de um fim de semana em que penalizações e erros ditaram um resultado mais modesto, Lewis Hamilton voltou a mostrar que continua em forma e que na luta pelo título, é o ator principal. Na qualificação, Hamilton deu um calendário a todos, conseguindo uma vantagem de 1.2 seg. para o segundo classificado. As condições era difíceis, mas o talento do britânico revelou-se novamente numa exibição de grande nível. No domingo correu sozinho. Nem Max Verstappen nem Valtteri Bottas tiveram argumentos para acompanhar o ritmo do #44, que selou assim a 89ª vitória da sua carreira. O campeão voltou e de forma clara.

Lando Norris

Tem de ser considerado o piloto que mais se destacou na jornada dupla na Áustria. No primeiro fim de semana esteve em grande, com uma qualificação espetacular e uma corrida que lhe valeu uma estreia no pódio. Um prémio merecido para o que fez em pista. O segundo fim de semana começou mal, com uma penalização desnecessária por ultrapassagem sob bandeiras amarelas no treino e com dificuldades físicas que o impediam de dar 100% no carro. Na corrida, compensou o que até então tinha sido um mau fim de semana, com a estratégia certa e com um ritmo final endiabrado. Norris cresceu, está mais maduro, mais confiante e já não tem tanto medo de arriscar. Ninguém duvidava do seu talento, mas a sua maturidade deixava ainda algumas interrogações. Essas dúvidas dissiparam-se, depois de dois fins de semana consecutivos sob pressão, sendo capaz de trazer para casa muitos pontos. Vai dar que falar.

Sérgio Pérez

Foi um final inglório para aquele que foi votado o melhor piloto da corrida pelos fãs da F1. Depois de uma qualificação horrível a todos os níveis, Pérez encetou uma recuperação que o colocou perto do pódio. Apresentou um ritmo muito forte, além da habitual gestão inteligente dos pneus. Tentou arriscar nas últimas voltas para chegar ao quarto lugar, mas deu-se mal e perdeu. Mas fica a prova, mais uma vez, que Pérez é um excelente piloto e que muitas vezes é olhado com desconfiança de forma injusta. É um piloto maduro, inteligente e com noção das suas forças e fraquezas. O projeto Aston Martin assenta-lhe muito bem.

George Russell

Russell tem passado um pouco despercebido, mas a qualidade do britânico é clara e só não é mais porque a qualidade do seu carro não o permite. Mas este fim de semana teve direito pela primeira vez a participar na Q2, um prémio merecido. Borrou um pouco a pintura na corrida com um erro que o atirou para os últimos lugares, de onde nunca mais saiu sem surpresa (o ritmo de corrida da Williams não permite mais) mas ficou uma pequena amostra do que este jovem pode fazer. Tem muita qualidade e merece mais.

McLaren

Um excelente começo de ano. Nem a crise da Covid-19, nem as dificuldades financeiras do grupo deitaram por terra o impulso positivo da equipa. Esperava-se que a Racing Point fosse a grande dominadora do meio da tabela, mas a McLaren respondeu à altura. Começa muito bem a equipa de Woking. Não foi perfeito, mas serviu para dar ainda mais moral e confiança à equipa.

Menos

Haas

Se a ideia é convencer Gene Haas a manter o investimento na F1, o plano não parece estar a correr bem. A Haas mantém os problemas do ano passado ao nível do andamento e os problemas nos travões começam a ser um clássico para a equipa americana. Muito trabalho pela frente, ficando apenas à frente da Williams ao nível do ritmo de corrida.

Alex Albon

Não foi um bom fim de semana para o tailandês. Não teve o melhor andamento e esteve longe de igualar as performances de Max Verstappen. Teve muitas dificuldades em encontrar a afinação certa e nunca apresentou um ritmo verdadeiramente competitivo. Albon tem talento e já o mostrou, mas ficou mal na fotografia na segunda prova em Red Bull Ring. A sorte é que Pierre Gasly viu a sua corrida ser estragada por uma opção estratégica errada, senão o francês poderia ter dado nas vistas o que aumentaria a pressão no #23.

Ferrari

Mau demais. Apenas o milagre de Charles Leclerc impediu uma catástrofe logo na primeira corrida, mas foi o milagreiro que deitou tudo a perder na segunda prova. Sem andamento no seco ou à chuva, em qualificação estão muito longe dos adversários e em corrida teremos de esperar mais uns dias para entender se as melhorias surtiram efeito. Mas começa de forma horrível a época para a Scuderia e a liderança de Mattia Binotto começa já a ser olhada com desconfiança.

Charles Leclerc

Desnecessário. Cometeu um erro infantil, tentando meter o carro num espaço que nem sequer existia. Admitiu a culpa, pediu desculpa, mas o prejuízo para a equipa foi grande. Erros acontecem, mas este foi de levar as mãos à cabeça. Tem obrigação de fazer melhor, mais na fase que a equipa atravessa.

Lance Stroll

Teve a oportunidade de mostrar serviço e falhou. Com um carro mais competitivo que o Renault de Daniel Ricciardo, nunca teve argumentos para passar o australiano, que se defendeu com mestria. Tentou o tudo por tudo na penúltima volta e borrou a pintura. Continua a mostrar pouco talento para estas andanças e a equipa tem uma oportunidade de ouro de assinar Sebastian Vettel na próxima época. Dispensar Pérez seria impensável e Stroll seria a opção certa para dar o lugar ao alemão… mas o pai e dono da equipa talvez não ache muita graça à ideia. Não convence.

Subscribe
Notify of
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
últimas Autosport Exclusivo
últimas Autosport
autosport-exclusivo
últimas Automais
autosport-exclusivo
Ativar notificações? Sim Não, obrigado