F1: O cenário ideal para a Red Bull
Sergio Pérez tem sido um problema para a Red Bull, este ano, e, em condições normais, o mexicano não teria assegurado o seu lugar para a próxima temporada, mas existe um cenário perfeito para Christian Horner e Helmut Marko.
Desde o Grande Prémio do Miami que Pérez tem vindo a passar por uma espiral negativa e, muito embora tenha ao seu dispor o carro que o seu colega de equipa usa para esmagar a oposição, tem sentido profundas dificuldades e cometido erros de palmatória, o que leva a que não tenha o segundo posto no Campeonato de Pilotos assegurado.
Este ano, com a supremacia exercida por Verstappen, a Red Bull não tem dificuldades em assegurar o Campeonato de Construtores, mas este cenário poderá não ter repetição em 2024, esperando-se uma subida de forma das equipas mais próximas da estrutura de bandeira austríaca, podendo as más performances do mexicano serem um problema.
Pérez tem um contrato válido para 2024, mas como bem sabemos, na Red Bull nem sempre isso é um seguro para o piloto em questão, sendo inúmeros os exemplos.
A grande questão é que neste momento os responsáveis da formação de Milton Keynes não têm uma verdadeira opção para o lugar do mexicano.
Yuki Tsunoda tem vindo a fazer uma boa temporada, mas é evidente que não tem os argumentos para ser colega de equipa de Verstappen, caso contrário já teria dado o salto da equipa B para a equipa A da Red Bull.
Daniel Ricciardo, por seu lado, é ainda uma incógnita para a Horner e Dr. Marko, depois dos seus anos negros na McLaren e o facto de se ter lesionado nos treinos-livres para o Grande Prémio dos Países Baixos não o ajudou nem à equipa de Milton Keynes, não sendo, para já uma opção válida a Pérez.
Por fim, Liam Lawson mostrou muito potencial enquanto substituiu o australiano, mas colocá-lo ao lado de Verstappen neste momento poderia ser uma reedição do erro da Red Bull, quando definiu Pierre Gasly e, depois, Alex Albon como colegas de equipa do neerlandês, quase terminando com a carreira de ambos.
Presentemente, e se Ricciardo não mostrar um nível de performance extraordinário até ao final da temporada, a solução para a Red Bull teria de vir de fora e nos últimos meses tem vindo a verificar-se um namoro entre os responsáveis da equipa de Milton Keynes e Lando Norris.
No entanto, o inglês, amigo de Verstappen, tem contrato com a McLaren até ao final de 2025 e Zak Brown seguramente que não o cederia a Christian Horner de ânimo leve.
Poderá, porém, existir um cenário em que o americano poderia deixar o seu piloto partir rumo a Milton Keynes.
A McLaren não tem ainda um contrato de fornecimento de unidades de potência para 2026, quando entra em vigor o novo regulamento, tendo Brown sido visto este ano na Red Bull Powertrains, onde serão construídos os motores que serão conhecidos como Ford.
Sabendo-se que os custos das unidades de potência são uma factura onerosa para as equipas não-oficiais, uma redução no preço dos V6 turbohíbridos produzidos em Milton Keynes poderia ser uma forma de seduzir Brown a ceder Norris.
Esta solução poderá não ser tão impossível como poderá parece à primeira vista, uma vez que Oscar Piastri tem vindo a mostrar ser capaz de acompanhar o seu colega de equipa já no seu primeiro ano de Fórmula 1, o que deixa antever um tecto de performance superior ao do inglês, se continuar a evoluir como se espera.
Para além disso, Brown tem no mercado um bom piloto – Felipe Drugovich, que muito embora não tenha experiência, tem vindo a fazer muitos quilómetros no simulador da Aston Martin – para substituir Norris.
Para que tudo isto funcionasse na perfeição e a Red Bull não sentisse relutância em pagar pela libertação de Norris na forma de desconto no fornecimento de unidades de potência à McLaren, Pérez teria de deixar a equipa pelo seu próprio pé, caso contrário teria de receber uma indeminização.
É evidente que, presentemente, o mexicano é um homem completamente derrotado, estando os seus níveis de confiança extremamente baixos, havendo quem duvide que alguma vez consiga dar a volta por cima, não que isso significasse bater Verstappen, mas antes recuperar a forma que evidenciou no início da temporada, quando rodava perto do seu colega de equipa.
No passado, Pérez já acenou com a possibilidade de deixar a Fórmula 1 e regressar ao seu país para viver uma vida mais familiar.
Este seria o cenário ideal para a Red Bull, o mexicano anunciar a sua reforma, deixando o seu lugar vago para Norris.
Desta forma, o Horner e Dr. Marko poupariam financeiramente o equivalente a um ano de contracto com Pérez, podendo ainda negociar com o inglês um acordo mais baixo, uma vez que estão a oferecer a este o carro mais competitivo do plantel, com o qual poderá lutar por vitórias e títulos, se tiver arcabouço para o seu amigo Verstappen.
Este seria o cenário ideal para a Red Bull, que neste momento está numa situação em que não se sente confortável.
Se a McLaren continuar a evoluir, será que o Norris vai querer ser o nº2 na Red Bull? É que o Verstappen será sempre o nº1 (enquanto for campeão, depois volta ao 33…).
Também não sei se seria o cenário ideal, ou se daria muitas dores de cabeça ao Horner. Já vimos, no passado, grandes amizades acabarem por causa da luta pelo título. Norris tem fome de sucesso.
E até quanto é que ele será o piloto nº1 na McLaren?
Até “quanto” não sei, mas enquanto lá estiver, é o “inquilino” mais antigo da casa, o que traz vantagens.
Verdade. Mas indo buscar um miudo à F2, acho que há melhor por lá que o Drugovich.
Esqueça, a Red Bull não vai buscar ninguém à F2 para colocar ao lado do Verstappen. Neste momento, não vejo nenhum piloto da Red Bull na F2 com capacidade para entrar na F1, mas se entrar alguém, será para a Alpha Tauri, ou como se vai chamar, nunca directamente para a equipa principal.
Quanto ao Drugovich, acho que é bom piloto, mas “atirá-lo às feras” era matar a carreira dele. Gostava de o ver na grelha, mas começando por uma equipa menos ambiciosa.