F1: O acidente de Guanyu Zhou e as suas consequências
O acidente de Guanyu Zhou continua a fazer correr muita tinta e neste momento uma coisa é certa: a FIA vai intervir, porque houve nuances deste acidente que precisam de ser corrigidas. Em primeiro lugar, não pode haver ‘aquele’ espaço entre a rede que protege os espectadores e a barreira de pneus. Ou não há, ou a que existir, tem que ter uma largura suficiente para que um F1 não fique entalado daquela forma.
Mas há muito mais para discutir.
A FIA e a Alfa Romeo estão a investigar, mas felizmente as consequências físicas do acidente não foram graves. Mas o que aconteceu dá que pensar.
A dinâmica do acidente levou a que o roll-bar cedesse. E esse é o primeiro problema. Claro que se o monolugar passou nos testes da FIA, e neste momento já se sabe que o impacto que levou a que o roll bar cedesse foi maior que os testes da FIA. Primeira ‘crise’.
A Sauber construiu um chassis com a utilização de uma barra, ao invés de um ‘triângulo’, todas as restantes equipas têm um ‘triângulo’. Tudo bem, são opções, passou no teste como os outros.
Tudo é pensado para deixar o capacete/cabeça do piloto ‘longe do chão’, o que sucedeu, mas a falha está na quebra do roll bar. A investigação há-de confirmar, mas na primeira análise desconfia-se que foi a forma, violência e a direção como o carro capotou que colocou mais pressão no roll bar do que a FIA esperava.
Talvez os testes mudem depois do que se viu.
Felizmente a dinâmica do acidente não afetou o depósito de combustível como sucedeu no acidente do Bahrein de Romain Grosjean em 2020. Imagine ter havido fogo com o monolugar entalado como ficou?
Resumindo, o Halo fez o seu trabalho e salvou Zhou. É para isso que ‘ele’ lá está.
Mas provavelmente os testes de carga na barra de capotamento precisam de ser aumentados e a posição e direção desses testes, revista.
Há neste acidente um forte componente chamado ‘sorte’, e talvez convenha não contar sempre com isso.
O presidente da Associação de Pilotos de Grande Prémio, Alex Wurz, já apelou à FIA para fazer mais melhorias na segurança da Fórmula 1 na sequência deste acidente. Através das redes sociais pediu ao presidente da FIA , Mohammed Ben Sulayem para “por favor, verifique a sua caixa de e-mail, temos mais trabalho a fazer”.
Como se percebe, é preciso intervenção rápida da FIA.
Provavelmente terão de ser introduzidos testes de resistência mais rigorosos.
Quanto a Guanyu Zhou, revelou que quando capotou: “a primeira coisa que fiz foi tirar as mãos do volante”. Depois esperou pelo embate “tentei trancar-me na posição mais segura possível, apenas à espera do último impacto” e depois de parado “havia algum líquido a vazar. Não tinha a certeza se era do meu corpo ou do carro, só tentei desligar o motor, pois sabia que se houvesse incêndio, seria difícil sair. Por isso desliguei o motor.
E estava tudo bem”, disse Zhou que não percebeu até ver fotos como o carro estava preso entre a barreira de pneus e a vedação: “depois deslizei um pouco e foram capazes de me puxar para fora. Não me tinha apercebido que estava entre as barreiras, pensava que estava ao lado” disse o piloto chinês que depois de ver as imagens ficou “agoniado” e tirou a segunda-feira de folga. Resta acrescentar que a sua família estava toda no circuito, pelo que se pode calcular o susto que apanharam.
Felizmente tudo acabou bem…