F1: Nova organização procura encontrar resposta definitiva às dificuldades da Alpine
A Alpine encontra-se perante um desafio enorme e numa encruzilhada após um início complicado em termos de performance no Grande Prémio do Barém, mas também tendo em conta o passado recente da equipa francesa, que não tem conseguido melhorar e dar um passo em frente. Este cenário levou a equipa a implementar mudanças drásticas em sua liderança técnica, com as demissões de Matt Harman e Dirk de Beer, dois dos líderes remanescentes do departamento técnico após uma série de saídas no ano passado.
A corrida no Barém revelou, não apenas um desempenho aquém das expectativas, mas também uma série de desafios ligados ao novo conceito do Alpine A524, que se suspeita estar mais pesado do que os concorrentes em pista. Fosse só essa a questão a resolver, estava a Alpine um pouco mais à vontade. Mas a verdade é que entender e otimizar esse novo monolugar tornou-se uma prioridade crucial para a Alpine, especialmente numa era da F1 com limite orçamental, onde a capacidade de gastar para superar problemas é limitada.
A Alpine sublinhou que a decisão da reestruturação interna, aproveitando as saídas dos dois técnicos, acontece após um período decepcionante na competição mundial, em que a equipa caiu do quarto lugar de 2022 para o sexto em 2023, falhando vários objetivos-chave nas suas ambições de chegar à frente da classificação, agravado agora com a entrada em falso na nova temporada. A tão importante meta das ‘100 corridas’ do então diretor executivo Laurent Rossi.
A reestruturação técnica é, desta forma, uma resposta proativa aos obstáculos enfrentados pela equipa. Bruno Famin, o atual chefe de equipa, delineou um novo formato de liderança, introduzindo uma estrutura de três diretores técnicos. Joe Burnell liderará a engenharia, David Wheater assumirá a aerodinâmica e Ciaron Pilbeam ficará encarregue da performance. Já vimos algo do género noutras equipas, nomeadamente na McLaren.
A Alpine não apenas nomeou apenas novos responsáveis, mas também reforçou sua equipa com a chegada de John Wood como diretor de operações na fábrica do Reino Unido e Audrey Vastroux em Viry-Chatillon. Esta decisão parece ser uma resposta a uma necessidade de maior experiência na estrutura, fornecendo uma base estável para a implementação de novos procedimentos.
Enquanto a equipe trabalha nos bastidores para entender os intrincados problemas do novo carro, o sucesso dessa reestruturação será a capacidade da equipa de transformar desafios em oportunidades, construindo um caminho sólido em direção à recuperação na tabela de classificação, com um plano ambicioso de desenvolvimento do A524, sempre dentro dos limites orçamentais. Mais uma vez, um cenário um pouco à semelhança da McLaren em 2023.
A lutarem no fundo do pelotão, pilotos e técnico têm a esperança que estas mudanças possam ser o catalisador para uma reviravolta durante a temporada de 2024 até 2025, uma vez que a base do monolugar foi pensada para não sofrer muitas alterações na última temporada antes das mudanças dos regulamentos técnicos.