F1, Notas AutSport: Pouca Ferrari até agora
Pensava-se que este seria o ano do verdadeiro desafio da Ferrari à Mercedes. O ano em que a luta Hamilton vs Vettel iria durar até ao fim. Que a Scuderia iria finalmente corrigir os erros do passado. Não foi assim que aconteceu até agora.
Depois de um 2014 fraco, 2015 deu motivos de esperança à Ferrari. A entrada de Vettel deu um novo alento à equipa e parecia que estava tudo lançado para um desafio mais forte em 2016. Tal não aconteceu, e nesse ano foi tempo de remodelações e reestruturações. Dar um passo atrás para dar dois à frente. disse Sebastian Vettel.
2017 e 2018 deram-nos uma Ferrari mais competitiva, mais perto da Mercedes, mas com alguns erros comprometedores. Ou as evoluções não eram eficazes, ou a estratégia era a errada, ou Vettel cometia erros. Dois anos de oportunidades desperdiçadas que todos esperavam que servissem de lição para 2019.
No entanto as lições não foram aprendidas. Mesmo com a saída de Maurizio Arrivabene e da promoção do mais consensual Mattia Binotto, o cenário não se alterou significativamente. A Ferrari continua a errar e falhou na escolha da filosofia do carro para este ano, com menos arrasto, mas também menos apoio aerodinâmico (um conceito usado com sucesso pela Mercedes e Williams nos primeiros anos dos motores híbridos mas abandonado por se ter esgotado dada a evolução da concorrência).
Os erros do passado mantêm-se, com decisões estratégicas pouco conseguidas e com um Vettel ainda muito errático. O tetracampeão continua a cometer erros por vezes incompreensíveis e mesmo o seu ritmo em pista não tem sido fulgurante como já o vimos fazer. Parece que Vettel ainda não encontrou a forma ideal, um problema que se arrasta há já algum tempo. A questão Vettel ganhou ainda mais peso com a chegada de Charles Leclerc. O jovem monegasco veio abalar o equilíbrio que existia no tempo da parceria Vettel / Kimi Raikkonen. A dupla era harmoniosa, entendia-se bem e Kimi nunca ameaçou o estatuto de nº1 de Vettel. Leclerc tem outras ambições e quer mostrar o seu talento, o que implica bater o pé ao seu companheiro.
O jovem adaptou-se relativamente bem à mudança, ele que veio da Alfa Romeo. Não acusou muito a pressão e depressa chegou ao ritmo de Vettel. No Bahrein teve a vitória na mão mas esta escapou por um problema no motor. A partir daí tem estado bem, mas tem acumulado um ou outro erro que o impediram de brilhar mais. Na Áustria a sua defesa ao ataque de Verstappen não foi a melhor, na Alemanha foi apanhado na armadilha da curva 16, quando já tinha provado o “veneno” e escapado ileso algumas voltas antes. Tem um talento inquestionável e que fará sorrir os fãs da Scuderia, mas tem de continuar o seu trabalho de adaptação que tem feito com tranquilidade e de forma gradual.
Os pilotos da Scuderia têm actuado à imagem da Ferrari. Muito potencial e muita qualidade, mas com alguns erros que têm custado caro.
Ferrari – Nota 6: 2º lugar – 288 pontos
Esperava-se muito mais da Ferrari. Ao invés de um desafio forte desde início, a Ferrari entregou a questão do campeonato à Mercedes na primeira metade do ano. A história deste campeonato poderia ser muito diferente mas a insistência em erros do passado impediram que esta luta ganhasse a dimensão que todos desejavam. Resta à Ferrari lutar por vitórias e defender o segundo lugar da Red Bull, cada vez mais ambiciosa.
Sebastian Vettel – Nota 6: 4º lugar – 156; Melhor resultado – 2º lugar Mónaco, Canadá e Alemanha)
Vettel precisava de um reset depois da sucessão de erros do ano passado. Esperava-se que esta época nos desse um Vettel mais calmo e menos errático mas, infelizmente, tivemos uma continuação da versão do ano passado. Vettel tem sentido dificuldades com o carro, que não está talhado para o seu estilo de condução e não tem conseguido colocar em pista tudo o que pode e deve fazer. Pode ser que agora, sem pressão do título, consiga a primeira vitória do ano, embora a exigência dos fãs e da imprensa italiana se façam sentir cada vez mais.
Charles Leclerc – Nota 8: 5º lugar – 132 pontos: Melhor resultado 2º lugar Áustria
Não tem sido um começo perfeito, pois a circunstâncias da equipa não o permitem e por causa dos erros acima referidos. Mas já no ano passado vimos vários erros na Alfa Romeo e quando se fez o clique, nunca mais Leclerc parou de evoluir. Na Ferrari falta-lhe ainda esse clique, essa vitória que deveria ter sido dele no Bahrein. Todos anseiam pelas lutas entre ele e Verstappen, mas o holandês tem cinco anos de F1 enquanto Leclerc tem apenas dois. É preciso dar tempo ao jovem e deixá-lo amadurecer. Mas este não engana… Tem tudo para escrever o seu nome na história de forma indelével.
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