F1: Mudanças para 2019 serão a melhor solução?
A F1 é provavelmente um dos desportos mais complexos do mundo. O nível de exigência e a tecnologia de ponta têm por vezes aspecto de terem saído de um filme de ficção científica. Um desporto com estas características exige planeamento e visão. Mas infelizmente já tivemos casos em que os responsáveis pelos destinos da F1 tomaram decisões precipitadas que em vez de melhorar a competição tiveram o efeito oposto.
A reunião de hoje do Grupo de Estratégia tem todo o ar de ser mais uma dessas tentativas de resolver algo de forma precipitada sem ter em conta outros factores. O GP da Austrália teve muito poucas ultrapassagens, como é costume em Melbourne. Ninguém ficou chocado por ver poucas manobras mas pelos vistos os responsáveis pela F1 ficaram e estão a fazer um esforço para fazer aprovar mudanças na aerodinâmica que permitam aumentar o número de ultrapassagens. A mudança regulamentar terá de ser acordada e aprovada em breve e idealmente até 30 deste mês, sendo que depois dessa data apenas uma decisão com voto unânime pode ser aprovada e já se sabe que na F1 a probabilidade de haver unanimidade é a mesma da Sauber vencer o próximo GP… existe mas é muito diminuta.
A mudança que se pretende implementar é uma simplificação da asa dianteira com a eliminação de alguns elementos e uma asa traseira maior, para amplificar o poder do DRS. Se uma mudança vai obrigar as equipas a repensar o conceito aerodinâmico dos carros (o que implica mais investimento, o que vai por certo prejudicar as equipas que já têm pouco orçamento) a outra vem dar mais ênfase a um elemento que muita gente quer ver eliminado da F1.
A probabilidade destas mudanças serem aprovadas é mínima, até porque falta pouco tempo para o fim do mês e as equipas que não estão interessadas na mudança vão adiar a decisão e atrasar o processo o máximo possivel até o dia 30 acabar. Depois disso só com uma decisão unânime, ou seja, nada feito.
A F1 e as equipa deveriam estar focadas nos regulamentos de 2021. A F1 precisa de um regulamento bem pensado, com dados que comprovem que a base regulamentar vai promover boas corridas e equilíbrio. Mudar as regras do jogo em cima do joelho porque uma corrida num traçado citadino, no início da época teve poucas ultrapassagens parece pouco sensato.
Este início de época está a ser excelente. A última corrida foi espectacular, a do Bahrein foi igualmente boa e a da Austrália, por muito que alguns o neguem foi de facto interessante de seguir. A F1 não são apenas ultrapassagens. Dizer que aumentar o número de ultrapassagens vai melhorar o espectáculo é a mesma ideia que foi usada na implementação do DRS e o resultado é o que se sabe. É preciso sim permitir que os carros possam seguir-se de forma mais próxima mas para isso é preciso uma mudança mais profunda e os fãs esperam que os novos regulamentos para 2021 proporcionem isso mesmo. Mas a F1 é também estratégia, o jogo das equipas, o esforço e a coordenação dos mecânicos nas paragens. Reduzir-mos a F1 apenas a ultrapassagens é esquecer componentes que são igualmente interessantes de seguir. 2018 está a ser para já excelente, as corridas tem sido muito boas e temos em vista um campeonato renhido como há muito não se via.
Temos ainda dois anos com este conjunto de regulamentos. É preciso usar esse tempo de forma eficiente e encontrar soluções sólidas para o futuro e não remendos que podem não ter o efeito desejado. Lembram-se do formato de qualificações por tempo? É preciso evitar esse tipo de ideias que à partida não soam bem e que depois se verifica que não funcionam mesmo. A não ser que a proposta tenha uma fundamentação muito forte e provas sólidas que a competição vai ganhar a curto prazo, o mais sensato será apostar em outras medidas mais simples e o aumento de 5Kg de combustível para a corrida é um bom exemplo.
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