F1: Mercedes terá de trocar unidade motriz do monolugar de George Russell
O pesadelo da Mercedes em São Paulo ainda terá consequência nas próximas corridas. Além de confirmarem que o rumo a tomar no desenvolvimento do próximo carro é alterar completamente o conceito comparativamente ao W14, o mau fim de semana no Brasil ainda trouxe o final precoce da corrida de George Russell, obrigando a equipa de Brackley a ter de substituir a unidade motriz do carro número 63.
Os responsáveis da Mercedes tiveram de chamar o piloto britânico para a box, levando Russell à terceira desistência oficial da temporada – em Singapura, apesar do acidente na última volta, o piloto ficou classificado em 16ª lugar com uma volta de atraso para o vencedor – devido a um problema de sobreaquecimento que poderia ter danificado outros componentes internos. Apesar de não ser claro que se a equipa vai optar por componentes novos, levando a uma penalização na grelha de partida, ou por os que estejam na ‘pool’ já usados durante a temporada, e cumprindo assim, a alocação máxima permitida pelos regulamentos, Riccardo Musconi, responsável de performance da Mercedes, explicou, no último vídeo ‘debrief’ no canal de YouTube da equipa, que já estava planeado que este seria a última corrida desta unidade motriz, levando a crer que vão montar a próxima com componentes da ‘pool’, sem lugar a penalização na grelha de partida na estreia da Fórmula 1 em Las Vegas.
“George vai usar uma unidade motriz diferente nas próximas duas corridas, tal como estava inicialmente previsto”, explicou o responsável da Mercedes. “A unidade motriz usada em Interlagos era para ser a sua última corrida, então porque é que decidimos pela desistência do carro dele? Começámos a ver algumas pressões e temperaturas que eram bastante preocupantes e chegámos a um ponto em que estávamos convencidos de que estava prestes a falhar. Para evitar um possível incêndio e danos noutras partes do carro, a conclusão lógica foi retirar o carro [da corrida]. Vai ter uma unidade motriz diferente nas duas últimas corridas, por isso não há problema desse ponto de vista”.
Recordamos que, na opinião de Toto Wolff, o pesadelo vivido pela Mercedes no Grande Prémio de São Paulo comprovou que o rumo tomado para desenhar e produzir um monolugar completamente diferente do atual para a próxima temporada é o mais correto a fazer, sendo o W14 uma dor de cabeça para toda a estrutura.
Faltando apenas duas corridas, se Russell tem motores ainda em estado de serem utilizados, não se justifica montarem um novo, a não ser que um motor novo seja determinante para a manutenção do segundo lugar nos construtores. Mas isso só vão saber depois dos treinos de sexta-feira em Las Vegas, conforme for o desempenho de Mercedes e Ferrari.