F1, Mercedes: Mais e melhor a caminho?

Ao contrário de todas as expectativas no início da época, a Mercedes está a dominar por completo a temporada e estamos a ter uma espécie de cópia dos inícios da era turbo-híbrida, em que ninguém chegava perto dos flechas de prata.

Ao nível de vitorias, as contas são simples de fazer: Lewis Hamilton tem quatro e Valtteri Bottas 2. Nas contas das poles, o domínio Mercedes mantém-se com Bottas (3) e Hamilton (2) em destaque embora nesta lista apareça Charles Leclerc, o único “não-Mercedes” a aparecer até agora. Quanto a subidas ao pódio, os homens da Mercedes ainda não falharam uma vez, enquanto Sebastian Vettel (3), Max Verstappen (2) e Charles Leclerc (1) também provaram o champanhe.

Das 366 voltas que já foram feitas este ano em GP, Lewis Hamilton liderou 211 e Valtteri Bottas 87. Leclerc (60), Vettel (6) e Verstappen (2) foram os únicos a passarem pelo primeiro lugar durante as corridas. Para terminar, além dos dois pilotos da Mercedes, apenas Verstappen e Vettel completaram 100% das voltas até agora, ou seja, apenas quatro pilotos conseguiram chegar ao fim das corridas até agora.

Estes dados mostram um domínio inquestionável da Mercedes. O cenário não tem tendência a melhorar. Lewis Hamilton já afirmou que não se sente a 100% e que pode conseguir tirar mais do carro e embora possa parecer “conversa fiada”, não é costume Hamilton afirmar que está em baixo de forma, se não for mesmo o caso. E a história recente mostra que a segunda metade da época é quando o britânico surge com ainda mais força.

As equipas vão evoluindo os carros e os pilotos vão encontrando a afinação que mais se adequa ao seu estilo. O avançar da época dará uma Mercedes cada vez mais forte, com mais conhecimento sobre o monolugar e com afinações mais perto do ideal para ambos os pilotos.

E como se tudo isto não bastasse, espera-se que no Canadá a Mercedes traga finalmente a versão dois da sua unidade motriz. A Renault já o fez (para melhorar fiabilidade) a Honda já o fez (fiabilidade) e a Ferrari já o fez (fiabilidade e performance). Apenas a Mercedes ainda não trouxe novidades neste capítulo e tem vencido ainda assim. Com a melhoria de performance esperada, a vantagem dos flechas de prata pode tornar-se inalcançável para a concorrência. Fala-se de um aumento de 20 cv e que a barreira dos 1000cv deverá ser atingida.

São más notícias para os adversários e para os fãs que gostariam de ver mais luta pela liderança do campeonato. Claro que Red Bull e Ferrari não param, mas o chassis da Red Bull e mesmo a unidade motriz Honda não chegam para a Mercedes e a Ferrari tem um chassis difícil de entender nesta fase e pior que isso, uma instabilidade interna que aumenta a cada corrida e que dá origem a erros. A Mercedes não está imune aos erros e o Mónaco foi exemplo disso, mas a taxa de erro dos flechas de prata é muito menor e operam muito perto da perfeição o que disfarça a falta de competitividade em pista, quando ela acontece.

Esperemos que as distâncias não aumentem em demasia, mas são raras as actualizações da Mercedes que não resultam em ganhos significativos. E ao invés de lamentar o facto, deve-se admirar o trabalho feito pela equipa germânica que continua a ser a referência.