F1: Mercedes admite que “competitividade diminui quando a pista está quente”
A Mercedes começa a perceber que pode existir um padrão no comportamento do W15 em cada fim de semana de provas, admitiu o diretor técnico James Allison. Segundo o responsável, o desempenho do monolugar de 2024 baixa quando as sessões são realizadas com mais temperatura em pista.
Na análise, no habitual vídeo no canal de YouTube da Mercedes, ao passado Grande Prémio da Austrália, James Allison revelou que “quase não houve alterações de configuração entre o treino livre 3 e a qualificação, […] nenhuma diferença significativa na afinação, porque sentimos que tínhamos o carro numa janela decente no treino e isso refletiu-se na tabela de tempos. Mas estamos a começar a ver um padrão em que, na maioria dos fins de semana, temos um período em que o carro está bom e nós confiantes com o carro, mas depois, nas sessões importantes – na qualificação e na corrida – escapa-nos por entre os dedos”.
Por isso, salientou o responsável, “se estivéssemos a tentar traçar esse padrão, provavelmente a correlação mais forte que podemos fazer neste momento, é que a nossa competitividade diminui quando a pista está quente, quando o dia está mais quente e, portanto, as temperaturas dos pneus aumentam com as da pista. Os momentos em que estivemos no nosso melhor foram todos nas sessões mais frescas e isso dá-nos algumas pistas sobre o que precisamos de fazer”.
O diretor técnico da Mercedes explicou que algumas melhorias poderão ser encontradas com outra afinação do carro e em simulador, no caso da identificação estar correta, “mas se concluirmos, depois de esgotarmos do que dispomos em termos de afinação, que ainda precisamos de ir mais longe, então a situação torna-se mais difícil, porque isso significa que existem características subjacentes, por exemplo, no mapa aerodinâmico que criámos ou nas características da suspensão que estão a agravar essa caraterística específica”.
Ou seja, as alterações podem ser de pequeno grau de dificuldade ou, no caso de não serem ultrapassadas estas questões ao encontrar um outro ‘set up’ mais favorável, “um pouco mais complexo e complicado”.As afirmações de Allison vão ao encontro às de Toto Wolff, que revelam as muitas dificuldades da Mercedes em tirar o máximo partido do W15, voltando a uma espiral sentida nas duas anteriores temporadas.