F1, McLaren: Um pesadelo que chegou ao fim… para já
Se no início o regresso da parceria Mclaren-Honda parecia um sonho para ambas as partes e para os fãs, o tempo fez questão de trazer a dura e amarga realidade… a Honda não estava preparada para o desafio dos turbo-híbridos.
2015 foi catastrófico, mas a McLaren, relutantemente, aceitou o desfecho mantendo a confiança na Honda, mas 2016 trouxe mais do mesmo e as evoluções apenas se fizeram sentir no final da época e não foram nada assombrosas. Para 2017, a marca nipónica resolveu revolucionar o seu motor, apresentando uma configuração semelhante à da Mercedes. Os responsáveis estavam otimistas que as mudanças resultariam num aumento significativo de performance mas o primeiros testes fizeram regressar de imediato os fantasmas do passado recente. As falhas sucessivas em componentes simples fizeram estalar o verniz entre ambas as partes e a relação, que já era tensa, tornou-se praticamente insustentável. As melhorias teimaram em não chegar ao ritmo e com o impacto desejado e a McLaren foi obrigada a meter os papeis do divórcio. A equipa virou-se para os outros fornecedores, mas teve uma resposta negativa dos germânicos e dos italianos. Para chegar a um acordo com os franceses teria de arranjar forma convencer a Toro Rosso a aceitar uma troca, o que aconteceu. No final, a McLaren conseguiu o que queria… um motor com mais potencial para 2018, que permitiu à Red Bull chegar ao 3º lugar no campeonato de construtores, com algumas vitórias e pódios à mistura.
Foi mais um ano desperdiçado pela equipa de Woking, que depois de dois anos a afirmar que tinha um dos melhores chassis do grid, sem que isso se fizesse notar, apresentou este ano um chassis de topo, com potencial para lutar com os melhores, o que se verificou nas secções mais sinuosas dos traçados, onde os McLaren conseguiam aguentar a concorrência que depois voava nas retas.
Fernando Alonso foi o homem que mais sentiu a frustração desta situação. Mudou-se da Ferrari para a McLaren, com a ambição de encontrar um projeto vencedor, o que não acreditava que acontecesse em Maranello, e em vez disso encontrou uma equipa com grande potencial, que sofreu uma revolução, melhorou ainda mais e que apenas ficou dependente de um motor que não mostrou capacidade. O espanhol ficou tão farto da Honda que nem apareceu no último evento da marca, onde se juntaram as estrelas de vários quadrantes do desporto motorizado que estiveram ligados à Honda. As criticas foram muitas e Alonso terá sido o catalisador da mudança de motores. A chegar ao final do contrato, o espanhol não estava para andar na cauda do pelotão a cada corrida e pressionou os responsáveis para mudar de motores. Alonso é um dos melhores pilotos, está provavelmente no topo da sua forma e apenas precisa de um carro que lhe permita lutar por vitórias. A McLaren sabe disso e quis segurar a sua estrela, não olhando a esforços para o manter satisfeito, permitindo que corresse na Indy 500. O contrato entre ambas as partes foi assinado e Alonso vai ficar na Mclaren , com perspetivas de um futuro mais risonho e com autorização para experimentar outros campeonatos, numa primeira abordagem da equipa ao regresso campeonatos onde já esteve no passado. Avaliar a prestação de Alonso este ano é algo injusto tendo em conta as condições que teve, mas viu-se que continua um dos melhores nas largadas e não perdeu as qualidades que fizeram dele bi-campeão.
Stofell Vandoorne teve uma época de estreia para esquecer pelas grandes dificuldades que teve de enfrentar no seu primeiro ano na F1, muito à semelhança do que aconteceu com Magnussen. Chegou a uma equipa que sofreu muito com a instabilidade que a falta de resultados provocava e teve de mostrar o seu valor contra um dos melhores do mundo, sem ter hipótese de se mostrar contra mais ninguém, dada a diferença de andamento para os outros adversários. O resultado final é positivo e o jovem prodígio mostrou capacidade e potencial. Alonso foi melhor em corrida (5-2), arrasou na qualificação (16-3) e conseguiu o melhor resultado da equipa (6º, contra o 7º de Stoffel), mas não podemos esquecer a situação difícil que se viveu na McLaren e para um jovem, chegar e ter as prestações que teve só pode ser considerado positivo.
O futuro deverá ser mais positivo para a McLaren, que receberá motores Renault e terá mais hipóteses de se juntar às lutas pelo pódio. Claro que a fiabilidade evidenciada pelos motores gauleses esteve longe da exigida, mas a esperança da equipa é que os problemas sejam resolvidos este inverno e que possam ter um motor que lhes permita lutar por vitórias até 2020, ano em que haverá nova mudança regulamentar e onde a McLaren poderá olhar para o futuro de outra forma. Para já está tudo reunido para que a equipa regresse às lutas pelo pódio. O carro deste ano era muito bom (muito bom mesmo), os pilotos têm muita qualidade e a estrutura de Woking tem capacidade de conhecimento para lutar por títulos. Claro que esse objetivo pode ser demasiado ambicioso, dada a concorrência, mas o simples facto de poder regressar aos pódios será motivo de regozijo para uma equipa que tem trabalhado de forma incansável, sem ver os frutos do seu esforço. 2018 deve marcar o regresso da McLaren aos lugares que pode e deve ocupar… pelo menos é o que os fãs esperam.
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