F1, McLaren: esta equipa não é para jovens
Os anos mais recentes na F1 têm sido de desilusão e tristeza para os fãs da McLaren. É preciso recuar até 2012 para termos registos de uma época minimamente decente por parte da equipa de Woking. Uma série de decisões erradas colocaram a equipa numa espiral descendente que apenas agora começa a ser mitigada e mesmo assim não ao ritmo que se esperava.
2013 foi o primeiro tiro no pé da equipa. Depois de um 2012 em que o carro foi evoluindo, tornando-se numa das melhores máquinas no final do ano, a equipa resolveu revolucionar o design do chassis e fazer tudo de novo, ao contrário de evoluir o carro do ano transacto. O resultado foi um monolugar fraco, que deu muitas dores de cabeça à e que atirou a equipa para o quinto lugar na tabela de construtores. Nesse ano os pilotos eram Jenson Button e um jovem mexicano de nome Sérgio Perez. Perez chegava da Sauber depois de ter dado nas vistas em 2012 com excelentes prestações. Era um dos pilotos que mais entusiasmava e a McLaren não hesitou em colocar-lhe um contrato debaixo do nariz. Mas as prestações menos conseguidas de Pérez, aliadas a uma atitude negativa atiraram-no para fora da equipa passado um ano da sua chegada. A carreira de Pérez ficou por um fio e se não fosse a aposta da Force India, provavelmente ter sido a sentença final.
Para o seu lugar entrou Kevin Magnussen, um dinamarquês do programa de jovens pilotos da equipa. Um talento que impressionou na Fórmula Renault 3.5 e que era considerado um dos grandes talentos do futuro. Assinou o contrato de sonho com a McLaren e entrou na equipa em 2014, no início da era dos turbo-híbridos com um motor Mercedes (o melhor do grid) no seu carro. A McLaren voltou a fazer um chassis fraco para o que se esperava e ficou novamente em quinto, atrás da Williams, com menos recursos e atrás da Red Bull com um motor claramente inferior. Magnussen subiu ao pódio na sua primeira corrida de F1 mas acabou o ano em 11º e com uma despromoção, para dar lugar a Fernando Alonso que chegava para animar a equipa, numa altura em que se começava uma nova era com a Honda.
Magnussen foi encostado em 2015 e no final desse ano saiu da McLaren para tentar ainda dar um rumo à sua carreira na F1. A Renault abriu-lhe as portas e seguiu-se a Haas, onde está agora.
A dupla Button e Alonso poderia ter sido das melhores da McLaren ao nível de resultados, mas os motores Honda que nunca apresentaram a potência / fiabilidade necessárias e a intransigência da equipa em fazer as coisas à sua maneira complicaram o que já era só por si muito difícil. Alonso evidenciou-se mais pelas queixas no radio e Button perdeu o amor pela competição. A saída do britânico abriu as portas a Stoffel Vandoorne, outro talento que andou com Magnussen na Formula Renault 3.5 e que deu nas vistas no GP2, onde dominou a competição. Vandoorne, tal como Perez e Magnussen, era visto como uma potencial estrela para o futuro. Mas tal como os seus antecessores, encontrou um cenário pouco saudável para um jovem dar os primeiros passos na F1. Encontrou a pressão de uma equipa de top, com carros ao nível de uma equipa de meio da tabela. Vandoorne ainda não mostrou metade do que se esperava (e ainda espera dele). Perez também não o fez pois não lhe foi dado tempo para isso (também por culpa própria) e Magnussen também foi posto de parte pois o nome Alonso falou mais alto.
Três casos de três excelentes pilotos em que dois deles iam ficando sem lugar na F1 e com alguma sorte conseguiram manter-se. O terceiro ainda está na luta mas continua a não ter as condições para mostrar o que vale. Uma breve pesquisa ao CV de Magnussen e Vandoorne mostra que ambos têm muita qualidade e o belga já mostrou atributos que caracterizam os campeões. Claro que a F1 é um mundo diferente e o exemplo de Hulkenberg, que dominou nas categorias de iniciação, é o ideal para mostrar que para se vencer na F1 é preciso muito mais do que um CV brilhante. Mas nos casos acima mencionados nota-se que a McLaren não tem proporcionado o melhor dos ambientes para uma integração dos jovens no Grande Circo. Nem todos podem ser Hamilton. E a McLaren tem outros talentos na calha. Lando Norris é um dos jovens com mais talento da F2 e está às portas da F1 (ele que impressionou em Daytona num LMP2, um carro muito diferente do que estava habituado), tal como Nyck de Vries que começa também a dar nas vistas. Será que a McLaren poderá ser capaz de aproveitar melhor os jovens talentos que forma? Para bem da F1, esperemos que sim.
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