F1: Mantas para pneus será tema de conversa ‘quente’ durante o verão

Por a 21 Junho 2023 17:14

A borracha dos pneus sempre foi um tema de conversa na Fórmula 1. No passado culminou numa corrida de má memória para a competição, mas nem por isso mau para as cores de Portugal e do ‘rookie’, em 2005, Tiago Monteiro. No presente, os pneus da Pirelli devem gerar alguma discussão no paddock, encontrando-se equipas à espera de uma decisão da FIA, mas certamente, que algumas estarão nos bastidores a tentar influenciar a opinião.

Não nos referimos à decisão da FIA sobre que empresa fornecerá os pneus para a Fórmula 1 em exclusividade a partir de 2025, mas antes, os planos para terminar com as mantas de aquecimento elétricas ou o fim destes. 

A F1 tenta ser mais sustentável e reduzir as emissões – algo que choca com a elaboração do calendário desta temporada, que, por exemplo, obriga todo o pelotão da competição, com toneladas de material, a viajar da Europa ao Canadá para regressar ao ‘velho continente’ para prosseguir essa ronda até às férias de verão – uma das medidas propostas é a retirada por completo das mantas de aquecimento dos pneus. Visto antes como uma “mudança positiva”, passou a servir de argumento financeiro entre equipas grandes e de menor expressão, para agora poder ser totalmente vetada, caso chegue a ser votada pelas 10 estruturas do paddock. Pode até nem chegar e ser a própria entidade federativa a tomar a decisão. 

Já demos conta da opinião de vários pilotos preocupados com a sua segurança, caso não existam mantas de aquecimento dos pneus antes de serem montados nos monolugares. A Pirelli respondeu com o facto dos pilotos terem de se adaptar aos novos pneus (como os pneus de chuva que foram usados no Canadá e não necessitam de pré-aquecimento). Por parte das equipas, um primeiro sinal já foi dado, quando votaram contra a intenção de introduzir ainda esta temporada um novo pneu intermédio, que também não necessitava de mantas de aquecimento. Os testes correram bem, ao que parece, mas as equipas que não realizaram os testes com o novo composto querem mais dados para análise, ou seja, mais testes. No atual panorama, com um calendário preenchido, isso não é fácil de concretizar.  

A Pirelli teria que demonstrar até julho que seria capaz de dar às equipas os tais pneus sem necessidade de aquecimento prévio, mas foi negada a introdução dos novos intermédios e há sérios rumores que dão conta da intenção das equipas chumbarem a proposta para a eliminação completa das mantas de aquecimento para 2024, caso a FIA decida enveredar por esse caminho. Enquanto isso, o desenvolvimento dos slicks continua. Em termos de pneus para piso seco, houve um teste com Ferrari e Mercedes em Barcelona este mês e está planeado outro, um teste final antes da decisão, após o Grande Prêmio da Grã-Bretanha onde participarão Red Bull, Williams e Haas. Só a partir desse momento é que se espera uma decisão. Vários responsáveis das equipas já deram conta da sua cautela, mas esperam que a FIA dê o primeiro passo. 

Caso a federação internacional promova uma votação entre as 10 equipas, será provável que as mantas não sejam retiradas e se mantenha tudo como está atualmente. A FIA pode tomar as rédeas e ir para a frente com a eliminação do pré-aquecimento das borrachas. 

Havendo um passo atrás neste tema, a Pirelli pouco pode fazer em termos de desenvolvimento dos novos pneus sem que exista uma decisão sobre o próximo fornecedor exclusivo de pneus, atrasando em vários meses este projeto. E caso a Pirelli perca este estatuto, o programa será completamente descartado até começar nova discussão. 

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