F1, GP dos Países Baixos: Nove seguidas para Max Verstappen, apesar do caos
Que corrida de loucos! A metrologia baralhou tudo no arranque da prova e voltou a fazer no final. Com a chuva a cair logo na primeira volta, a ordem foi dramaticamente alterada, com diferentes apostas na estratégia a darem diferentes resultados. Quem entrou logo na primeira volta para trocar de pneus lucrou, quem tentou aguentar os pneus macios saiu prejudicado. Mas a história não estava toda contada e a chuva voltou a aparecer perto do final, a oito voltas do fim. Uma descarga de água severa que motivou muitas saídas de pista e uma interrupção com bandeiras vermelhas. Depois de alguns minutos de espera, a corrida recomeçou, com muitas lutas acesas em todo o pelotão. Mas a tudo isto, Max Verstappen respondeu à altura e venceu a corrida perante o seu público, na terceira vitória em casa do piloto da Red Bull. Fernando Alonso terminou a corrida em segundo e Pierre Gasly regressa aos pódios depois de uma excelente corrida. Sérgio Pérez foi quarto, depois de aplicada uma penalização (cruzou a linha em terceiro), seguindo-se Carlos Sainz, Lewis Hamilton, Lando Norris, Alex Albon, Oscar Piastri e Esteban Ocon no top 10.
O filme da corrida
Com as bancadas pintadas a cor de laranja e com nuvens escuras a sobrevoar a pista, Zandvoort preparou-se para o arranque da primeira corrida depois da pausa de versão que durou três semanas. A temperatura do ar era de 18,4 °C e a temperatura da pista era de 30,2 °C. O risco de chuva era de 70% no arranque da prova, pelo que todos esperavam que a meteorologia apimentasse o guião da corrida do GP dos Países Baixos.
Max Verstappen largava da pole, seguido de Lando Norris, George Russell, Alex Albon e Fernando Alonso. Verstappen procurava a nona vitória consecutiva em casa, perante o seu público, que deu um festival nos minutos que antecederam a corrida.
Todos os pilotos, com a exceção de Lewis Hamilton, escolheram os pneus macios para o arranque, com o britânico a escolher os pneus médios para o começo da prova.
A chuva ameaçava cada vez mais ainda os pilotos estavam na volta de lançamento, feita de forma rápida por Max Verstappen para tentar aquecer os pneus.
As cinco luzes vermelhas apagaram-se e Max Verstappen largou bem e manteve-se na frente de Norris. Fernando Alonso não facilitou e na curva três subiu para o terceiro lugar, enquanto Alex Albon, com um mau arranque, caía para quinto, recuperando o lugar a Carlos Sainz pouco depois de ter caído para sexto. A chuva começou a cair de forma severa e apenas Sergio Pérez, Charles Leclerc (péssima paragem), Pierre Gasly e Zhou Guanyu a colocarem intermédios. Fernando Alonso subiu ao segundo lugar, passando por Norris. O ritmo era lento nesta fase, com todos os pilotos a serem cautelosos, a tentarem navegar a meteorologia sem necessidade de parar, o que se revelou uma má decisão. Max Verstappen parou, tal como Fernando Alonso, com George Russell a passar Norris e a assumir a liderança. Sergio Pérez subiu de forma meteórica e na volta três, depois de uma paragem nas boxes, era já o primeiro. Os pilotos com pneus intermédios tinham vantagem agora. Lando Norris entrou e trocou de pneus, caindo para a cauda do pelotão. Russell e Albon mantinham os pneus macios, com muitas dificuldades.
A ordem na volta cinco era Pérez, Zhou Guanyu, Pierre Gasly, Max Verstappen e Charles Leclerc. Pérez tinha 12 segundos de vantagem sobre Zhou. Russell acabou por ir também às boxes e os pilotos que ficaram mais tempo em pista, acabaram por ficar em desvantagem. Liam Lawson foi penalizado com 10 segundos por um incidente nas boxes com Kevin Magnussen.
Na volta 7, Verstappen era já segundo, depois de ter caído para o sexto lugar e ia agora em busca de Pérez, que estava a nove segundos, com mais chuva a caminho. Enquanto Pérez tentava gerir os pneus à espera de mais chuva, Verstappen era quatro segundos mais rápido que o seu colega de equipa.
Depois da chuva, um Safety Car
Na volta 10, Kevin Magnussen e Lewis Hamilton entraram nas boxes para colocar pneus macios. Com a pista a secar e com a chuva prevista a ser ligeira, as equipas apostavam nos pneus macios. Verstappen foi chamado às boxes e a sua aposta em forçar o andamento resultou, tendo recuperado muito tempo neste stint. Na volta 12, apenas Pérez se mantinha em pista com pneus para chuva, sendo chamado logo de seguida, entregando a liderança a Verstappen.
Na volta 15, a ordem era Verstappen, Pérez (ganhou cinco posições), Alonso (ganhou duas posições), Gasly (ganhou oito posições), Sainz (ganhou uma posição), Zhou (ganhou nove posições), Magnussen (ganhou 13 posições), Piastri, Esteban Ocon (ganhou sete posições) e Alex Albon (perdeu seis posições). Os pilotos que mais perderam foram Lando Norris (10 posições), Leclerc (quatro posições), George Russell (15 posições).
Logan Sargeant perdeu o controlo do carro e bateu, provocando a entrada do Safety car. Todos os pilotos estavam agora novamente com pneus para piso seco, com o pelotão reagrupado. Pierre Gasly foi penalizado com 5 segundos por exceder a velocidade máxima na via das boxes. Valtteri Bottas, George Russell, Nico Hulkenberg, Liam Lawson, Lance Stroll entraram para trocar de pneus, todos eles passando para pneus médios, exceto Russell que colocou duros.
No fim do Safety Car, Max Verstappen recomeçou bem, enquanto Pérez estava sob pressão de Fernando Alonso e Gasly tentava aguentar Sainz. Apesar dos ataques, as posições mantiveram-se inalteradas. Magnussen começava a perder lugares para Albon e Ocon, com Magnussen a ser advertido pela forma como se defendeu (bandeira preta e branca).
Na frente da corrida tudo se mantinha na mesma, com Pérez a ser pressionado por Alonso, enquanto Verstappen estava na frente com 3 segundos de vantagem. Na luta pelos pontos, Lando Norris tentava despachar Zhou e Tsunoda, evitando a pressão de Hamilton, que o acompanhava.
A tarde da Ferrari era negra, com Charles Leclerc preso na cauda do pelotão, em 15º, perseguido por Liam Lawson, que fazia uma excelente estreia na F1.
Carlos Sainz parou na volta 42, para colocar um conjunto de pneus novos, enquanto Charles Leclerc terminava a corrida mais cedo, com um problema do monolugar vermelho (fundo do carro danificado, numa saída de pista nas primeiras voltas) a piorar. Lando Norris também entrou para colocar pneus macios. Na frente, o top 3 mantinha-se inalterado.
Alex Albon, que fez 44 voltas com pneus macios, entrava pela primeira vez nas boxes para colocar pneus médios. Também Pérez e Hamilton entraram para colocar pneus macios. Pierre Gasly entrou nas boxes, cumpriu a penalização e regressou à pista para se defender de Russell. Sainz era quarto, depois de passar Tsunoda e na volta seguinte (50), Alonso parou para colocar pneus macios, numa paragem lenta, que comprometeu o espanhol, caindo para quinto, atrás de Sainz e Tsunoda. Verstappen entrou na volta seguinte e regressou à liderança, sem problema. Mas com Tsunoda em dificuldades (pneus muito usados), Alonso só teve de passar Sainz, o que fez com a exuberância habitual.
A chuva regressou
Na volta 55, a informação era passada que a chuva estaria a chegar e poderia ser intensa, numa altura em que Hamilton passou por Norris, subindo ao nono lugar. A ordem nesta fase era Verstappen, Pérez, Alonso, Sainz, Gasly, Albon, Russell, Ocon, Hamilton e Norris. Esta ordem podia mudar muito com a chuva e já estava a mudar e Hamilton estava a ganhar muitas posições, sendo já oitavo, atrás de Russell, que abriu a porta ao seu colega de equipa. Um pouco mais à frente, Gasly passava por Sainz pelo quarto lugar.
A chuva apareceu na volta 61 e as equipas chamaram os pilotos para colocar os pneus intermédios. Max Verstappen manteve-se em pista mais uma volta e manteve-se na liderança. A Williams errou na estratégia e Albon ficou a perder com Albon. Ocon foi o único a colocar pneus para chuva intensa, mas o ritmo não era animador. A chuva caía com força e Pérez perdeu o controlo do carro na curva 1, com Alonso a lucrar e a subir a segundo. Zhou Guanyu perdeu também o carro na curva 1, enquanto Pérez entrou para colocar pneus marcados a azul (como tinha feito Verstappen), numa altura em que a bandeira vermelha foi mostrada. Pérez não ficou a perder muito, pois a ordem para o recomeço colocava o piloto em terceiro e não em sexto, onde acabou depois de ter ficado parado nas boxes com bandeiras vermelhas.
A ordem para o recomeço era Verstappen, Alonso, Pérez, Gasly, Sainz, Hamilton, Norris, Russell, Albon e Piastri. A corrida seria recomeçada atrás do Safety Car, com todos os carros a usarem pneus intermédios. As primeiras duas voltas foram feitas atrás do SC. Verstappen recomeçou a corrida com a pressão de Alonso, com Pérez atrás do espanhol. No meio do pelotão as lutas eram intensas e Russell passou por Norris. Seguiu-se mais uma cambalhota na classificação, com Pérez a ser penalizado com cinco segundos, por exceder a velocidade máxima na via das boxes. A corrida de Russell acabou mais cedo, com um furo que obrigou o piloto a regressar às boxes para trocar de pneus, caindo para o fundo da tabela. Hamilton pressionava Sainz pelo quinto lugar, enquanto na frente, Verstappen já tinha sacudido a pressão de Alonso. Apesar das lutas acesas, não vimos mais mudanças na ordem e Verstappen carimbou a nona vitória consecutiva, seguido de Alonso no segundo lugar e Gasly na terceira posição, beneficiando da penalização de Pérez, que cruzou a linha de meta em terceiro.
Foto: Martin Trenkler
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Dois mestres: Verstappen e Alonso!
Verstappen é de longe o melhor piloto que já passou pela RedBull. Faz tudo bem.
Alonso foi hoje o piloto do dia. Excelente no piso seco e na chuva! Não será difícil perceber que o espanhol é também o melhor piloto que a Aston Martin já teve…
Estes são os mestres!
No campo dos “mortais” podemos destacar Gasly, Sainz e Albon. Estiveram bem.
Venham mais destas.
Cumprimentos
Não tirando mérito às prestações do espanhol convém realçar que este Aston Martin é muito melhor que qualquer dos seus antecessores caso contrário os resultados do Alonso seriam banais como foram os do Vettel porque por muito talentoso que um piloto seja e Alonso é dos melhores na história da F1 não há milagres e isso ficou provado durante a sua passagem pela Alpine.
Com 2 carros diferentes dentro da RBR é normal que o bebé chorão vença quase todas as provas este ano.
Num passado recente aconteceu o mesmo entre vettel e Weber e depois o resultado foi a retirada do australiano criticando que havia uma desigualdade enorme entre os monolugares.
De um momento para o outro o Perez perdeu a competência de pilotar foi?
Não esqueçam a culpa é do Binotto.
Meu caro, essa piada teve graça durante algum tempo. Agora, de tão repetida, perdeu a graça. Vá… arranje outra, eu sei que é capaz, porque eu quero continuar a (sor)rir.
Fui procurar o culpado da sua observação. E não é que foi o Binotto.
Novo gamanço! Novamente impune! 3 anos seguidos! A F1 está a ficar como o futebol. Que vergonha. :/
Errado. Há é adeptos que se comportam como os do futebol.
Temos todos que concordar que a corrida foi absolutamente caseirinha.
Caseirinha por parte da RedBull , que com o Pérez em primeiro manda o Verstappen parar primeiro….
Caseirinha por parte da comissão de prova, atrasando SC, e não cumprindo o regulamento após bandeira vermelha, e não fazendo nada da ação do Verstappen sobre o Gasly.
Caseirinha pela transmissão televisiva, que nem uma repetição do chega para la do Verstappen mostrou…
Max Verstappen está imparável e, saliente-se, impecável. Não há falhas e é impressionante a sua concentração e frieza. Às vezes, parece que existe uma calha metálica na pista sob o rebatizado RB19i («i» de íman). Curiosamente, ele utiliza muitas vezes a expressão: o carro está sobre carris. O piloto e o carro têm um casamento perfeito e, até ao momento, não há problemas nenhuns: fiabilidade máxima. Em qualquer circunstância Max sabe muito bem ler as condições da pista e ganha vantagem significativa face aos demais: só lhe falta ganhar com neve… Pérez desperdiça o 2.º lugar. Leclerc revela ser um… Ler mais »
Com a trafulhice que houve no passado é normal que agora vença quase todas as provas.
Tectos ultrapassados
Em ambas as equipas
E por não falar de Abu dhabi em 2021.
E esta semana começou se a dizer dentro do padock que os RBR são diferentes com a balança a inclinar para um só lado…
A do bebê chorão
Como é hábito nesta equipa.
No passado foi assim
Agora é mais do mesmo
O campeonato está entregue desde o ano passado
Pu70ze, como o teu amigo zé do brinco anda a levar na pá não sabes o que dizes, nem dizes o que sabes!
Antigamente é que era bom. Era tudo gente séria: quando uma equipa recebia os regulamentos antecipados; quando se fazia testes secretos de pneus; quando se fotocopiavam os planos dos carros de outras equipas – esse sim, o maior escândalo da Fórmula 1 – conhecido por Stepneygate – e depois ganhava-se o campeonato no ano a seguir por mera coincidência; quando um chefe de equipa pedia ao piloto para atirar o carro contra o muro; quando se retirava o filtro da máquina de reabastecimento para aumentar a velocidade do fluxo de combustível para o tanque do carro; quando se descobriam tanques duplos… Ler mais »
Pois bem, não digo que não, mas eu refiro-me à pura pilotagem e nisso o Max é imbatível! Neste momento é tão e só o melhor piloto, quer se goste quer não se goste!
https://firstsportz.com/f1-news-lando-norris-hails-max-verstappen-as-the-best-in-formula-one/?fbclid=IwAR09n5Io7KoG0T8HS4jEEf5vWapnjEJGsyO8abWJ-VQRHndNlt5M4pGN43E
Completamente de acordo.
Gosto muito de F1, acompanho desde os anos 80. No entanto julgo que a F1 se parece, cada vez mais, com um vídeo jogo, onde as corridas virtuais se parecem, cada vez mais com as reais, com abono para os video jogos e desabono para a F1.