F1, GP do Bahrein: Magnussen vence segundo pelotão, num regresso improvável

Por a 21 Março 2022 16:08

O Campeonato do Mundo de Fórmula 1 de 2022 teve o seu início e no Grande Prémio do Bahrein os protagonistas na luta pelas melhores posições do Segundo Pelotão foram outros, acabando Kevin Magnussen por vencer esta corrida e teve como único verdadeiro adversário Valtteri Bottas, que viu a sua prova condicionada logo no início.

Dificilmente alguém apostaria na Haas e Alfa Romeo como os grandes actores da batalha atrás das “Três Grandes”, apontando-se McLaren, Alpine ou até Alpha Tauri como as favoritas a desempenhar este papel.

No entanto, quando os jogos de espelhos acabaram, com a qualificação, o finlandês era sexto, à frente do dinamarquês, de Fernando Alonso e, simbolicamente, de George Russell, o piloto que o substituiu na Mercedes.

A McLaren tinha uma qualificação de pesadelo, com Lando Norris em décimo terceiro e Daniel Ricciardo em décimo oitavo, a Alpine assinava uma prestação sofrível, Esteban Ocon ficava na Q2, assim como a Alpha Tauri, que tinha um representante entre os dez primeiros, Pierre Gasly em décimo, e Yuki Tsunoda em décimo sexto logo atrás de Guanyu Zhou, que se estreia este ano Fórmula 1 com a Alfa Romeo.

Bottas e Magnussen mostravam estar num nível superior aos dos seus mais directos adversários e parecia que a vitória do Segundo Pelotão seria seguramente jogada entre eles.

No entanto, o piloto da Haas ficou com o triunfo no seu colo logo nos primeiros metros de prova ao realizar um excelente arranque que o guindou para quinto, à frente de Sérgio Pérez, ao passo que o homem da Alfa Romeo, deixava as rodas traseiras do seu monolugar patinar em demasia, o que condicionou a sua partida, concluindo a primeira volta num desapontante décimo quarto lugar.

Enquanto Magnussen tinha pista livre para poder rodar no máximo do seu monolugar, tendo pelo caminho sido suplantado por Pérez e por Russell, como seria de esperar, Bottas tinha de iniciar uma longa recuperação que o levasse de novo aos lugares pontuáveis.

Quando conseguiu ter ar fresco, estava então no décimo segundo posto, o finlandês estava a 12,8s do dinamarquês, uma diferença que se haveria de mostrar difícil de suplantar, muito embora o Alfa Romeo mostrasse um ligeiro ascendente face ao Haas.

Antes da primeira ronda de paragens os dois estavam separados por 12,0s, apesar de Bottas rodar com pneus macios usados e submetidos a maior esforço nas lutas em pista, contra macios novos da Magnussen, o que evidencia a pequena vantagem de performance do lado do carro que envergar as cores do construtor italiano.

Ao longo de toda a corrida esta tendência manteve-se, com o piloto da Alfa Romeo a perder muitas posições em pista aquando das trocas de pneus, o que o deixava mais distante do seu adversário da Haas, para depois recuperar ligeiramente.

Bottas chegou a estar a mais de vinte e segundos de Magnussen, após ambos terem trocado de pneus, mas antes da segunda ronda de paragens nas boxes, estava já a apenas 18,2s.

A vantagem do Alfa Romeo face ao Haas parece estar na forma como consegue gerir melhor os seus pneus, uma vantagem que, para além da boa aerodinâmica do carro que ostenta o símbolo da marca de Arese, advém do facto de ser o único monolugar do plantel que está no limite do peso mínimo, 798 quilogramas, ao passo que em performance pura os dois carros equivalem-se.

Isso foi particularmente notório após o período de Safety-Car – que decorreu entre a 46ª e 51ª voltas e foi espoletado por Pierre Gasly – que agrupara todo o pelotão.

Pela primeira vez Bottas tinha na sua mira Magnussen, mas nas seis voltas até à bandeiras de xadrez, tendo ambos pneus macios usados ao seu dispor, e apesar de ter estado inúmeras vezes com acesso ao DRS, nunca conseguiu desfeitear o dinamarquês, que conseguiu sempre manter-se ao abrigo de qualquer ataque, levando de vencida o duelo pelo triunfo do Segundo Pelotão. O piloto da Haas via a bandeira de xadrez no quinto lugar na classificação, um feito se levarmos em consideração que há três semanas nem sequer sonhava em participar no Campeonato do Mundo de Fórmula 1 deste ano.

Para a equipa liderada por Guenther Steiner era também o motivo de alívio depois de um ano de competitividade inexistente e das últimas semanas conturbadas, regressando aos pontos e, principalmente, com um carro bastante competitivo.

Esteban Ocon começou mal o fim-de-semana, com um dos seus novos flancos a desfazer-se em plena recta da meta durante a primeira sessão de treinos-livres. Sem que a Alpine tivesse componentes de substituição para o seu novo pacote aerodinâmico, o francês teve de continuar com a versão anterior, ao contrário de Fernando Alonso.

Porém, isso não impediu Ocon de mostrar um ritmo mais forte que o do seu colega de equipa, que sofreu um maior desgaste de pneus, terminando em sétimo e Alonso em nono. Entre os dois ficou Yuki Tsunoda, que salvou a honra do universo Red Bull.

Guanyu Zhou, na sua estreia na Fórmula 1, viu a bandeira de xadrez no décimo posto com uma prestação sólida, beneficiando ainda dos abandonos dos dois Red Bull e de Pierre Gasly, que poderia ter ficado à frente de Bottas, caso um problema na unidade de potência concebida pela Honda não tivesse provocado um princípio de incêndio no AlphaTauri.

As equipas-cliente da Mercedes terminaram nas seis últimas posições, com vantagem para o Aston Martin de Lance Stroll, um padrão que poderá querer dizer alguma coisa. Enquanto McLaren e a equipa de Silverstone se afundaram na tabela da competitividade, as estruturas com unidades de potência Ferrari fizeram o caminho inverso, havendo para já uma nova ordem no Segundo Pelotão.

Veremos se a tendência se mantém em Jeddah, onde se realiza o Grande Prémio da Arábia Saudita em poucos dias.

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