F1, GP de Las Vegas: O Safety Car que tramou a Ferrari
As chaves do sucesso no GP de Las Vegas estavam na gestão dos pneus e na velocidade de ponta. Quem conseguisse conjugar estes dois fatores estaria mais próximo da vitória. Max Verstappen e Charles Leclerc foram os que melhor conseguiram essa conjugação. O que faltou a Ferrari? Um pouco de sorte.
Ao longo da corrida fomos vendo candidatos a caírem até restar apenas Verstappen e Leclerc. A McLaren nunca se apresentou com argumentos para tal, assim como a Aston Martin e a Mercedes tinha potencial para pelo menos tentar o pódio (e com um golpe de sorte, algo mais) mas os incidentes com Lewis Hamilton e George Russell impediram que os Flechas de Prata sonhassem com mais. Carlos Sainz, com a penalização de 10 lugares e arranque caótico, ficou demasiado longe da frente.
Sobravam, Sergio Pérez, Charles Leclerc e Max Verstappen. Pérez acabou por pagar o preço por apostar numa configuração com mais carga aerodinâmica. A forma como foi ultrapassado nas retas mostra isso. Verstappen apostou numa asa traseira com menos apoio. O risco era, por ter menos aderência nas curvas, desgastar demasiado os pneus. Verstappen não conseguiu gerir isso tão bem no primeiro stint com médios, mas com duros, conseguiu uma performance melhor.
“Sim, acho que o pneu duro era um pouco mais robusto contra a granulação, porque esse era o meu problema no médio” disse Verrstappen na conferência de imprensa. “O pneu começou a abrir-se e perdemos muita aderência. Foi isso que aconteceu. E depois, no pneu duro, não tive esse problema durante muito tempo. Portanto, isso ajudou-me definitivamente”.
Leclerc foi forte com os médios e os duros, mas teve o azar de ver o Safety Car entrar quando os seus pneus já tinham cinco voltas. Já com um ciclo de aquecimento feito, os pneus duros demoram sempre muito mais a entrar na temperatura certa, mais ainda com as temperaturas mais baixas de Las Vegas. O problema de Leclerc foi mesmo esse. No arranque, com menos temperatura, os pneus deslizaram muito no asfalto com pouca aderência da Cidade do Pecado e com isso perderam performance. O favoritismo caiu para Verstappen aí:
“Penso que fizemos o melhor que podíamos no arranque dos duros”, disse Leclerc. “Mas acredito mesmo que perdemos um pouco de performance com este arrefecimento e depois voltar a arrancar, especialmente porque o Checo estava a abusar bastante com pneus novos, que estavam à temperatura depois do Safety Car, e eu tive de voltar a colocar as temperaturas no pneu depois disso. E deslizei um pouco com esses pneus, o que não é bom. Por isso, sim, perdemos um pouco e penso que este pneu teria um melhor desempenho se não houvesse Safety Car”.
Leclerc, que foi sempre muito forte durante toda a corrida, mas o Safety Car, provocado pelo toque entre George Russell e Max Verstappen (curiosamente) acabou por reduzir drasticamente as hipóteses de sucesso.