F1, Gerhard Berger: “Os meus t…. estavam a arder!”

Por a 29 Agosto 2023 17:10

Não foi apenas Romain Grosjean que conseguiu sair das chamas qual Fénix. Niki Lauda passou por acidente horrível em quase perdia a vida e cujos efeitos foram visíveis na sua face até ao dia em que nos deixou. No entanto, também podemos recordar outro grave acidente que ‘meteu’ fogo e que pode ter paralelo no que sucedeu ao piloto francês que agora compete na Indycar e será piloto da Lamborghini no endurance.

Agora, Gerhard Berger brinca com a situação, mas na altura, nem por isso…

A primeira vez que Gerhard Berger correu em Imola e, dessa forma, enfrentou a famigerada curva Tamburello, foi em 1985. Estava então na Arrows. Quatro anos mais tarde, era piloto da Ferrari. Nesse ano, a McLaren dominava tudo e todos e estavam a entrar na História da F1 os inesgotáveis duelos entre Ayrton Senna e Alain Prost. Berger foi quinto nos treinos, depois de, na véspera e à chuva, ter conquistado a ‘pole’ provisória, batendo o mestre no piso molhado (e seu amigo) Senna. Na corrida, os McLaren tomaram facilmente a dianteira, com Berger mais atrás. Na terceira volta, como habitualmente, o austríaco entrou a fundo, ou quase na Tamburelllo. Nessa altura, partiu-se qualquer coisa no Ferrari e o piloto perdeu o controlo do carro, quando seguia a mais de 280 km/h. Na verdade Berger tornou-se um horrorizado passageiro do Ferrari. Em quando este bateu com fragor no muro, todos em volta – e os milhões que assistiam pela TV, como eu – pensaram que tinha chegado o fim da linha para ele. Depois de bater, o Ferrari efetuou vários piões, desfazendo-se em peças, até se imobilizar, na arte final da curva. Com os tanques ainda cheios de combustível, explodiu em chamas, com o piloto imóvel lá dentro. Os bombeiros chegaram de imediato e retiraram-no do ‘cockpit’ – mas foram os mais terríveis 23 segundos da vida de Berger. Milagrosamente, escapou apenas com queimaduras menores e, mais tarde, ainda conseguiu fazer humor com a situação: “Vejo ainda hoje tudo em câmara lenta., como num filme. Senti muita dor e havia muito combustível. Parece que tinha todo o corpo a arder mas afinal as maiores queimaduras forma nos meus t…. Tinha os t…. em chamas! Nos dias seguintes, muita gente me ligou, para saber como eu estava. Entre essas pessoas, estava o Ayrton [Senna] e eu disse-lhe que um dia alguém iria morrer ali, porque o muro ficava muito perto da pista. Duas semanas depois do acidente fomos os dois a Imola e ele ficou lá, a olhar para o muro, a pensar no que se poderia fazer para o tirar para mais longe. Mas isso era impossível porque, do outro lado do muro havia um rio [o Santerno]. Nunca falámos em colocar ali uma chicane… e, exatamente no mesmo ponto em que ele subiu e olhou o rio do outro lado do muro, lá em baixo ele teve o seu acidente mortal, anos mais tarde.”

Nesse dia 23 de Abril de 1989, Gerhard Berger fintou a morte e tornou-se noutro homem: “Depois de acordar, percebi que podia ter-me magoado a sério ali, em Imola. A partir desse dia, tornei-me um piloto diferente. Não mais lento, nem menos competitivo – apenas diferente.”

A ex-modelo portuguesa, Ana Corvo, foi mulher de Gerhard Berger, de quem tem uma filha, Heidi Berger.

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Pity
Pity
1 ano atrás

A Ana Corvo e o Berger têm duas filhas, não uma. A mais velha, Sara, nasceu em Lisboa.
Lembro-me bem desse acidente. Quando vi as chamas, pensei que ele tinha morrido.

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